66ª Reunião Anual da SBPC
Resumo aceito para apresentação na 66ª Reunião Anual da SBPC pela(o):
SBPC - SOCIEDADE BRASILEIRA PARA O PROGRESSO DA CIÊNCIA
B. Engenharias - 1. Engenharias - 1. Engenharia
CARACTERIZAÇÃO MORFOMÉTRICA DA MICROBACIA DO IGARAPÉ RIACHUELO, JI-PARANÁ-RO
Rafael Ranconi Bezerra - FUNDAÇÃO UNIVERSIDADE FEDERAL DE RONDÔNIA - UNIR
Victor Nathan Lima da Rocha - FUNDAÇÃO UNIVERSIDADE FEDERAL DE RONDÔNIA - UNIR
Nara Luisa Reis de Andrade - Orientadora / FUNDAÇÃO UNIVERSIDADE FEDERAL DE RONDÔNIA - UNIR
INTRODUÇÃO:
A partir da Lei 9433 de 8 de janeiro de 1997 ficou consolidada a execução de estudos e gestão dos recursos hídricos utilizando a bacia hidrográfica como unidade fisiográfica de gerenciamento. Diante disso, as bacias hidrográficas são importantes unidades para a implantação de estudos relacionados aos ciclos da água.
Este conhecimento auxilia no seu gerenciamento, de modo que assegurar a água em qualidade e quantidade às populações futuras é um dos principais objetivos a serem alcançados dentro da unidade. Identificar o uso e a ocupação da terra, densidade de drenagem, declividade e tempo de concentração são componentes importantes para o seu gerenciamento.
Os dados morfométricos ou fisiográficos englobam uma gama de parâmetros que estão interligados com a dinâmica hidrológica das microbacias, sendo assim essencial o conhecimento destes fatores para auxiliar na gestão integrada dos recursos hídricos.
OBJETIVO DO TRABALHO:
O objetivo deste estudo foi determinar as características morfométricas da microbacia do Igarapé Riachuelo.
MÉTODOS:
ÁREA DE ESTUDO
Segundo a Lei Municipal nº 1179 de 26 de julho de 2002, o Igarapé Riachuelo tem sua nascente entre as ruas Rodrigues Alves, Café Filho, Sena Madureira e Basiléia no bairro São Pedro passando pelos bairros Riachuelo e Primavera. O curso d'água como sua bacia dispõe-se no perímetro urbano do segundo distrito da cidade de Ji-Paraná, numa porção residencial com alguns comércios de pequeno porte. Tal é um contribuinte da margem esquerda do Rio Ji-Paraná. A bacia do Rio Ji-Paraná é inteiramente rondoniense, sendo o rio formado na confluência dos rios Pimenta Bueno e Barão do Melgaço no município de Pimenta Bueno, região sudeste do estado de Rondônia.
MORFOMETRIA DA MICROBACIA
Sistema de Informação Geográfica
Os dados gerados da microbacia foi devido ao Processamento Digital de Imagens (PDI) no software SPRING 5.1.8. A altimetria foi obtida por meio de imagens de radar do modelo digital de terreno SRTM (Shuttle Radar Topography Mission), dispondo de resolução espacial de 90 metros.
Análise morfométrica
Utilizando o software SPRING 5.1.8 chegou-se à caracterização fisiográfica da bacia, sendo determinada a densidade de drenagem, o coeficiente de compacidade, o fator de forma, o índice de sinuosidade, o tempo de concentração e a ordem da bacia.
RESULTADOS E DISCUSSÃO:
Como características gerais a microbacia dispõe de uma área de aproximadamente 3,762 km² e perímetro de 8,55 km. Sua largura média foi de 1,24 km e o comprimento axial de 3,6307 km.
Com o coeficiente compacidade de 1,24 pode-se perceber que está ligeiramente acima da unidade. Apresentando este valor, a microbacia tende a não apresentar eventos de enchentes recorrentes e apresentar uma forma levemente alongada de acordo com Cardoso (2006). Ao dispor de um fator de forma consideravelmente baixo (0,34), possibilita a inferência de baixa susceptibilidade a eventos de cheias.
A densidade de drenagem) pode variar de 0,5 km/km² em bacias com drenagem pobre a 3,5 km/km², ou mais, em bacias bem drenadas, o que permite indicar que a microbacia em estudo apresenta de média a baixa capacidade de drenagem com densidade de 1,06 km/km², implicando na necessidade planos de manejo que priorizem tal densidade.
O índice de sinuosidade encontrado para o Riachuelo foi de 1,44. Este indica que o mesmo encontra-se numa transição entre o formato tortuoso e o retilíneo. Valores próximos a 1 indicam elevado controle estrutural ou alta energia e valores acima de 2 indicam baixa energia, sendo os valores intermediários relativos a formas transicionais entre canais retilíneos e meandrantes.
A declividade apresenta uma magnitude consideravelmente elevada, 0,0115 m/m dado que pode influenciar no tempo de resposta da vazão a ser registrada no exutório a partir de um evento de precipitação ocorrida no ponto mais distante do mesmo, sendo o mesmo de 50,24 min. Entre a densidade de drenagem e o tempo de concentração da microbacia, confere-se a mesma maior eficiência de drenagem, uma vez que mais rápido geram-se os picos dos hidrogramas quando a água de escoamento superficial rapidamente chega ao exutório. A ordem da microbacia de acordo com a metodologia aplicada foi definida como de segunda ordem.
CONCLUSÕES:
Em função dos resultados obtidos da bacia estudada, pôde chegar a consideração de que a mesma encontra-se de pouco a moderadamente susceptível a eventos de enchentes, uma vez que apresenta valores de coeficiente de compacidade e fator de forma da bacia relativamente distantes da unidade (1). Além disto, apresenta baixa densidade de drenagem, por sua vez refletindo em um baixo grau de ramificação segundo o método de Horton.
Assim sendo, estudos das variáveis físicas são de extrema importância e urgentes, haja vista que fundamentam a tomada de decisões e auxiliam no planejamento e manejo do uso dos recursos hídricos.
Palavras-chave: bacia hidrográfica, recursos hídricos, SIG.