Reunião Regional da SBPC em Boa Vista
A. Ciências Exatas e da Terra - 4. Química - 4. Química de Produtos Naturais
IMPLEMENTAÇÃO DE ENSAIO ANTIFÚNGICO PARA PROSPECÇÃO DE PRINCIPIOS ATIVOS NO CONTROLE DA VASSOURA-DE-BRUXA DO CUPUAÇUZEIRO (Theobroma grandiflorum)
Ariane da Costa Máximo 1
Maria da Paz Lima 2
Solange de Melo Veras 3
Maria Geralda de Souza 4
1. Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia - INPA
2. Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia - INPA
3. Universidade Federal do Amazonas - UFAM
4. Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária - EMBRAPA
INTRODUÇÃO:
As doenças de plantas tem sido um grande obstáculo à produção agrícola, gerando perdas significativas e aumento no custo de produção, diminuindo a oferta e a qualidade dos produtos. Na região Norte, destaca-se o fungo Moniliophthora perniciosa (Stahel) Aime & Phillips-Mora, agente causal da vassoura-de-bruxa do cupuaçuzeiro, Theobroma grandiflorum (Willd. ex Spreng.) Schum, considerada a principal doença dessa cultura. Os sintomas característicos da doença ocorrem nas brotações causando o engrossamento do caule e o aparecimento de brotos laterais (vassoura verde) seguida pelo secamento das brotações (vassoura seca). O controle de M. perniciosa e outros fungos fitopatogênicos por meio de agrotóxicos propicia o surgimento de patógenos resistentes, causando desequilíbrio ambiental e intoxicação humana e animal. Considerando que a Amazônia é uma grande fonte de recursos naturais para obtenção de substâncias antifúngicas, o presente trabalho teve como objetivo a implementação de ensaio para busca de substâncias naturais frente a M. perniciosa.
METODOLOGIA:
Vassouras verdes e secas de M. perniciosa foram coletadas no campo experimental da EMBRAPA, os isolados obtidos do tecido vegetal infectados das vassouras verdes foram fragmentados e transferidos para placas de Petri (meio de cultura) e acomodadas em câmara de crescimento e os basidiocarpos, coletados de vassouras secas, foram fixados na tampa da placa de Petri que foi vertida sobre a própria placa (meio de cultura). Para avaliar a influência do solvente frente ao fungo, testou-se o DMSO devido sua alta solubilidade na maioria das amostras vegetais. Assim, numa suspensão micelial em placas de Petri, adicionando-se 20 mL de água destilada estéril às culturas fúngicas, em seguida, o fungo foi raspado. Desta solução, retirou-se 3,0 mL e adicionou-se em 20 mL de meio BDA fundente que após homogenização foram vertidas nas placas. Após a solidificação retirou-se discos de 7 mm de diâmetro, adicionando-se 20 µL de DMSO nos orifícios. Incubou-se em câmara de crescimento.
RESULTADOS:
Para a obtenção de M. perniciosa foi necessário o conhecimento do seu ciclo, assim neste trabalho observou-se que o fungo ocorre inicialmente em vassouras secas e nos frutos infectados e após alternância de períodos secos e úmidos há produção de basidiocarpos, liberando esporos (preferencialmente à noite quando ocorre a disseminação do fungo). Numa análise inicial para verificação do tempo de crescimento de M. perniciosa e da interferência do solvente a ser utilizado, observou-se que após 13 dias de avaliação o fungo cresceu preenchendo toda a placa de Petri e quanto ao solvente testado, não houve interferência no crescimento do fungo, pois não houve formação do halo de inibição de crescimento micelial. Assim, o DMSO pode ser utilizado para a solubilização das amostras.
CONCLUSÃO:
Com o isolamento de M. perniciosa e o domínio da técnica de preservação do fungo, o ensaio está apto para ser implementado na busca dos princípios ativos identificados em várias espécies vegetais.
Palavras-chave: Moniliophthora perniciosa , substâncias naturais, antifúngico.