66ª Reunião Anual da SBPC

Resumo aceito para apresentação na 66ª Reunião Anual da SBPC pela(o): SBTx - Sociedade Brasileira de Toxinologia

C. Ciências Biológicas - 10. Microbiologia - 1. Microbiologia

INDICADORES DE QUALIDADE DE ÁGUA DE POÇOS ARTESIANOS EM MUNICÍPIOS NO ESTADO DO MARANHÃO

Luciana da Silva Bastos - Universidade Estadual do Maranhão – UEMA, São Luís, MA. Eliane Braga Ribeiro - Universidade Estadual do Maranhão – UEMA, São Luís, MA. Januária Ruthe Cordeiro Ferreira - Universidade Estadual do Maranhão – UEMA, São Luís, MA. Francisca Neide Costa - Universidade Estadual do Maranhão – UEMA, São Luís, MA. Lúcia Maria Coelho Alves - Orientadora - Universidade Estadual do Maranhão – UEMA, São Luís, MA.

INTRODUÇÃO:

A água é um recurso essencial à sobrevivência de todos os seres vivos e o seu fornecimento em quantidade e qualidade é fundamental para a perfeita manutenção do ciclo vital humano. A água de consumo humano é um frequente e importante veículo de transmissão de enfermidades diarreicas de natureza infecciosa, o que torna primordial a avaliação de sua qualidade microbiológica (ISAAC-MARQUEZ et al.,1994). Por isso, a água potável se constitui em uma das ações de saúde pública de maior impacto na prevenção de doenças e dos índices de mortalidade. Segundo a Portaria Nº. 2.914 de 12 de dezembro de 2011 do Ministério da Saúde, a água potável é aquela que atenda aos padrões de potabilidade, ou seja, que apresenta parâmetros microbiológicos e físico-químicos satisfatórios para consumo humano e que não ofereça riscos à saúde (BRASIL, 2011).

OBJETIVO DO TRABALHO:

Avaliar a qualidade microbiológica da água de mananciais captadas através de poços artesianos em alguns municípios do Estado do Maranhão.

MÉTODOS:

Foram analisadas no período de janeiro de 2012 a dezembro de 2013, 641 amostras de água de poços artesianos procedente de vários municípios do Estado do Maranhão. As análises bacteriológicas foram realizadas no Laboratório de Microbiologia de Alimentos e Água da Universidade Estadual do Maranhão – UEMA. Utilizou-se a técnica do substrato enzimático cromogênico Colilert (com 97 cavidades) método qualitativo e quantitativo que permite determinar o Número Mais Provável (NMP) de Coliformes totais e Escherichia coli (APHA, 2005). O resultado foi obtido utilizando – se a tabela de NMP, no qual se relaciona a quantidade de cavidades grandes e pequenas com caracterização positiva.

RESULTADOS E DISCUSSÃO:

Os resultados das análises microbiológicas da água foram interpretados mediante a verificação do atendimento ou não aos padrões legais vigentes. Foi encontrado elevado percentual de Coliformes totais 233 (36%) nas amostras analisadas, evidenciando o risco da existência de agentes patogênicos. Quanto à Escherichia coli, 33 (5%) amostras indicaram a presença desta bactéria o que indica contaminação por fezes recentes e, consequentemente, por micro-organismos prejudiciais a saúde pública, que por serem mais raros e mais frágeis às condições ambientais, tornam-se difíceis de serem evidenciados. As 375 (59%) amostras restantes foram negativas aos micro-organismos investigados nesta pesquisa. Segundo a Portaria 2.914/11 do Ministério da Saúde, a presença de coliformes na água indica contaminação, com o risco potencial da presença de micro-organismos patogênicos, uma vez que estes são mais resistentes na água do que as bactérias de origem intestinal. Contudo, a legislação preconiza a ausência dessa microbiota, ou seja, a água para consumo humano tem que estar totalmente ausente de qualquer tipo de coliforme, tanto Coliformes totais como termotolerantes. A garantia e a qualidade da água de consumo humano segundo os padrões de potabilidade adequados são questões relevantes para a saúde pública. Estimativas globais mostram que a cada ano 1,8 milhões de pessoas morrem em consequência de doenças diarreicas, o que, na maioria dos casos, pode ser atribuído à água ou alimentos contaminados (WHO, 2009). As águas subterrâneas cumprem função importante e, em inúmeros casos, é vital para o fornecimento de água potável. Por isso, recomenda-se a sua proteção, com eliminação das causas de possíveis contaminações, bem como o uso de filtração, antes da desinfecção, para reduzir, a um nível significante, o risco de transmissão de parasitos pela água (ABRAMOVICH et al., 1998).

CONCLUSÕES:

Pôde-se constatar que um percentual significativo de amostras da água analisada está imprópria para o consumo humano; a água destinada ao consumo humano captada de manancial subterrâneo que não atende aos padrões de potabilidade recomendados precisa ser tratada e avaliada periodicamente; há necessidade da promoção de políticas públicas para garantir o fornecimento de água adequada para todo o território brasileiro, mas principalmente, para o Estado do Maranhão onde a perfuração de poços de forma desordenada e sem padrões técnicos tem sido constante.

Palavras-chave: Coliformes totais, Escherichia coli, Potabilidade.