66ª Reunião Anual da SBPC |
Resumo aceito para apresentação na 66ª Reunião Anual da SBPC pela(o): SBFTE - Soc. Bras.de Farmacologia e Terapêutica Experimental |
C. Ciências Biológicas - 6. Farmacologia - 1. Farmacologia |
ESTUDO FARMACOLÓGICO DA Himatanthus sucuuba (SPRUCE EX MÜLL. ARG.) WOODSON. |
Ana Paula Azevedo Barros da Silva - Laboratório de Pesquisa em Fisiofarmacologia. UFAC Ana Maria Sampaio Assreuy - Laboratório de Fisiofarmacologia da Inflamação.ISCB-UECE Nilberto Robson Falcão do Nascimento - Laboratório Fisiofarmacologia Cardio-renal.ISCB-UECE Cláudia Ferreira dos Santos - Laboratório de Bioquímica e Análise de Proteínas.ISCB-UECE Renildo Moura da Cunha - Prof.Dr/Orientador-Laboratório de Pesquisa em Fisiofarmacologia.UFAC |
INTRODUÇÃO: |
O uso de plantas continua sendo uma fonte efetiva para aumentar o arsenal terapêutico disponível como remédio de baixo custo e fonte natural para tratamento de muitas doenças e manutenção da saúde. Existem diversas comunidades na região amazônica que utilizam os recursos naturais, de maneira própria, para o tratamento de enfermidades. Diante disso, a investigação científica das propriedades biológicas de plantas utilizadas com fins medicinais merece atenção e investimentos, pois através dela são fornecidas informações mais qualificadas sobre seus efeitos. A dor aguda consiste na estimulação contínua de nociceptores, seja térmico, químico ou mecânico, ocorrendo ativação persistente das vias centrais da dor. Segundo a IASP, a dor neuropática é uma dor iniciada por uma lesão primária ou por disfunção do sistema nervoso central e/ou Periférico. A inflamação é definida como uma resposta do organismo aos estímulos lesivos que envolve um conjunto de atividades enzimáticas, liberação de mediadores, extravasamento de fluidos, migração e reparo celular. A Himatanthus sucuuba (família Apocynaceae), conhecida como sucuba, janajuba, é usada empiricamente no tratamento gastrites, úlcera gástrica, herpes, impigem, inflamações, verruga, câncer e na recuperação de ossos fraturados. |
OBJETIVO DO TRABALHO: |
Avaliar os possíveis efeitos antinociceptivo e antiinflamatório do extrato hidroalcoólico da casca da Himatanthus sucuuba utilizando modelos animais com abordagens in vivo, contribuindo com a validação cientifica do uso etnomedicinal da planta. |
MÉTODOS: |
As cascas do caule foram colhidas numa área de floresta da UFAC. O extrato hidroalcoólico da Himatanthus sucuuba (EHHS), foi produzido no laboratório da FUNTAC e usado, em todos os testes, sempre nas doses 200 e 300 mg/kg, v.o., uma hora antes do estímulo lesivo. Foram usados camundongos Swiss (20-35g) e ratos Wistar (150–200g) conforme normas do Comitê de Pesquisa com Animais da UECE. No teste das contorções abdominais, era injetado ácido acético (0.8%), i.p. e 10 minutos após, feita a contagem do número de contorções durante 20 min. No teste da placa quente, os animais eram colocados sobre a placa aquecida a 50°C, e, imediatamente, avaliado o tempo de resposta ao estimulo térmico. No edema de pata induzido pela injeção intraplantar de carragenina (1%), o volume das patas era medido, antes (tempo zero) e após a injeção da injúria. O edema era mensurado, a cada hora, por 6 horas. No teste da formalina os animais receberam injeção intraplantar (2,5% v/v) na pata traseira e registrou-se o tempo de lambida da pata (segundos) após a injúria, na fase inicial (0-5 min.) e tardia (15-30 min.). O Teste do Rota-Rod foi realizado para verificar influencias do EEHS na coordenação motora dos animais. A análise estatística utilizada foi ANOVA e adotado valor de p< 0,05. |
RESULTADOS E DISCUSSÃO: |
As contorções involuntárias do abdômen induzidas pelo ácido acético são de interesse devido sua similaridade com algumas das dores viscerais conhecidas e, através desse teste, pode identificar substancias com efeito antinociceptivo, especialmente aquelas de ação periférica. Os resultados mostraram que houve diminuição no numero de contorções abdominais na dose de 200mg/kg, sugerindo uma possível redução na liberação de substâncias endógenas, como, cininas, prostanóides e óxido nítrico. O teste da placa quente é aplicado no teste de drogas analgésicas que interferem na nocicepção através do sistema nervoso central. Os animais tratados com EHHS 300 mg/Kg, apresentaram tolerância discretamente maior ao estímulo térmico na placa, quando comparados ao controle. No edema induzido por carragenina, o EHHS na dose de 200 mg/kg reduziu significativamente o edema de pata a partir da 3ª hora, sugerindo possível ação sobre mediadores da segunda fase da inflamação (iniciada após 1h). O teste da formalina possui também, duas fases, uma fase neurogênica inicial (estimulo direto dos nociceptores) e uma fase tardia, resultado do desenvolvimento de um processo inflamatório. Nas duas fases consideradas, o EHHS inibiu as alterações induzidas pela formalina, demostrando efeito antinociceptivo e antiinflamatório, corroborando com os resultados anteriores. A administração de EHHS 300mg/kg não alterou a coordenação motora dos animais indicando que a atividade antinociceptiva observada não ocorreu devido a efeitos inespecíficos do extrato sobre sistema nervoso central ou periférico. |
CONCLUSÕES: |
O Extrato Hidroalcoólico da Himatanthus sucuuba (EHHS) apresentou efeito antinociceptivo e antiinflamatório em camundongos e manifestou, também discreta, atividade antiedematogênica em ratos. Os efeitos apresentados pelo EHHS representam o efeito somatório médio produzido pelo conjunto das substâncias que o compõem. É importante que estudos farmacológicos adicionais, utilizando outros modelos experimentais, sejam aplicados para dar maior sustentabilidade aos resultados, bem como para elucidação dos possíveis mecanismos de ação envolvidos nos efeitos do EHHS. |
Palavras-chave: Estudo farmacológico, Sucuuba, Plantas medicinais. |