Reunião Regional da SBPC em Oriximiná
E. Ciências Agrárias - 3. Recursos Florestais e Engenharia - 6. Recursos Florestais e Engenharia Floresta
RIQUEZA E DENSIDADE DE SEMENTES DE ESPÉCIES FLORESTAIS NO BANCO DE SEMENTES DE TRÊS ÁREAS COM DIFERENTES GRAUS DE EXPLORAÇÃO MADEIREIRA NA FLORESTA NACIONAL DO TAPAJÓS
Adeilda Pereira Campos 1
Cinthia Grazielle Carvalho Andrade 1
Gérsica Bentes Leite 1
Juliana Tamyres Vinholte do Rêgo 1
Rosiane Pessoa Vieira 1
Rodrigo Ferreira Fadini 1
1. Estudante Engenharia Florestal – UFOPA/IBEF
2. Estudante Engenharia Florestal – UFOPA/IBEF
3. Estudante Engenharia Florestal – UFOPA/IBEF
4. Estudante Engenharia Florestal – UFOPA/IBEF
5. Estudante Engenharia Florestal – UFOPA/IBEF
6. Prof. da disciplina Ecologia Florestal – Instituto de Biodiversidade e Florestas-UFOPA
INTRODUÇÃO:
O banco de sementes é definido como um depósito de sementes que está adormecido na superfície e ou nas primeiras camadas do solo, podendo germinar após distúrbio (LEAL, 2002). Esse estoque pode ser também chamado de “memória” da população vegetal, ou o grupo de sementes no solo que possui poder germinativo (GARWOOD, 1989).
Em floresta tropical manejada, o banco de sementes desempenha um papel vital na regeneração, pois garante a manutenção das espécies na área, através da rápida germinação das sementes presentes no solo (GRIME, 1989; WASSIE e TEKETAY, 2006). A exploração madeireira pode modificar a estrutura natural da floresta, conduzindo ao desaparecimento e à modificação da composição de espécies (ARAÚJO et al, 2001), afetando diretamente o banco de sementes e promovendo alterações futuras na estrutura da floresta de áreas exploradas.
Em razão falta de estudos avaliando mudanças no banco de sementes em áreas de manejo florestal de baixo impacto, este trabalho teve por objetivo comparar a riqueza de espécies, composição de espécies e densidade de sementes de espécies de árvores potencialmente exploradas no banco de sementes de florestas com diferentes idades de exploração madeireira de baixo impacto na Floresta Nacional do Tapajós, Santarém, PA.
METODOLOGIA:
O estudo foi realizado nas áreas de exploração madeireira localizada na Floresta Nacional do Tapajós (FLONA Tapajós), situada no município de Belterra, PA. Foram amostradas três áreas com diferentes históricos de exploração madeireira: uma área não explorada (A1), uma explorada há um ano (A2) e uma área explorada há dez anos (A3). As sementes foram coletadas por meio de uma amostragem sistemática, seguindo um transecto no interior da floresta e delimitando 10 parcelas de 50 m x 10 m em cada área. Com a utilização de um gabarito de madeira (0,50 m x 0,50 m), colocado sobre a superfície do solo, foram retiradas 10 amostras de liteira em cada ambiente estudado.
As amostras coletadas foram armazenadas em sacos plásticos e estes identificados. No alojamento da FLONA foi realizada uma primeira triagem do material, com remoção de parte das folhas e retirada todas as sementes maiores. O restante do material foi levado para o Laboratório de Sementes Florestais da UFOPA - Campus Santarém, colocado em sacos de papel e levados a uma estufa a 70ºC por dois dias. Em seguida, o material foi peneirado para a retirada das sementes menores e posteriormente todas foram identificadas. Quando havia incerteza na identificação, a semente entrava na categoria de “não identificada”.
RESULTADOS:
Foram encontradas 13 espécies, pertencentes a 13 gêneros e 13 famílias, e 8 espécies não identificadas. As áreas 1, 2 e 3 apresentaram os seguintes números de espécies, respectivamente: 11, 7 e 4. As espécies Sclerolobium chrysophyllum, Carapa guianensis, Protium tenuifolium, Cenostigma macrophyllum, Byrsonima sp., Myrcia bracteata, Carapa guianensis, Attalea speciosa, Manilkara huberi, Eschweilera sp., Rollinia exsucca ocorreram na área 1. As espécies Sclerolobium chrysophyllum, Cenostigma macrophyllum, Byrsonima sp., Carapa guianensis, Myrcia bracteata, Eschweilera sp., Mouriri sp., Ocotea sp., ocorreram na área 2 e as espécies Protium tenuifolium, Cenostigma macrophyllum, Carapa guianensis, Rollinia exsucca na área 3.
As famílias que apresentaram maior densidade nas áreas 1, 2 e 3 do total amostrado em cada uma foram: Sapotaceae (10, 24 %), Caesalpiniaceae (15, 37 %) e Burseraceae (2, 53 %), respectivamente. O resultado obtido de sementes coletadas em cada área apresentou a seguinte proporção: 64 (área 1); 53 (área 2) e 23 (área 3). Na comparação entre A2 e A3,os dados foram semelhantes aos observados por Araújo et al.(2001), e em relação a riqueza de espécies e manteve-se o decréscimo da área não explorada em relação à área já explorada, como foi constatado por Quanz (2006).
CONCLUSÃO:
Nosso estudo mostrou que a área não explorada (A1) apresentou maior riqueza de espécies florestais madeireiras e maior número de indivíduos no banco de sementes quando comparada à área explorada há 1 ano (A2) e há 10 anos (A3). A exploração provavelmente reduziu a abundância e a densidade de indivíduos arbóreos, contribuindo para uma redução gradativa da riqueza e densidade das sementes produzidas.
Palavras-chave: Banco de sementes