Reunião Regional da SBPC em Boa Vista
D. Ciências da Saúde - 3. Saúde Coletiva - 1. Epidemiologia
PREVALÊNCIA DA HEPATITE VIRAL A EM BAIRROS COM CARACTERÍSTICAS SÓCIO-ECONÔMICAS CONTRASTANTES NO MUNICÍPIO DE BOA VISTA, RORAIMA, BRASIL.
André de Lima Guerra Corado 1
Pablo Amezága Acosta 2
Frank de Araújo James 3
David Adan Peixoto 4
Francisco Eduardo Gomes Brito 5
1. Aluno de iniciação científica PIC/UFRR
2. Prof. Dr. - Centro de Estudo da Biodiversidade
3. Prof. Dr. - Centro de Estudo da Biodiversidade
4. Acadêmico do curso de Ciências Biológicas
5. Aluno de iniciação científica PIC/UFRR
INTRODUÇÃO:
As hepatites virais constituem, em todo o mundo, um grave problema de saúde pública. Inquérito soroepidemiológico realizado em Boa Vista, aponta a prevalência para Hepatite A de 52,0%, inferior a prevalência de 64,7% sugerida para o Brasil. Neste trabalho objetivou-se determinar a prevalência de marcadores sorológicos para hepatite viral A nos bairros do município de Boa Vista, caracterizados como Alta classe média (renda acima de R$1.200,00) e Massa trabalhadora (renda inferior a R$500,00). Correlacionando-os com faixa etária e aspectos sócio-econômicos da população que os integram, uma vez que a disseminação da hepatite A, está intimamente relacionada com o nível socioeconômico, grau de educação sanitária e condições de higiene da população.
METODOLOGIA:
Mediante a cálculos estatísticos foram recolhidas de indivíduos que habitam os bairros que formam a alta classe média e a massa trabalhadora na faixa etária de 5 a 9 anos e 10 a 19 anos respectivamente 12, 16, 11 e 16 soros excedentes dos laboratórios dos postos de saúde da rede municipal de Boa Vista. Anticorpos do tipo contra o VHA foram detectados usando-se um kit do laboratório Medical Service Biological utilizando a técnica (ELISA).
RESULTADOS:
A prevalência geral (5 a 19 anos) nos bairros que formam a Massa trabalhadora (81,5%) foi significantemente (p< 0,05) maior que a prevalência obtida nos bairros que formam a Alta classe média (39,3%), o que segue o padrão obtido nos inquéritos já realizados no Brasil, no qual bairros de baixa renda que apresentam precárias condições sanitárias possuem as mais altas soroprevalência. Tal fato aponta diferenças contrastantes não só a nível sócio-econômico, mas como também diferenças na infra-estrutura sanitária, já que a diferença é alarmante. A pesquisa aponta que os bairros que formam a Massa trabalhadora atingiram as mais altas prevalências tanto em adolescentes (81,3%), como em crianças (81,8%), o que pode mostrar o descaso com as condições de higiene da população, já que não há diferença entre as faixas etárias. Diferentemente, na Alta classe média a prevalência é 25% maior na faixa etária dos adolescentes que em crianças, o que preconiza um declínio das infecções nos primeiros anos da infância, motivado provavelmente por melhoria ao longo do tempo nas condições sanitárias desses bairros. Além disso, a prevalência em crianças nos indivíduos que formam a Massa trabalhadora foi maior significativamente (p< 0,05) que nos bairros que formam a Alta classe média (25,0%).
CONCLUSÃO:
Melhorias no suprimento de água e nas políticas sanitárias nos bairros que formam a Massa trabalhadora não são medidas ideais, pois o indivíduo não se torna imune à doença, a qual pode adquirir quando adulto com maior possibilidade de casos agudos. Aconselha-se a imunização tanto nos bairros que formam a Alta classe média como nos bairros que formam a Massa trabalhadora de crianças antes de iniciar sua vida escolar, pois assim estas estariam imunizadas à doença.
Instituição de Fomento: FEMACT
Palavras-chave: marcadores sorológicos, anti-VHA, soroprevalência.