66ª Reunião Anual da SBPC
Resumo aceito para apresentação na 66ª Reunião Anual da SBPC pela(o):
SBPC - SOCIEDADE BRASILEIRA PARA O PROGRESSO DA CIÊNCIA
E. Ciências Agrárias - 3. Recursos Florestais e Engenharia Florestal - 1. Recursos Florestais e Engenharia Florestal
DENDROCLIMATOLOGIA DE HEVEA BRASILIENSIS, NO LESTE DO ESTADO DO ACRE, BRASIL.
Amanda de Souza Holanda - Autora/ Universidade Federal do Acre- UFAC
Moisés Silveira Lobão - Orientado/ Universidade Federal do Acre- UFAC
Maria Rosália Nascimento da Costa - Co-autora/ Universidade Federal do Acre- UFAC
Gleyciane Levy dos Santos - Co-autora/ Universidade Federal do Acre- UFAC
INTRODUÇÃO:
A dendroclimatologia é um ramo da ciência florestal que estuda a influência do clima no desenvolvimento das espécies vegetais (FELIPPE. M.F et al., 2006). Conforme Tomazello Fº (1999), a dendroclimatologia é um sub-ramo da dendrocronologia, que faz uso dos anéis de crescimento das árvores para o estudo e a reconstrução das condições climáticas do passado e do presente de determinado sítio. Na Amazônia existem poucos estudos relacionados ao comportamento do crescimento das árvores de diversas espécies, e nenhum estudo quando se trata da relação da influencia do clima na formação dos seus anéis de crescimento da espécie Hevea brasiliensis, pertencente à família Euphorbiaceae, que se destaca por ser a principal fonte fornecedora de matéria-prima para produção da borracha e seus subprodutos. O presente estudo teve como objetivo Estudar a relação do clima da região leste do Acre com o crescimento radial das árvores da espécie H. brasiliensis e verificar, qual fator climático que mais influencia a variação da largura dos anéis de crescimento dessa espécie.
OBJETIVO DO TRABALHO:
O presente estudo teve como objetivo Estudar a relação do clima da região leste do Acre com o crescimento radial das árvores da espécie H. brasiliensis e verificar, qual fator climático que mais influencia a variação da largura dos anéis de crescimento dessa espécie.
MÉTODOS:
O estudo foi realizado na Universidade Federal do Acre, localizado no município de Rio Branco- AC. Foram realizadas coletas de 12 amostras de forma não destrutiva (sonda de Pressler), de 6 árvores no plantio experimental de seringueira de 1176 m² ao lado do bloco da Engenharia florestal pertencente a Universidade Federal do Acre-UFAC. As amostras do lenho na forma de bagueta, após a coleta, foram imediatamente coladas em suportes de madeira e sua seção transversal polida com lixas. Os anéis de crescimento foram demarcados e digitalizados em scanner juntamente com uma escala. Com a imagem digital foi determinada a largura dos anéis de crescimento utilizando-se o programa de análise IMAGE PRO-PLUS (0,001 mm de precisão). O controle de qualidade da largura dos anéis de crescimento foi realizado com o programa COFECHA, fazendo-se a sincronização das séries de anéis de crescimento e obtendo-se a série máster (série média de todas as séries). Logo em seguida foi realizado a construção da cronologia dos anéis de crescimento onde foram produzidos índices de crescimento anual das árvores de H. brasiliensis através do programa ARSTAN. Para a análise dendroclimatológica das séries cronológicas dos anéis de crescimento foi utilizado o Programa RESPO.
RESULTADOS E DISCUSSÃO:
Nos anos entre 1988 e 1989; 1997 e 1998; 2005 e 2007, foram anos em que ocorreu o efeito El niño, ou seja, foram anos de seca. Também no ano de 2008 ocorreu o El nino, mas não foi tão baixo quanto os outros anos. Assim a análise comparativa das cronologias dos anéis de crescimento indica que, mesmo com a ocorrência de El Niño, os anéis de crescimento formados no lenho das árvores nesses anos são bastante estreitos, o que é comprovado pela queda abrupta no índice Arstan. Os resultados indicam uma influência da evapotranspiração real (sinal comum) e da temperatura no crescimento radial do tronco das árvores de H brasiliensis, correlacionou-se significativamente com a largura dos anéis de crescimento devido a menor variação anual. Normalmente nos meses de seca que ocorre no período de abril e maio, tem-se altas temperaturas e a evapotranspiração das árvores é maior, assim no solo tem menos água e consequentemente tem as plantas tem menor crescimento. De acordo com os resultados obtidos, nos período de abril, maio e outubro foram os meses que obteve menor evapotranspiração ocorrendo assim um menor crescimento das árvores. A precipitação uma variável climática analisada não obteve correlação positiva, por falta de inconsistência dos dados, ou seja, no plantio experimental de Seringueiras não existe uma Estação Meteorológica, e os dados utilizados foram obtidos de uma estação próxima da área de estudo. E também porque a precipitação é uma variável que não tem uma distribuição uniforme, no caso não homogênea, assim pode chover em uma determinada área e em outra não. A insolação uma variável climática também analisada não obteve correlação positiva, por falta de inconsistência dos dados, ou seja, nem em todos os lugares existe insolação, existe lugares que tem nuvens e em outros que não tem. Assim a insolação é uma variável que apresenta grandes mudanças de lugar para lugar devido a disposição das nuvens.
CONCLUSÕES:
Os resultados do presente trabalho permitem concluir que das variáveis climáticas, no caso de temperatura, precipitação, insolação e evapotranspiração analisadas, as árvores de H.brasiliensis mostraram significativamente sensível somente a evapotranspiração real e a temperatura, indicando o seu potencial para reconstruções climáticas. E em relação as outras variáveis obteve-se correlações não positivas devido a inconsistência dos dados, pois são variáveis que não se mantém constate no ambiente, dificultando assim o estudo. A largura dos anéis de crescimento no lenho das árvores mostrou relação com os eventos climáticos de escala global, principalmente os eventos El Niño, evidenciando sua importância para a dendroclimatologia.
Palavras-chave: Seringueira, variáveis climáticas, Anéis de crescimento.