Reunião Regional da SBPC em Oriximiná
C. Ciências Biológicas - 3. Bioquímica - 6. Bioquímica
INFLUÊNCIA DA SAZONALIDADE NO ÓLEO ESSENCIAL DAS FOLHAS DE Curcuma longa L.
Adrielle Nara Serra Bezerra 1
Leomara Andrade da Silva 1
Brenna Celina Ferreira de Carvalho 1
Juliana Almeida Raposo 1
Ricardo Bezerra de Oliveira 2
Rosa Helena Veras Mourão 2
1. Laboratório de Bioprospecção e Biologia experimental – UFOPA
2. Prof. Dsc./orientador - Laboratório de Bioprospecção e Biologia experimental – UFOPA
INTRODUÇÃO:
Conhecida popularmente como açafrão, a espécie Curcuma longa L., pertencente à família Zingiberaceae, é amplamente cultivada na Amazônia, e além do seu conhecido valor nos setores alimentício e têxtil, muitas de suas propriedades medicinais vêm sendo comprovadas cientificamente. Tanto seus rizomas quanto suas folhas são ricos em óleos essenciais (OE), uma classe de metabólitos secundários sintetizados pelas plantas, que podem ser responsáveis por muitas de suas atividades biológicas. Estes compostos podem ter sua síntese afetada por fatores abióticos como radiação solar, temperatura, precipitação, altitude, período sazonal, entre outros; sendo que o ponto ideal de coleta é um dos aspectos fundamentais para estudos com plantas medicinais, como a C. longa, para determinação do período que permita o máximo aproveitamento, melhor qualidade e mínimo de perdas de OE. Com isso, o objetivo deste trabalho foi avaliar a possível variação na quantidade e qualidade do OE das folhas de C. longa coletadas em três diferentes períodos.
METODOLOGIA:
Rizomas de C. longa foram cultivados utilizando-se como substrato terra preta, esterco bovino e cama de frango, na proporção de 5:1:1, em sol pleno, no viveiro do Projeto Farmácia Viva (UFOPA), Santarém-PA, em Janeiro de 2010, período chuvoso. A brotação dos rizomas iniciou-se 30 dias após o plantio e os tratamentos (T1, T2 e T3) foram caracterizados pela coleta das folhas em três períodos:
T1: 1ª coleta - 27/05/10/ período chuvoso/ plantas com 3 meses de idade/, período fértil;
T2: 2ª coleta - 27/07/10/ período de transição chuvoso-estiagem/ plantas com 5 meses de idade/ inférteis;
T3: 3ª coleta - 27/09/10/ período de estiagem/ plantas com 7 meses de idade/ inférteis.
As folhas coletadas foram submetidas à extração de OE pelo método de hidrodestilação em aparelho de Clevenger, por 3 horas, em triplicata, e o teor de OE (%) foi determinado com base na biomassa livre de umidade (BLU). A composição química foi determinada por meio de cromatografia em fase gasosa acoplada à espectrometria de massas. Os resultados foram avaliados estatisticamente por análise de variância (ANOVA) seguida de teste de Tukey ao nível de 99% de confiança.
RESULTADOS:
O rendimento médio de OE das folhas de C. longa foi de 3,5±0,22, 5,25±0,09 e 1,92±0,12%, em T1, T2 e T3, respectivamente. Houve diferenças significativas (p≤0,01) entre as médias do teor de OE de todos os tratamentos, sendo que o maior rendimento foi observado em T2, período de transição entre chuvas e estiagem, e o menor rendimento foi observado em T3, período de estiagem. Quanto à composição química do OE, foram encontrados os 26 mesmos compostos para os três tratamentos, sendo que o teor dos constituintes majoritários não diferiu significativamente - β-felandreno (T1 - 31, 5%/ T2 - 33,8%/ T3 - 32,3%), α-terpinoleno (T1 - 21,7%/ T2 - 22,6%/ T3 - 21,1%) e 1,8 cineol (T1 - 16,3%/ T2 - 15,4%/ T3 - 15,6%). Logo, a partir destes dados, sugere-se que, nas condições deste experimento, a época em que a planta é coletada não interferiria nas atividades biológicas e valor comercial deste OE, já que sua constituição química não sofre interferência da sazonalidade. Porém, a planta produz maior quantidade de OE no período de transição chuvoso-estiagem.
CONCLUSÃO:
Para a obtenção de um maior teor de OE, sugere-se coletar as folhas de C. longa no período de transição entre chuvas e estiagem, embora a qualidade do OE não seja afetada pela época de coleta.
Instituição de Fomento: CNPq, FAPESPA, UFOPA
Palavras-chave: Curcuma longa L.