66ª Reunião Anual da SBPC
Resumo aceito para apresentação na 66ª Reunião Anual da SBPC pela(o):
SBQ - Sociedade Brasileira de Química
A. Ciências Exatas e da Terra - 4. Química - 5. Química de Produtos Naturais
CONTROLE DE QUALIDADE DO ÓLEO DE TUCUMÃ ( Astrocaryum aculeatum) DO ESTADO DO ACRE
Dr.Silvia Luciane Basso - FUNTAC
Mestranda Roberta de Freitas Lopes - FUNTAC
EstAgiária Ana Emylli da Silva Nascimento - Pibic FUNTAC-UFAC
INTRODUÇÃO:
O extrativismo vegetal apresenta-se como uma opção de renda para as populações amazônicas, especialmente para a parcela que utiliza a floresta como principal fonte de subsistência. Para Pereira et al. (2009) o extrativismo está inserido nos diferentes sistemas de produção das populações locais, como a agricultura, caça, pesca, extração de óleos vegetais, coleta de frutos e extração de raízes para fabricação de remédios caseiros. Dentro da vasta potencialidade econômica desta região encontra-se diversidade de plantas oleaginosas, que representam um grande potencial econômico, ambiental, tecnológico e nutricional para a sociedade, neste contexto, encontra-se o tucumã ( Astrocaryum aculeatum) espécie pertencente à família da Arecaceae (Palmeiras). As diversas utilidades desta palmeira que compreende desde a alimentação de pessoas e animais, a produção farmacêutica e cosmética, a produção de biocombustíveis e até mesmo a matéria prima na construção de casas. O óleo considerado comestível, de cor amarela extraído do mesocarpo, possui características organolépticas e nutritivas de alto valor para a indústria de alimentos e cosmética, que é um excelente produtor de betacaroteno.
OBJETIVO DO TRABALHO:
Caracterizar o perfil físico-químico do óleo extraído dos frutos de Astrocaryum aculeatum G. Meyer, a fim de garantir os padrões de qualidade do óleo oriundo do estado do Acre.
MÉTODOS:
Os frutos foram coletados na Floresta Estadual do Antimary, município Bujari, Acre. As exsicatas da espécie Astrocaryum aculeatum G.Meyer foram depositadas no Herbário do Parque Zoobotânico da Universidade Federal do Acre sob número de registro 12667. O material botânico obtido foi herborizado e os frutos processados e despolpados para o processo de extração por sistema de prensagem hidráulica. A fim de verificar a qualidade do óleo foram realizadas as análises físico-químicas: Índice de acidez (I.A), iodo (I.I), saponificação (I.S), refração (I.R), viscosidade (V.) e densidade (D.), segundo as normas da AOCS. Foi realizada analise Cromatografia em Camada Fina (CCF), utilizando cromatoplaca de alumínio com gel de sílica 60F254 (Merch®), padrões de ácido oléico, palmítico e esteárico (Sigma-aldrich®), e revelado com vanilina clorídrica, sendo a fase móvel misturas de tolueno e acetato de etila.
RESULTADOS E DISCUSSÃO:
A extração apresentou rendimento de 19,62 %. Os valores da refração, índice de acidez, densidade e índice de saponificação, estão relacionados com a origem, grau de maturação, condições de armazenamento e principalmente, de extração do óleo. Para os testes físico-químicos foram obtidos os seguintes resultados: (I.A) de 4,15mgKOH/g, (I.I) 83,50g/2/100g, (I.S) 191,67mgKOH/g, (D.) 0,911g/ml, (I.R) 1,468 e (V.) 82,84mm2/s. O índice de acidez do óleo é um aspecto pouco influenciado pelas características genéticas ou do cultivo, mas principalmente, pelo tratamento que a semente recebe após a colheita. Sementes quebradas, muito maduras ou armazenadas sob altas temperaturas e umidade são as condições mais propícias ao aumento da acidez do óleo. Foi verificada através da cromatografia a presença majoritária de ácido oléico, palmítico e esteárico consecutivamente.
CONCLUSÕES:
As etapas de processamento do fruto para obtenção do óleo apresentou resultado satisfatório no que diz respeito a fruto bruto e rendimento. Os estudos preliminares dos perfis físico-químicos do óleo extraído apresentaram resultados que potencializam o óleo de tucumã, para o desenvolvimento de insumos nas áreas alimentícia, cosmética e farmacêutica.
Palavras-chave: Oleaginosas, Amazônia, Química de produtos Naturais.