Reunião Regional da SBPC em Oriximiná
G. Ciências Humanas - 2. Arqueologia - 4. Arqueologia
EDUCAÇÃO PATRIMONIAL NA AMAZÔNIA: CONSTRUINDO ELOS EDUCACIONAIS ENTRE O OESTE PARAENSE E SEU PASSADO ARQUEOLÓGICO.
Keiliane de Lima Bandeira 1
Anne Rapp Py-Daniel 2
Victória Ananda Martins Bastos 3
1. Acadêmica do curso de Letras- Instituto de Ciências da Educação- UFOPA
2. Profa. Msc / Orientadora- Instituto de Ciências da Sociedade-UFOPA
3. Acadêmica do curso de Letras- Instituto de Ciências da Educação- UFOPA
INTRODUÇÃO:
Ao observar a carência de conhecimento da comunidade geral sobre a arqueologia Amazônica percebeu-se a necessidade de se formular um trabalho voltado para a Educação Patrimonial, que tenha como objetivo final tentar amenizar tal carência. O Inventário do Centro Cultural João Fona (CCJF), em Santarém, Oeste do Pará, age como uma ferramenta disseminadora para que o público em geral tenha acesso, através do catálogo digital, das antigas peças da região de Santarém e adjacentes, que estão presentes na exposição permanente do Centro Cultural.
O CCJF foi escolhido para a produção do inventário por diversas razões, em primeiro plano, pela necessidade do local de ter uma produção desse nível, pois até então, o museu não dispunha de uma ferramenta atualizada que servisse para controle do material. Em segundo plano, a escolha se deu em função da riqueza do material arqueológico amazônico situado no Centro Cultural e, por fim, pelo fato, de que a comunidade santarena costuma visitar o local, reconhecendo-o como ponto de referência. Apesar da comunidade geral não ter muito conhecimento sobre o passado arqueológico da cidade é perceptível o interesse sobre o assunto, porém, esses interesses esbarram com a ausência de um trabalho de divulgação que seja o elo entre a comunidade e a instituição. É com esse intuito que nasceu o projeto de elaboração do inventário, para que o mesmo faça essa ligação, que desperte na comunidade geral o gosto pela arqueologia amazônica.
METODOLOGIA:
Para que se chegasse ao produto final, o inventário do Centro Cultural João Fona, foram estabelecido 10 meses. Dentro desse período houveram várias etapas até que o trabalho pudesse ficar pronto. Em um primeiro momento, os primeiros quatro meses, foram dedicados a intensos estudos teóricos, e discussões com a orientadora e a ajuda do Prof. Msc Claide de Paula. Passada essa primeira etapa, os estudos teóricos ainda continuaram, porém num ritmo menos denso. A segunda etapa foi o registro fotográfico, a qual foi utilizado um studio e material fotográfico profissional para que pudesse garantir a qualidade das imagens, nesse momento o trabalho de Keiliane Bandeira, Carlos Bandeira, Carlos Bandeira Júnior e Victória Ananda foi essencial. Foi também, na segunda etapa, que se realizou a inserção do número de tombo nas peças e a medição do acervo exposto no Museu João Fona, esse período levou cinco meses, de intenso trabalho e contou-se com a ajuda de Adrea Tatiane, Jorge e Anna Lia. O último momento deu-se com a montagem do inventário e a produção do relatório final, fechando o tempo de 10 meses.
Para que se chegasse a ficha de inventário final foi tomado por base alguns outros inventários, tais como o inventário do Museu Paraense Emílio Goeldi e o anexo do livro A cerâmica Arqueológica da Amazônia, GOMES 2002 e um antigo registro escrito a punho pela Dra. Vera Guapindaia (Museu Paraense Emílio Goeldi).
RESULTADOS:
Dentre os vários resultados obtidos o mais relevante é a planilha do inventário que contem os registros de todo o material arqueológico da exposição permanente do CCJF. O processo de produção da planilha desencadeou outros resultados, também de significativa relevância, tais como, um arquivo com fotografias de todo o acervo em questão; a criação do numero de tombo especifico para cada peça e criação da ficha de inventário e adequação dela ao acervo.
É notório que em muitos pontos da cidade de Santarém, percebe-se uma re-apropriação de temas arqueológicos. Na Praça de São Sebastião, por exemplo, é possível deparar-se com uma representação do Vaso Cariátides, do Vaso de Gargalo, de estatuetas, Muiraquitãs, enfim, pode-se dizer que visualmente algumas características da cultura Santarém são bem conhecidas. Verifica-se que o pouco acesso da população para com a literatura arqueológica local dá-se por inúmeros fatores, dentre eles, a pouca produção de pesquisa publicada em português e pela ausência, até então, de formação de profissionais na localidade.
CONCLUSÃO:
O inventário do CCJF torna-se um ponto de partida para novos trabalhos produzidos na região e para os moradores que nela residem. É notória a necessidade de mais produções de trabalhos na localidade que sirvam de instrumento para que a comunidade tenha acesso, mais facilmente, a informações que antes eram inexistentes ou publicadas em outros idiomas. Precipuamente toma-se por expectativa maior que o inventário aproxime, dos moradores da localidade, os conhecimentos técnicos sobre o material arqueológico do CCJF e que a partir dos novos conhecimentos adquiridos comece-se a (re)pensar sobre a importância que as peças contidas no centro tem para a população do Oeste do Pará.
Percebe-se que ainda há muito a se fazer, principalmente no que diz respeito à adequação física dos ambientes que recebem os materiais arqueológico pois na situação vivida hoje nota-se que há muitos materiais dispersos e poucos locais de acondicionamento.
Instituição de Fomento: MEC/UFOPA
Palavras-chave: Disseminação