Reunião Regional da SBPC em Boa Vista
G. Ciências Humanas - 7. Educaçao - 18. Educação
GRAVIDEZ NA ADOLESCENCIA E O PRÉ´NATAL NOS SERVIÇOS DE SAÚDE DE BOA VISTA/RR
FERNANDA DE FREITAS DA SILVA 1
MARIA NAJANE SOARES MACEDO 2
RENATA HIRANO JUNES 3
MARIA SOCORRO ALVES DE SOUZA 3
MARIA GILVANETE DOS SANTOS 4
MARIA LOURDES GOMES 5
1. ALUNA DO CURSO DE PSICOLOGIA -CEDUC /UFRR
2. ALUNA DO CURSO DE PSICOLOGIA -CEDUC/UFRR
3. ALUNA DO CURSO DE PSICOLOGIA -CEDUC/UFRR
4. PROFESSORA MSc. PEDAGOGIA CEDUC/UFRR
5. PROFESSORA ESPECIALISTA PEDAGOGIA- CEDUC/UFRR
6. PROFESSORA MSc. PEDAGOGIA CEDUC/UFRR
INTRODUÇÃO:
A adolescência nas últimas décadas vem ocupando um lugar de significativa importância nos campos da educação e da saúde em decorrência dos problemas que vem atingindo os jovens, no que se refere a saúde sexual e reprodutiva, a gravidez precoce, o aborto e as doenças sexualmente transmissíveis / AIDS.
O interesse em investigar, a gravidez em adolescentes e o processo que envolve as ações de Pré-natal decorreram da necessidade de se obter informações sobre a real situação de atendimento desse segmento nos Serviços de Saúde, visto que, sabe-se da existência de um número significativo de adolescentes grávidas o que vem se constituindo em problema de saúde pública. A adolescência é uma fase de mudanças em que muitos jovens estão expostos à vulnerabilidade, aqui compreendida como chance de adoecimento, o uso de drogas, a gravidez precoce dentre outros fatores, que estão relacionados a questões individuais e coletivas dessa faixa etária.
Nesse sentido o presente estudo objetivou descrever a percepção de adolescentes sobre a gravidez e avaliar as ações de Pré-natal nos serviços de saúde de Boa Vista/RR. Para tanto, utilizou-se a técnica de entrevista com 30 adolescentes grávidas de 8 (oito) Unidades Básicas de Saúde do Sistema Único de Saúde(SUS) que prestam atendimento de pré-natal.
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METODOLOGIA:
A pesquisa desenvolveu-se com base nos pressupostos de uma abordagem qualitativa-quantitativa que “(...) não se opõem, ao contrário se complementam, pois a realidade abrangida por ambas interagem dinamicamente excluindo qualquer dicotomia” (MINAYO, 1994, p.22). Como método, utilizou-se o estudo de caso que “é uma categorização de pesquisa que coloca e registra dados de um caso particular ou de vários casos a fim de organizar um relatório ordenado e crítico” (CHIZZOTTI, 1988, p.54). O instrumento de coleta de dados foi a técnica de entrevista com perguntas semiestruturadas (em um primeiro momento houve a aplicação de pré-teste).
A pesquisa ocorreu no período de 24/05 a 11/06/2010 em sete unidades de saúde que foram contatadas com antecedência para obtenção de autorização da pesquisa de campo e foi apresentado um termo de livre consentimento esclarecido aos participantes da pesquisa.
RESULTADOS:
Observou-se a predominância da faixa etária de 16 a 19 anos de mães adolescentes com escolaridade que varia da 5ª série do ensino fundamental ao 2º ano do ensino médio, demonstrando que essas adolescentes tiveram filhos precocemente. Das 30 entrevistadas, destaca-se a evasão escolar de 16 delas, que deixaram de estudar ao saber da gravidez, por motivos familiares de reprovação dos pais, ou vergonha pela gravidez.
Trinta das vinte entrevistadas negaram a intenção de engravidar. Isto sugere o desconhecimento e a falta de orientação sobre os métodos contraceptivos e, sobretudo, a ausência de uma educação sexual que deveria a priori ser dada na família - sendo que, em geral, os pais e ou responsáveis por essas adolescentes possuem baixa escolaridade.
Quanto à utilização de métodos contraceptivos, apenas 06 das entrevistadas alegaram ter feito o seu uso.
Em relação ao atendimento de pré-natal, constatou-se o que preconiza o Ministério da Saúde, isto é, o mínimo de 06 consultas médicas.
CONCLUSÃO:
A gravidez em adolescentes decorre, em geral, da ausência de orientação, informação e, principalmente, da falta de uso de métodos contraceptivos, possibilitando sérios riscos relacionados à imaturidade física e psicológica dos jovens, a falta de apoio familiar e o início tardio do pré-natal. Além disso, a realidade da gravidez na adolescência, chama a atenção para a necessidade de políticas públicas por parte do governo e da sociedade direcionadas a esse público.
Palavras-chave: assistência, planejamento, sexualidade.