Reunião Regional da SBPC no Recôncavo da Bahia
D. Ciências da Saúde - 1. Enfermagem - 2. Enfermagem de Saúde Pública
Estudo da automedicação em uma população de idosos.
Adriana Pereira da Silva 1
Samuel Pereira da Silva 2
Thenyson Luis Farias sos Reis 1
1. Faculdade Maria Milza
2. UNEB
INTRODUÇÃO:
A automedicação é definida como o uso de medicamentos sem prescrição médica, onde o próprio paciente decide qual fármaco utilizar, colocando em risco sua saúde. O envelhecimento é um fenômeno natural que engloba todas as etapas e experiências da vida, acarretando uma sobrecarga devido ao desgaste ao longo do tempo. Com a necessidade de utilizar paliativos para problemas adquiridos muitas vezes com a própria idade, as pessoas se automedicam como forma de aliviar os sintomas mais freqüentes, entretanto, poderão estar trazendo prejuízos à saúde, sobretudo, em idosos.
Ao observar freqüentemente o elevado índice de idosos que utilizavam a automedicação, durante a vivência profissional prestada em uma farmácia do município de Cruz das Almas - BA surgiu o interesse de realizar um projeto voltado para essa população em questão. Assim, o objetivo desse trabalho foi identificar quais os motivos que levam uma população de idosos ao consumo de medicamentos sem indicação correta de profissional competente no assunto, bem como, possíveis conseqüências dessa prática, que poderá causar um risco iminente a saúde.
METODOLOGIA:
Esse trabalho foi desenvolvido através de um estudo quali-quantitativo, com caráter descritivo exploratório. Participaram da pesquisa idosos freqüentadores de uma farmácia localizada no município de Cruz das Almas - BA. Para a amostra foram selecionados idosos de ambos os sexos, com a faixa etária a partir de 60 anos. A pesquisa constou de uma entrevista que foi iniciada após autorização pelo Comitê de Ética em Pesquisa (CEP), o qual foi aprovado sob o protocolo 2445/08. Foram adotadas letras do alfabeto para identificar os sujeitos participantes do estudo. Conforme Polit Hungler (2004), sujeito é a pessoa que está sendo estudada, que participa de um estudo e fornece dados ao pesquisador.
A coleta das informações foi realizada nos períodos de outubro a novembro de 2008, através da entrevista estruturada, com elaboração de um roteiro de entrevista (formulário) composto por questões objetivas e subjetivas, seguindo um roteiro de entrevista previamente estabelecido.
RESULTADOS:
Constatou-se que a população desconsidera os efeitos nocivos de certas drogas, ou acreditam que elas não possuem tais efeitos, e com isso, buscam a cura de problemas designados como “passageiros” e até mesmo os crônicos, ou seja, os usuários utilizam a automedicação rotineiramente. Vários motivos colaboram para tal prática: a dificuldade em agendar uma consulta em tempo hábil, situação financeira ou renda mensal insuficiente e transtorno de locomoção.
De acordo com os relatos, o maior número dos entrevistados não apresentou reações adversas aos medicamentos que utilizaram durante as enfermidades.
Entretanto, percebeu-se com este estudo que os idosos ou responsáveis pelos mesmos, não tem a preocupação de agravar o problema de saúde ou até desconhece o real diagnóstico do problema e tentam por conta própria resolver. Em contrapartida, se automedicam, como se fosse um alvo para um possível teste do certo ou errado, caso não resolva decide procurar por serviços especializados.
Constatou-se que a população pratica a automedicação na tentativa de buscar uma resposta mais rápida e imediata para seus problemas de saúde, devido ao acesso nos serviços de atenção formal a saúde serem dificultado, sendo assim, os mesmos resolvem solucionar seus problemas de saúde.
CONCLUSÃO:
Os medicamentos estão incorporados á dinâmica de uma sociedade de consumo devido às facilidades em comprar os produtos nas farmácias com os balconistas utilizando indicações de terceiros ou reutilizando receitas antigas. A dificuldade nos serviços médicos especializados em tempo conveniente com os sintomas apresentados também é um fator preponderante para a prática da automedicação. Sugere-se que sejam implementadas mais ações de promoção à saúde, tanto para os idosos como a população em geral.
Palavras-chave: Medicamentos, Terceira idade, Riscos à saúde.