Reunião Regional da SBPC em Boa Vista
G. Ciências Humanas - 7. Educaçao - 5. Educação de Adultos
A VISÃO DE PROFESSORES E ALUNOS DE BOA VISTA-RR, SOBRE A EDUCAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS – EJA.
Udine Garcia Benedetti 01
Nilson Monteiro Barbosa 01
1. Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de Roraima
INTRODUÇÃO:
A educação de Jovens e adultos possibilita aos indivíduos retomar seu potencial, desenvolver suas habilidades, confirmar competências adquiridas na educação extra-escolar e na própria vida, com vistas a um nível técnico e profissional mais qualificado. No Brasil, a EJA passa a se tornar uma “modalidade de ensino” na década de 60, mais precisamente em 1967. A partir deste ano até os dias atuais, a EJA sofreu mudanças significativas, passando pela alfabetização de jovens e adultos, até o ensino profissionalizante. Em Roraima a educação profissionalizante de jovens e adultos foi ofertada inicialmente em 2005 pelo IFRR, antigo CEFET-RR, com duas turmas com curso técnico em Edificações integrado ao ensino médio, com o total de 70 alunos matriculados sendo a primeira Instituição Federal a ofertar EJA profissionalizante integrado ao ensino médio no Brasil. O objetivo deste trabalho é mostrar a visão de professores e alunos de duas escolas de Boa Vista - Roraima sobre a EJA.
METODOLOGIA:
Para a análise da visão de alunos e professores sobre a EJA em Boa Vista-Roraima, foi utilizado o método qualitativo por meio de entrevistas e aplicação de questionários com professores e alunos da rede estadual e federal de ensino de Roraima independentemente de atuarem ou estudarem na EJA, tendo o cuidado de considerar os depoimentos e informações dos entrevistados para a validação dos resultados. Os questionários com professores foram aplicados no Instituto Federal de Educação, Ciência e tecnologia de Roraima (IFRR) e na Escola Estadual Professor Antonio Ferreira de Souza, por oferecer cursos de EJA profissionalizante e não profissionalizante, respectivamente, desta forma pudemos ter a visão de professores das redes estadual e federal de ensino. Já os questionários com os alunos foram aplicados apenas Escola Estadual Professor Antonio Ferreira de Souza.
RESULTADOS:
Dos professores entrevistados, 25% responderam que já foram alunos da EJA e 15% não sabem o que significa. Quanto a qualidade da EJA profissionalizante, 15% consideram excelente, 15% ótimo, 45% bom, 20% Regular e 5% consideram ruim. Já o EJA não profissionalizante para 5% dos professores é excelente, 20% acham Ótimo, 30% Bom, 40% regular e 5% ruim. Para os professores as principais dificuldades em relação a EJA são nesta ordem: a falta de políticas públicas, ausência da Secretaria de Educação e Desporto de Roraima, falta de material didático e falta de apoio da direção e de interesse dos alunos. Na entrevista com os alunos, apenas 40% responderam saber o que é EJA Profissionalizante. Quanto a qualidade do ensino da EJA Profissionalizante 30% responderam que é excelente, 30% disseram ser ótimo e 40% responderam que é de boa qualidade. Já a EJA não profissionalizante é excelente para 20% dos alunos entrevistados, ótima para 40%, boa para 10% e regular para 30%. Para eles as principais dificuldades são a falta do material escolar, falta de políticas públicas, falta de interesse da direção da escola pela EJA e dos alunos pelas aulas. Para 65% dos professores e 70% dos alunos o EJA profissionalizante abre as protas para o mercado de trabalho.
CONCLUSÃO:
Um número significativo de alunos e professores ainda não sabem a diferença entre a EJA profissionalizante e a EJA não profissionalizante, no entanto, todos concordam que ambas apresentam muitas deficiências, sobretudo esta última modalidade. A inserção de jovens e adultos no mercado de trabalho, é mais fácil quando esses jovens e adultos apresentam diplomas de cursos profissionalizantes. A oferta destes cursos seria uma das medidas na tentativa da inserção desse público no mercado de trabalho.
Palavras-chave: Educação Profissionalizante, Jovens e Adultos, EJA em Boa Vista.