Reunião Regional da SBPC em Boa Vista
C. Ciências Biológicas - 14. Zoologia - 6. Zoologia
COMPOSIÇÃO DA ICTIOFAUNA DOS IGARAPÉS DO PERDIDO E ARRAIA, REGIÃO DO APIAÚ, MUNICÍPIO DE MUCAJAÍ, ESTADO DE RORAIMA
Adomeu Sales de Souza 1
Maria Aparecida Laurindo dos Santos 2
Patrícia Macedo de Castro Guterres 3
1. Acadêmico do Curso de Ciências Biológicas da UERR, bolsista MIRR/FEMACT.
2. Acadêmica de Ciências Biológicas da Cathedral, estagiária do MIRR/FEMACT.
3. Biol., D.Sc., Profa. da UERR e Pesquisadora MIRR/FEMACT, orientadora.
INTRODUÇÃO:
A riqueza hidrológica da bacia Amazônica é contrastante e pouco conhecida em relação a fauna de peixes, impressiona a presença de diversas espécies pouco estudadas, esta riqueza é em função da composição química dos rios Amazônicos, que possui grande relação com as espécies de peixes do rio Branco, única bacia hidrográfica que banha todo estado. Possui uma grande variedade de ambientes aquáticos permitindo uma grande diversidade de peixes de variadas ordens e famílias. Buscando conhecer a diversidade de peixes que ocorrem em igarapés do estado de Roraima o presente trabalho teve por objetivo verificar a composição de peixes dos igarapés do Perdido e Arraia (2º3539.0’’N:061°0502,3’’W) localizados na vicinal 1, na região do Apiaú, município de Mucajaí.
METODOLOGIA:
Foram realizadas coletas entre agosto de 2009 e agosto de 2010 nos igarapés do Perdido e do Arraia, compreendendo o período de seca e cheia, sendo investigados diversos pontos utilizando o puçá, com 1mm de malha, tarrafa, redes de espera, picaré (15 metros de extensão por 2,5m, com 8mm de abertura de malha), rede de arrasto e peneira tipo garimpeiro sendo passados junto a vegetação aquática, na serrapilheira submersa, margens das barrancas, ocos de paus submersos, priorizando todos os microhábitats dos peixes. Os indivíduos foram fixados em álcool 70% no local de coleta. No laboratório do MIRR, os peixes foram determinados até o menor nível taxonômico possível de acordo com bibliografia disponível. Para obtenção do tamanho dos peixes utilizou-se o comprimento padrão e o comprimento total, realizado com o paquímetro digital com precisão de 0,02mm.
RESULTADOS:
Foram coletados 890 indivíduos distribuídos em 23 espécies, nove famílias e quatro ordens. Os Characiformes constituíram o grupo de maior riqueza e abundância, sendo que as 12 espécies deste grupo representaram 74% do número total de indivíduos coletados. Foram encontradas duas espécies de Gymnotiformes, quatro de Siluriformes e cinco de Perciformes. Os Perciformes foi o segundo grupo mais abundante, seguido pelos Siluriformes e Gymnotiformes. Seis espécies apresentaram alta diversidade, representando 87,3% de todos os indivíduos coletados, destacando-se: Apistograma sp, Aequidens tetrmerus, representando respectivamente 37,1% e 20,5% dos indivíduos coletados, seguidas por Nannostomus trifasciatus (7,6%), Apistograma hipolitae (6,8%). As espécies mais representativas foram N. trifasciatus, com a maior diversidade (H= 15,4), a qual apresenta capacidade de migrar de um ambiente para o outro durante os períodos chuvosos, Nannostomus marginatus (H= 3,98), Apistograma gibbicps (H= 0,02), Astyanax sp. (H= 0,02), Astyanax clavitaeniatus (H= 0,02), Hemigrammus sp (H= 0,10) e Hemigramus levis (H= 0,42).
CONCLUSÃO:
A ordem Characiformes foi a que apresentou a maior riqueza e abundância sendo a Amazônia o centro de diversificação desta ordem representada na grande maioria por espécies de pequeno porte. Algumas espécies como N. marginatus e N. trifasciatus parecem ser indicadoras de qualidade de ambiente, sugerindo que estudos sobre bioindicadores sejam realizados. A riqueza das espécies encontradas nos igarapés da bacia do rio Branco é típica das drenagens que compõem a região Amazônica.
Instituição de Fomento: Fundação Estadual do Meio Ambiente, Ciência e Tecnologia/FEMACT-RR.
Palavras-chave: Amazônia, peixes , rio Branco.