Reunião Regional da SBPC no Recôncavo da Bahia
G. Ciências Humanas - 7. Educaçao - 3. Educação Ambiental
PERCEPÇÃO DE PROFESSORES DO ENSINO FUNDAMENTAL DE CRUZ DAS ALMAS-BA SOBRE EDUCAÇÃO AMBIENTAL
Alanna Rachel Andrade 1
Barbara Guimarães Ferreira Santos 1
Bárbara Nogueira Cerqueira 1
Wilma Andrade Brandão 1
Lidiane Cardoso 1
Marcos C. Teixeira 1
1. Centro de Ciências Agrárias, Ambientais e Biológicas/UFRB- Cruz das Almas
INTRODUÇÃO:
A Educação Ambiental configura-se em um processo participativo que aponta para as transformações da sociedade em direção a novos paradigmas de justiça social e qualidade ambiental. Neste processo, o educando deve assumir o papel de elemento central do processo de ensino/aprendizagem, participando ativamente do diagnóstico dos problemas ambientais e sociais, buscando soluções e sendo preparado como agente transformador, através do desenvolvimento de habilidades e formação de atitudes. Entretanto, para que o estudante possa adquirir essa base, o professor deve desempenhar um papel fundamental, trocando conhecimentos e experiências que garantam o acesso à informação em linguagem adequada, e contribuam para o desenvolvimento de uma consciência crítica que estimule o enfrentamento das questões ambientais e sociais. Porém, para que os professores possam ser os mediadores deste processo de ensino/aprendizagem é necessário que estejam preparados e atualizados dentro deste contexto complexo, procurando trabalhar não apenas a mudança cultural, mas também a transformação social, assumindo a crise ambiental como uma questão ética e política. Neste estudo objetivamos investigar quais são as concepções dos professores do ensino fundamental de Cruz das Almas em relação à educação ambiental.
METODOLOGIA:
O estudo foi desenvolvido como parte integrante da disciplina de Educação ambiental. Para a realização deste trabalho foram aplicados questionários para 18 professores do ensino fundamental de quatro escolas da cidade de Cruz das Almas - BA, sendo duas escolas públicas e duas escolas particulares. Foram escolhidos professores apenas do nível fundamental, já que o enfoque para a educação ambiental é maior nessa fase de ensino. Os questionários aplicados continham termos sobre questões atuais que permeiam nosso cotidiano aos quais os professores deveriam assinalar se constituíam ou não objeto de estudo da Educação ambiental. Calculou-se a freqüência com que cada item foi marcado e esses resultados foram utilizados para fazer inferências sobre as percepções de educação ambiental dos professores.
RESULTADOS:
Apenas os termos exploração mineral, aquecimento global, desmatamento, extinção de espécies, lixo, poluição industrial e queimadas foram indicados por 100% dos entrevistados. Em seguida, o termo exploração mineral foi o mais indicado (94,44%) e, na sequência, questões energéticas (77,78%) e consumismo (61,6%) obtiveram maior frequência na indicação pelos professores entrevistados. Os termos guerras; mobilidade urbana; pobreza; comunidades indígenas; crise econômica e reforma agrária obtiveram freqüência de indicação entre 20% e 40%. Os termos justiça; conflitos trabalhistas; exclusão social; inclusão social foram indicados por menos de 20% dos entrevistados. Apenas o termo reprovação escolar não foi indicado por nenhum dos professores com sendo objeto de interesse da educação ambiental.
CONCLUSÃO:
A freqüência com que os termos são indicados pelos professores aumentam conforme os termos se aproximam das áreas das ciências naturais. Essa noção de educação ambiental que desconsidera o ambiente cultural, denominada de naturalista por alguns autores, não tem contribuído de forma efetiva para a formação crítica dos estudantes, pois considera apenas que “é preciso ensinar as crianças a cuidarem do que ainda resta da natureza”, como afirmou uma das professoras entrevistadas neste trabalho.
Palavras-chave: Educação ambiental, Professores, Concepção.