Reunião Regional da SBPC em Oriximiná
G. Ciências Humanas - 7. Educação - 6. Educação Especial
A FORMAÇÃO DE PROFESSORES NA PERSPECTIVA DA INCLUSÃO, DA DIVERSDADE E DA EDUCAÇÃO ESPECIAL: UM DESAFIO PARA AS INSTITUIÇÕES DE ENSINO SUPERIOR DE SANTARÉM/PA
Tadeu Vasconcelos Silva 1
Carlos José de Melo Moreira 2
1. Bolsista PIBIC/FAPESPA/ Instituto de Ciências da Educação/UFOPA/Pedagogia
2. Prof. Mestre/ Orientador - Instituto de Ciências da Educação - UFOPA
INTRODUÇÃO:
São muitos os olhares e reflexões em torno da formação de professores no Brasil. De fato, temos uma produção de grande área e sua análise já foi realizada sob diversos ângulos e concepções. Contudo, a partir da década de 1990, com a promulgação da LDB (Lei n. 9. 394/96) e as alterações decorrentes da mesma, tem ocorrido uma reavaliação do papel das instituições de ensino, fazendo com que o tema sobre a formação de professores assuma importância crucial. Sobretudo, após as questões postas pelas Diretrizes Curriculares Nacionais para a Formação de Professores da Educação Básica, em nível superior (em curso de licenciatura, de graduação plena), por meio da Resolução CNE/CP no. 1, de 18/02/2002, que expressa a relevância de conteúdos sobre necessidades educacionais especiais para os cursos que formam professores. Não perdendo de vista que um dos desafios dos cursos de formação de professores é preparar profissionais da educação para organizar o trabalho pedagógico na escola para todos os alunos, tendo como base e meta uma educação crítica e democrática que leve em consideração a diversidade cultural e a inclusão de forma bem ampla.
METODOLOGIA:
Utilizamos a pesquisa bibliográfica e o estudo de caso. Realizamos entrevistas semi-estruturadas com a utilização de questionários aplicados a 32 sujeitos estudantes do último semestre dos cursos de licenciatura em pedagogia, geografia, letras e matemática de uma determinada IES de Santarém/PA. Para fundamentação das análises dos dados utilizamos o pensamento de pesquisadores como Garrido (2010); Candau (1997); Ludke (1994); Pereira (2000); Santiago (2003); Moreira (2004); Costa (2009) dentre outros que pesquisam sobre a formação de professores na perspectiva da inclusão da diversidade e da educação especial.
RESULTADOS:
Nos resultados parciais desta pesquisa identificamos os seguintes resultados: - 95% afirmaram que no curso não se discutiu a diversidade cultural; - 30% disseram que tiveram professores preconceituosos e fechados em seu conteúdo, muitas das vezes desatualizados; - 85% disseram da falta de diálogo entre as disciplinas obrigatórias e a realidade da diversidade da Amazônia; - 80% disseram da falta de democracia e de participação na construção do currículo das licenciaturas por parte dos discentes; - 90% dos discentes responderam não ter condições mínimas de atuar na educação especial; - 80% entendem que educação especial e inclusão não é apenas trabalhar com surdos, vem desde a inclusão social, digital perpassando pela inclusão do índio, do quilombola, do surdo, do cego etc; 95% disseram que tiveram apenas a disciplina de LIBRAS e que com 60 h/a ninguém aprende nenhuma língua, muito menos seus fundamentos linguísticos; 100% dos discentes disseram que mudariam completamente a sua grade curricular. Os resultados apresentados remetem a inúmeros aspectos críticos que dificultam a efetivação de uma proposta curricular e a formação de professores com bases inclusivas em sua formação inicial, requisito essencial da atual LDB 9.394/96.
CONCLUSÃO:
Os cursos de licenciatura pesquisados, analisando o ponto de vista dos graduandos, demonstraram a carência de espaços de toda ordem para aprofundar e compreender o que seja uma formação que atenda as necessidades educacionais especiais dos alunos e sua diversidade cultural, consequentemente, uma educação que rompa com o paradigma da exclusão. Dos quatro cursos pesquisados todos os discentes disseram ter tido apenas a disciplina de LIBRAS com 60h/a para aprofundar a temática da inclusão, demonstrando grande insatisfação e despreparo para atuar na educação especial. Desta forma, torna-se urgente, o diálogo de todos os envolvidos e a avaliação contínua dos cursos de licenciaturas, oportunizando o desenvolvimento da crítica da realidade, contemplando questões referentes à diversidade e a inclusão escolar de alunos com necessidades especiais, possibilitando uma educação para o desenvolvimento humano. Portanto, permitindo aos futuros professores habilidade de reflexão e organização pedagógica diferenciadas criando ambientes escolares acolhedores e democráticos, na educação de todos os alunos levando em conta sua realidade e diversidade.
Instituição de Fomento: PIBIC/UFOPA
Palavras-chave: Formação profissional