Reunião Regional da SBPC no Recôncavo da Bahia
D. Ciências da Saúde - 1. Enfermagem - 7. Enfermagem
ATIVIDADES QUE CAUSAM ESTRESSE NAS ENFERMEIRAS QUE ATUAM EM UNIDADES DE TERAPIA INTENSIVA (UTI)
Adernilson Queiroz Alves 1
Larissa de Jesus Guimarães 2
Lídia Maria de Jesus Guimarães 3
1. Faculdade Zacarias de Góes e Vasconcelos - FAZAG
2. Universidade Gama Filho - UGF
3. Faculdade Zacarias de Góes e Vasconcelos - FAZAG
INTRODUÇÃO:
O stress é um conjunto de reações que o organismo desenvolve ao ser submetido a uma situação que exige esforço de adaptação (FRANÇA & RODRIGUES, 2002). Diferente de outros riscos ocupacionais, em geral relacionados a trabalhos específicos, o stress associa-se de forma variada em todos os tipos de trabalho, prejudicando não só a saúde, mas, também, o desempenho dos trabalhadores (FRANÇA & RODRIGUES, 2002). Com o avanço das tecnologias, o ambiente de trabalho mudou e hoje o profissional vive sob contínua tensão em função da alta competitividade das empresas, que exigem constante aprendizado e enfrentamento de novos desafios. A equipe de enfermagem, por ter uma permanência maior ao lado do paciente, vivencia situações estressantes, causadores de ansiedade. Entre os diversos estressores no ambiente de trabalho os mais comuns são a carga de trabalho, a pressão de tempo, ameaça, situação de competição, serviços em zona de perigo e trabalho monótono. Dessa forma, os objetivos desta investigação foram caracterizar os enfermeiras que atuam em Unidades de Terapia Intensiva (UTI) e constatar o nível de estresse dos enfermeiros no trabalho. Para tanto, buscou-se responder à seguinte pergunta: Quais das atividades exercidas pelas enfermeiras de UTI são consideradas mais estressantes?
METODOLOGIA:
O presente estudo, com abordagem quantitativa, de corte transversal, foi realizado através de uma pesquisa descritiva. A pesquisa teve como local de estudo a Faculdade Área I em Salvador-BA, onde está instalado o curso de Enfermagem em Terapia de Alta Complexidade pela Universidade Gama Filho. Fizeram parte desse estudo 14 enfermeiras, discentes do curso de Pós-Graduação em Alta Complexidade, pela referida Universidade, e que já trabalham em alguma Unidade de Terapia Intensiva. Foi aplicado um questionário estruturado, no período de 08 a 09 de novembro de 2009, com autorização do público estudado, respeitando assim, os princípios éticos baseados na resolução nº. 196/96 do Ministério da Saúde, sobre pesquisa envolvendo seres humanos. Como instrumento de pesquisa foi utilizado a Escala de Bianchi de Stress – EBS. É um instrumento auto-aplicável e consta de duas partes: a primeira traçando o perfil da população em estudo e a segunda quantificando os estressores, indicado pelo público alvo
RESULTADOS:
Os resultados foram apresentados sob a forma de gráficos e tabelas. Observou-se que a população é predominantemente do sexo feminino (100%), à semelhança de resultados obtidos em outros casos como: Batista e Bianchi (2006). A faixa etária predominante é de 20 a 30 anos (35,7%), representando uma população de adultos jovens, semelhante às pesquisas feitas por outros autores como: França e Rodrigues (2002) e Bianchi (2006). No que se refere ao tempo de atuação na área, 37,5% das entrevistadas possuem entre 2 e 5 anos de formados. Quanto às unidades específicas, observou-se que a denominada UTI Geral predominaram com 78,6%, seguida de UTI Adulto com 28,6% e depois UTI neurológica com 14,3%. De acordo ao tipo de atuação, constatou-se que a grande maioria das entrevistadas (64,3%) possui curso de pós-graduação sendo que destas, apenas 21,4% cursou UTI - atividade que estão atuando. As situações estressantes referidas pelo grupo, foram divididos em 6 áreas, conforme a Escala de Bianchi de Stress (EBS). De acordo com os valores, observou-se que atender aos familiares de pacientes críticos, solicitar a revisão e concerto de equipamentos, orientar familiares de paciente crítico, realizar atividades burocráticas e más condições de trabalho foram consideradas as mais estressantes.
CONCLUSÃO:
Nas atividades listadas, constatou-se que entre as mais estressantes estão as que dependem da comunicação entre as unidades, a relação burocrática e interpessoal. Esses aspectos provavelmente, são indicativos de uma dificuldade no relacionamento interpessoal da equipe, interferindo na dinâmica e funcionamento da unidade, gerando um desgaste para os profissionais e, consequentemente, um déficit na qualidade da assistência prestada.
Palavras-chave: Stresse, Enfermeira, UTI.