Reunião Regional da SBPC em Boa Vista
C. Ciências Biológicas - 10. Microbiologia - 3. Microbiologia
FUNGOS ENDOFÍTICOS DO TIPO “DARK SEPTATE” NO SISTEMA RADICULAR DE ARROZ SILVESTRE EM ÁREA DE MATA DA AMAZÔNIA
Karen Gonçalves Ribeiro 1
Mayara Nunes Cardoso 2
Gilmara M. Duarte Pereira 3
Paulo Ivan Fernandes Júnior 4
Marcos José Salgado Vital 5
Jerri Édson Zilli 6
1. Mestranda em Recursos Naturais, PRONAT/UFRR
2. Acadêmica do curso de graduação em Ciências Biológicas/UFRR
3. Engenheira Agrônoma, Doutora em Microbiologia Agrícola. Pós-DoutoradoPRONAT/UFRR
4. Biólogo, Doutor em Ciência do Solo. Pós-Doutorado PRONAT/UFRR/Embrapa
5. Biólogo, Doutor em Ciências, Professor Titular da UFRR
6. Licenciado em Ciência Agrícolas, Doutor em Ciência do Solo, Pesquisador Embrapa
INTRODUÇÃO:
Oryza glumaepatula Steud. é uma espécie diplóide de arroz silvestre que constitui grande potencial genético a ser explorado no melhoramento do arroz cultivado, ocorre no Pantanal, no Planalto Central e em áreas de várzea da Amazônia, onde há uma baixa disponibilidade de nutrientes. O crescimento vigoroso de plantas sadias em ambientes oligotróficos sugere a associação de O. glumaepatula com microrganismos benéficos. Trabalhos recentes relatam a capacidade desta espécie estabelecer associações com microrganismos diazotróficos com potencial para a promoção do crescimento vegetal, porém a capacidade de estabelecer interações com fungos endofíticos do tipo “Dark septate” (DSEF) ainda não foi avaliada. Os DSEF são microrganismos endofíticos que podem estar presente no sistema radicular de diversas espécies vegetais e podem apresentar mecanismos de promoção de crescimento vegetal, representando um recurso genético com potencial aplicação na agricultura e na conservação de espécies silvestres ameaçadas. O objetivo deste trabalho foi avaliar a colonização por DSEF em O. glumaepatula Steud. coletado em área de mata do Parque Nacional do Viruá, no Município de Caracaraí, no Estado de Roraima.
METODOLOGIA:
As coletas foram feitas em 03 pontos distintos no Parque sendo que, dentro de cada ponto foram coletados touceiras de arroz jovens e em fase reprodutiva. Amostras do sistema radicular de arroz foram diafanizadas com solução de KOH a 10% por 50 min, neutralizadas com solução de HCl a 2% por 5 min e coradas com solução de azul de tripano em lactoglicerol a 0,05% em banho-maria a 70oC por 15 min. A percentagem de colonização foi determinada pelo método de contagem em lâmina com auxílio de microscópio óptico. O teste de média utilizado foi o teste t de Bonferroni a 10% de significância.
RESULTADOS:
Foi possível observar no córtex das raízes de O. glumaepatula estruturas características dos DSEF como hifas melanizadas e/ou microescleródios em todas as plantas avaliadas. Comparando as plantas em diferentes estádios de desenvolvimento, foi possível observar que aquelas em estádio reprodutivo apresentaram maior média de percentagem de colonização do que plantas jovens 18,25% e 13,93%, respectivamente, indicando que em ambiente de mata há influência do estado fisiológico do hospedeiro na capacidade de colonização pelos DSEF.
CONCLUSÃO:
Esse trabalho constitui o primeiro relato da ocorrência de DSEF em O. glumaepatula na Amazônia. Estudos relacionados à diversidade desses fungos bem como o seu potencial biotecnológico são necessários para o melhor entendimento dessa simbiose em áreas oligotróficas da Amazônia.
Instituição de Fomento: Embrapa Roraima, CAPES/PRODOC, CNPq (Proc. 480073/2009-0)
Palavras-chave: DSEF, Oryza glumaepatula , simbiose.