Reunião Regional da SBPC no Recôncavo da Bahia
E. Ciências Agrárias - 1. Agronomia - 4. Fitotecnia
Estudo dos padrões morfométricos da espécie Centris (Hemisiella) tarsata Smith, 1874 (Hymenoptera, Apidae, Centridini) residente em ninhos artificiais no Recôncavo da Bahia
Adriane Vieira Souza 1
Cerilene Santiago Machado 2
Carlos Alfredo Lopes de Carvalho 3
Wyratan da Silva Santos 4
Iuran Nunes Dias 5
Philipe Brito de Oliveira 6
1. Graduanda de Agronomia - CCAAB/UFRB - Bolsista PIBIC/CNPq
2. Doutoranda do PPGCA - CCAAB/UFRB - Bolsista PIBIC/CNPq - Co-orientadora
3. Prof. Dr. - CCAAB/UFRB - Bolsista PQ/CNPq - Orientador
4. Pós-doutorando da PPGCA - CCAAB/UFRB - Bolsista PNPD/CAPES
5. Graduando de Zootecnia - CCAAB/UFRB - Bolsista PIBIC/CNPq
6. Graduando de Medicina Veterinária - CCAAB/UFRB - Bolsista PIBIC/CNPq
INTRODUÇÃO:
As abelhas Centridini são conhecidas pelas interações com flores produtoras de óleos, principalmente da família Malpighiaceae. A maioria das espécies nidificam no solo, geralmente em grandes agregações, porém alguns grupos usam orifícios em madeira como a Centris tarsata , que constrói seus ninhos nessas cavidades e, por isso, podem nidificar em ninhos artificiais. Dados morfológicos como o tamanho do corpo, extensão, largura e forma das asas das abelhas são considerados passíveis de variação e por isso podem ser úteis para diferenciar populações locais, com o uso de ferramentas como as análises morfométricas. Os métodos de morfometria tradicional têm fornecido resultados consistentes em estudos de variabilidade de tamanho de partes do corpo das abelhas. Este trabalho teve por objetivo comparar o grau de diferenciação da população de C. tarsata residente em ninhos artificiais com diâmetros de 7, 9 e 11 mm, instalados em pomar de aceroleira e no seu entorno no Recôncavo da Bahia.
METODOLOGIA:
Os espécimes foram obtidos dos ninhos artificiais instalados no pomar de aceroleira e no seu entorno na Embrapa Mandioca e Fruticultura Tropical, em março/2008 a dezembro/2009. As asas direitas (anterior e posterior) do total de 168 indivíduos emergidos foram retiradas, fotografadas e medidas no programa Motic 2.0 ML empregando a metodologia da morfometria tradicional, utilizando 17 variáveis na asa anterior (comprimento e largura da asa, larguras e comprimentos das células 1ª, 2ª e 3ª submarginal, e das células 1ª e 2ª medial, comprimento das nervuras subcostal+radial e anal-1, comprimentos das células marginal e da 2ª cubital, distância da interseção da nervura anal-1 com cubital-anal até interseção da cubital com a 1ª médio-cubital) e 7 na posterior (comprimento e largura da asa, comprimento das nervuras setor radial, anal e cubital-anal, distância da interseção da nervura anal com cubital-anal até interseção da setor radial-mediana com a setor radial e largura da célula radial).
RESULTADOS:
Foram realizadas as análises de variância univariada, considerando-se as 17 medidas separadamente por diâmetros, quando foi encontrada diferença significativa (P>0,05) pelo teste de Tukey, ou seja, existem diferenças no tamanho das asas. Observou-se que as medidas de comprimento e largura das asas foram maiores nos diâmetros de 9 e 11 mm. Os resultados demonstraram a formação de dois grupos distintos, um formado pelos indivíduos no diâmetro 7 mm e o outro nos diâmetros de 9 e 11 mm. O tamanho dos indivíduos de C. tarsata é influenciada pelo diâmetro do ninho artificial, sendo que a utilização de ninhos com diâmetros de 9 e 11 mm resulta em abelhas semelhantes morfometricamente e de porte maior do que aquelas residentes em ninhos com 7 mm. Não houve diferença entre os indivíduos formados nos ninhos dentro do pomar e no seu entorno.
CONCLUSÃO:
O tamanho do diâmetro dos ninhos artificiais utilizados no manejo de Centris tarsata influencia no porte do indivíduo adulto formado, o que pode ter implicações no sucesso da polinização da aceroleira, visando o aumento de produtividade da cultura.
Instituição de Fomento: CNpq
Palavras-chave: Morfometria, abelha solitária, polinização.