Reunião Regional da SBPC em Boa Vista
A. Ciências Exatas e da Terra - 6. Geociências - 10. Geociências
MAPEAMENTO E MORFOMETRIA DE FEIÇÕES EROSIVAS LINEARES (VOÇOROCAS) NA SERRA DO TEPEQUÉM – RORAIMA
Marcelo Ricardo Souza de Almeida 1
Luiza Câmara Beserra Neta 2
Stélio Soares Tavares Junior 3
1. Graduando em Geologia - UFRR
2. Prof. Drª.- Departamento de Geografia - UFRR - Orientador
3. Prof. Drº. - Departamento de Geologia - UFRR - Co-Orientador
INTRODUÇÃO:
A serra do Tepequém, situada no norte de Roraima, destaca-se na paisagem regional por se tratar de morro testemunho remanescente do Super-Grupo Roraima. Constitui estruturalmente uma sinclinal assimétrica, elaborada em rochas sedimentares de idade paleoproterozóica (Formação Tepequém). O substrato da serra é constituído por rochas vulcânicas pertencentes ao Grupo Surumu. A morfologia da serra é representada por topo que apresenta importantes variações altimétricas, com altitude máxima de aproximadamente 1.100 metros na encosta SE. A vegetação consiste em savana estépica graminosa nas áreas de planícies e floresta ombrófila densa nas porções de encosta. A serra do Tepequém é drenada pelos igarapés Paiva, a sul, e Cabo Sobral, a norte. Os solos que predominam nas planícies intermontanas da serra são os colúvio-aluvionares e litólicos distróficos arenosos. As feições erosivas lineares, voçorocas, sobressaem na paisagem da serra do Tepequém, apresentando um elevado estágio de evolução. Mapear e compreender a gênese e evolução das feições erosivas lineares, enfatizando a correlação das feições estruturais e erosivas, foi o principal objetivo desse estudo.
METODOLOGIA:
As caracterizações das feições erosivas e estruturais foram realizadas por meio de técnicas fotointerpretativas dos elementos texturais de relevo e drenagem sobre imagens SAR (Radar Apertire Synthetic), além da descrição em campo dos perfis dos taludes das voçorocas, referentes aos aspectos litológicos, mineralógicos e os relativos às feições estruturais e erosivas. Também foram coletadas amostras de solos-sedimentos nos referidos taludes, para análise da separação granulométrica. Os procedimentos para as operações de tratamento das imagens SAR e elaboração dos mapas lineares de relevos e drenagens e de lineamentos estruturais consistiram no uso de técnicas de sensoriamento remoto concernente aos processos de ortorretificação, ampliação de contraste e técnicas fotointerpretativa de métodos lógico-sistemático.
RESULTADOS:
Caracterizados por canais lineares, as feições erosivas lineares predominantes apresentam profundidades variando de 1 a 10,7m, enquanto a largura consiste em variações entre 2 a 14,2m, com extensões atingindo desde 76 a 1200m. Em geral as voçorocas instalam-se nas planícies intermontanas, em pacotes litológicos referente a materiais arenosos a siltosos friáveis, configurado por estratificações plano-paralelas e cruzadas. As fraturas predominantes no arenito, juntamente com os contatos litológicos entre arenito e siltito, são paralelas ao vale da voçoroca ao longo do talvegue, com orientações preferências NE-SW e E-W, conforme as feições estruturais do topo da serra do Tepequém.
CONCLUSÃO:
As informações obtidas a partir da fotointerpretação das imagens SAR/SIPRAM e do estereopar JERS-1 x PALSAR associados aos dados levantados em campo, levam a compreensão de que o arranjo litoestrutural contribuiu significantemente para a instalação e evolução das voçorocas. No entanto ressalta-se a ação de outros fatores que caracterizam a predisposição para erosão, tais como a intercalação entre solos arenosos e siltosos, ação antrópica, topografia do terreno e o elevado índice pluviométrico.
Instituição de Fomento: Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico-CNPq
Palavras-chave: erosão, feição estrutural, paisagem.