Reunião Regional da SBPC no Recôncavo da Bahia
F. Ciências Sociais Aplicadas - 13. Serviço Social - 7. Serviço Social
UMA VIDA NOBRE: O FORTALECIMENTO DA AUTOESTIMA DE IDOSOS A PARTIR DO ATENDIMENTO SOCIAL E DA PRÁTICA DE ATIVIDADES FISICAS
Alfredo Barbosa de Oliveira Junior 1
Mércia Custódio Torres Nogueira 2
Perla Djanira Lisias da Anunciação Marinho de C. e Silva 3
1. Prof. Alfredo Barbosa de Oliveira Junior - FAN
2. Profª Mércia Custódio Torres Nogueira - FAN
3. Profª Perla Djanira Lisias da Anunciação Marinho de C. e Silva - FAN
INTRODUÇÃO:
Uma discussão acerca da atuação do Assistente Social em grupos de convivência para idosos articulada ao fortalecimento da autoestima como práticas emancipatórias deve estar referendada no reconhecimento de que as mudanças operadas na sociedade brasileira contemporânea favorecem a visibilidade do envelhecimento, cuja comprovação está refletida na redefinição de nossa pirâmide etária.
Ancorado neste entendimento o estudo que ora se apresenta decorre da material necessidade de delinear uma matriz teórico-metodológica fundante da intervenção do Assistente Social junto a idosos participantes de um grupo de convivência, no município de Feira de Santana, Bahia, 2010, grupo este constitutivo de um Projeto de Extensão da Faculdade Nobre.
Tomando-se por base o referido grupo, a pesquisa utilizou-se da prática de atividades físicas (realizadas entre março e junho de 2010) e entendidas como uma das estratégias de enfrentamento das especificidades do envelhecer, para refletir acerca das imbricações tecidas entre o atendimento social, o cuidado com a saúde e o fortalecimento da autoestima dos idosos. Assim, se entende que o sujeito que envelhece deva ser contemplado por oportunidades de reafirmação da sua cidadania na perspectiva do seu empoderamento como sujeito social.
METODOLOGIA:
Neste estudo, optou-se por um desenho de pesquisa de natureza descritiva com abordagem qualitativa. Como campo empírico para coleta dos dados elegeu-se o Grupo Vida Nobre, vinculado a um Projeto de Extensão da Faculdade Nobre, Feira de Santana.
Os sujeitos eleitos foram os idosos integrantes do grupo, sendo o critério de amostragem a adesão espontânea mediante o consentimento livre e esclarecido. Para tanto, foram apresentados os objetivos do estudo, seus riscos e benefícios e o correspondente compromisso com a preservação dos princípios éticos que norteiam as pesquisas envolvendo seres humanos.
Para coleta de dados, feita a partir de fontes primárias, abordagem social e registro de depoimentos espontâneos, adotou-se um roteiro de entrevista semi-estruturada. Para análise dos dados coletados considerou-se os indicadores e dados referentes à atividade física, além da escuta significativa e do conteúdo manifestado nos discursos dos sujeitos.
RESULTADOS:
O estudo resgatou a dinâmica cotidiana do grupo a partir da análise dos significados atribuído às atividades desenvolvidas e sua relação com mudanças na vida para os idosos, sendo eles representantes de ambos os sexos, casados ou viúvos, entre 60 e 89 anos, católicos, sendo, aposentados, donas de casa, comerciantes ou trabalhadores informais.
A sistematização dos dados demonstrou o reconhecimento da prática de atividade física como estratégia de promoção da saúde, além de favorecer a construção de uma nova rede de sociabilidade, operando mudanças no cotidiano, favorecendo o desenvolvimento de uma outra experiência do envelhecimento, além de acionar conteúdos subjetivos que o sujeito normalmente não contempla em outros momentos da vida.
Quanto à inserção no grupo, além de traduzir uma preocupação com as condições de saúde, foi motivada também pelo desejo de assegurar mudanças na qualidade de vida, incluindo-se o fortalecimento da autoestima.
Assim, foi possível perceber que os idosos passaram a destinar uma maior preocupação com o autocuidado, favorecendo uma vida mais saudável, principalmente em relação à saúde.
CONCLUSÃO:
Este estudo, reconhecendo a importância do atendimento social associado à prática de atividade física, confirmou que propostas comprometidas com a qualidade de vida, fortalecimento da autoestima e subseqüente emancipação do indivíduo idoso, são significativas para o sujeito que envelhece, principalmente quando esta prática se desenvolve em um contexto de grupo, o que possibilita a troca de experiências e se reflete no estabelecimento de uma outra sociabilidade.
Palavras-chave: Serviço Social, Saúde, Envelhecimento.