Reunião Regional da SBPC em Oriximiná
G. Ciências Humanas - 7. Educação - 6. Educação Especial
CONTINUIDADE E RUPTURAS NA APRENDIZAGEM DE CRIANÇAS COM NECESSIDADES EDUCACIONAIS ESPECIAIS
Debora Silva de Abreu 1
Silmara Silva de Melo 2
Carlos José de Melo Moreira 3
1. Instituto de Ciências da Educação/UFOPA/Ciências Biológicas
2. Instituto de Ciências da Educação/UFOPA/Ciências Biológicas
3. Prof. Msc./Orientador – Instituto de Ciências da Educação/UFOPA/Pedagogia
INTRODUÇÃO:
Nas últimas décadas, a propagação da educação escolar como direito imprescindível de todos os alunos sem discriminações e restrições de qualquer tipo em todos os níveis de ensino está presente nas políticas públicas e nas ações educativas. Hoje todas as escolas devem ser inclusivas, a inclusão diz respeito se a sociedade está preparada para receber as pessoas com necessidades educacionais especiais, e o mesmo também deve ser preparado para os desafios que a vida em sociedade possui. As escolas inclusivas precisam dispor de uma série de fatores para ser considerada como tal, por exemplo: projetos que atendam alunos com NEE, profissionais capacitados para atendimento específico, ou seja, deve possuir formação, informação e metodologias próprias para crianças com NEE. Esses profissionais devem trabalhar diretamente com a dificuldade de cada aluno. A escola objeto deste estudo foi fundada em 1910, por Dom Amando e Madre Imaculada, possui atualmente 26 educadores (sendo que quatro são temporários), e atende a 648 alunos, sendo que cinco deles possuem necessidades educacionais especiais. Contudo, esta pesquisa teve como objetivo identificar quais as dificuldades de aprendizado do aluno pela substituição do monitor.
METODOLOGIA:
A pesquisa foi realizada em uma escola pública de Santarém/PA. Foram realizadas consultas bibliográficas, vistas com fins de observação e o estudo de caso, no qual foram feitas entrevista semi-estruturada, aplicação de questionários ao gestor da escola, para dois pais, dois monitores e para duas crianças com necessidades educacionais especiais matriculadas nesta escola. Para a análise dos dados e fundamentação teórica buscamos respaldo nos estudos de Cunha (2003); Neil (1999); Reis (2004); Oliveira (2009); Cury (1999, 2005); Montoan (1997, 2005) dentre outros que pesquisam sobre inclusão de pessoas com necessidades educacionais especiais e a igualdade perante a lei.
RESULTADOS:
As crianças entrevistadas têm 12 e 15 anos, estão na 4ª serie regular, a criança A tem síndrome down, de acordo com a entrevista sua relação com a monitora não é agradável, e ficaria feliz se houvesse sua substituição, a criança A não sabe ler e nem escrever, o que ela mais gosta de fazer na escola é brincar e pintar. A criança B gosta da monitora, e gosta de pintar e desenhar, já sabe escrever o nome, porém tem dificuldade de conversar e fazer amizades, as mães de ambas e acompanham a vida escolar de suas filhas indo sempre a escola onde estudam, acredita na importância da monitora para a educação das filhas. Em relação ao sentimento das crianças à troca da monitora causam-lhe desinteresse quando há um bom relacionamento entre ambas. A gestora quando interrogada sobre sua opinião quanto à importância da monitora no aprendizado, ela deu ênfase dizendo que era sim muito importante que houvesse um acompanhamento por um profissional qualificado, mas não acha que seja saudável a permanência do mesmo por muito tempo, pois alega que iria gerar dependência das crianças, o que geraria transtorno para as mesmas e para a própria família com um possível afastamento.
CONCLUSÃO:
Tendo em vista os resultados da pesquisa, podemos identificar que há sim consequências geradas pela substituição do monitor. Com relação à criança A, a substituição não foi favorável, pois ela alega que a antiga monitora a tratava com mais atenção do que a atual, já para a criança B, a substituição foi bem aceita, pois ao contrário da criança A ela acha que a antiga monitora não lhe dava atenção, o que ocasionou o seu desinteresse. Esses resultados levam em consideração a opinião das crianças com NEE, nota-se que as crianças apresentam um grau de carência escolar, a qual também afeta o seu aprendizado. É importante ressaltar que a presença do monitor é valida quando esse segue seu plano de trabalho, ajudando essas crianças a desenvolverem-se melhor, tanto educacionalmente quanto afetivamente, pois, todos esses aspectos influenciam de maneira direta no aprendizado das mesmas.
Instituição de Fomento: Sem fomento
Palavras-chave: Inclusão educacional