Reunião Regional da SBPC no Recôncavo da Bahia
E. Ciências Agrárias - 1. Agronomia - 5. Agronomia
VARIEDADE DO GENERO DIOCOREAS NO RECONCAVO DA BAHIA
Paulo Cesar Lemos de Carvalho 1
Maria Gilcilene Maciel Rocha 2
Maria Jane Maciel Rocha 3
1. Prof.Dr.Paulo Cesar Lemos de Carvalho - UFRB
2. Estudante Maria Gilcilene Maciel Rocha - UFRB
3. Estudante Maria Jane Maciel Rocha - UFRB
INTRODUÇÃO:
A Dioscoreaceae foi reconhecida inicialmente por Brown em 1819, com o nome Dioscoreae, sendo constituída atualmente por cinco gêneros com cerca de 900 espécies, onde a grande maioria pertence ao gênero Dioscorea (Burkill, 1967).
A ampla distribuição deste grupo pelo mundo sugere que este gênero já existisse antes da separação da África da América no fim do período Cretáceo, ainda na Gondwana. Entre as espécies do velho mundo (x = 10) é alto o grau de poliploidia, tendo sido encontrados números variáveis de cromossomos: 50, 60, a 140, em áreas cultivadas, embora números elevados sejam verificados também em estado selvagem, ocorrendo entre os materiais cultivados vários aneuplóides (2n = 38, a 81) (Bressan, 2005).
O cultivo do inhame constitui uma expressiva fonte de renda no nordeste do Brasil, principalmente para os Estados da Bahia, Sergipe, Alagoas, Paraíba e Pernambuco (santos,2002). Na Bahia, a maior área cultivada se encontra no recôncavo, destacando-se os municípios de Maragojipe, São Felipe, Cruz das Almas e São Félix, sendo encontradas as espécies D. rotundata e D. cayenensis (Boca funda) ocupando mais de 90% da área cultivada e em menor escala D. alata (São Tomé e Jibóia) e D. trifida (inhambu ou cará mimoso) além de D. bulbifera (inhame fígado), esporadicamente.
METODOLOGIA:
O trabalho foi conduzido inicialmente através de um levantamento que incluiu visita às propriedades agrícolas seguida de coleta de genótipos. Durante o contato com o produtor foram investigados os motivos que o levaram a cultivar aquele genótipo, e o diagnóstico de características morfológicas, visando identificar alguma fonte de resistência a problemas fitossanitários e outras características.
O material genético produto das coletas com os dados de passaporte foi conservado na Universidade Federal do Recôncavo da Bahia, por cerca de dois meses, tempo suficiente para quebra de dormência das gemas, após multiplicação aqueles mais promissores irão compor testes mais avançados na tentativa de definir materiais de elite para futura distribuição aos agricultores.
RESULTADOS:
Até o momento foi detectada uma considerável diversidade nas espécies em estudo, sendo que os agricultores atribuíram nomes aos clones de maneira espontânea e que já se popularizou no meio rural, a exemplo de inhame de ouvido, inhame de penca, inhame tábua, inhame de espinho, boca funda e roxo da costa, na espécie D. rotundata os inhame jibóia e cará São Tomé em D. alata.
Morfologicamente é possível separar estes clones, o que demonstra uma variabilidade em potencial nestas espécies e que pode ter ocorrido através de introduções de outros continentes em épocas passadas ou ser produto de mutações somáticas aqui no recôncavo desde o início do cultivo destas espécies. O ponto importante a ser considerado daqui em diante é intensificar a busca pela variabilidade que deve existir de forma mais ampla, caracterizar o material coletado e correlacionar estes genótipos com os problemas comuns enfrentados pela cultura em nossa região.
CONCLUSÃO:
Embora o inhame seja propagado de forma vegetativa, existe variabilidade genética nas áreas de cultivo no recôncavo da Bahia, que pode ser caracterizada por descritores morfológicos individualizando os clones em cada espécie.
A maior parte dos produtores de inhame do Recôncavo da Bahia utilizam rizóforos-semente infectados por nematóide.
A capacitação e atualização dos agricultores e profissionais são fundamentais para o manejo adequado das culturas.
Instituição de Fomento: Univesidade Feseral do Reconcavo da Bahia
Palavras-chave: Variabilidade , Rizoforo, genotipo.