Reunião Regional da SBPC no Recôncavo da Bahia
E. Ciências Agrárias - 7. Ciência e Tecnologia de Alimen - 1. Ciência de Alimentos
CARACTERÍSTICAS FÍSICO-QUÍMICA DE MEL DE Melipona scutellaris DA REGIÃO DO RECÔNCAVO BAIANO
Daiane de Jesus Oliveira 1
Geni da Silva Sodré 2
Carlos Alfredo Lopes de Carvalho 3
Samira Maria Peixoto Cavalcante da Silva 4
Jorge Alberto Cardoso Pereira Borges 5
Lana Clarton 6
1. Estudante de Graduação do CCAAB-UFRB, Cruz das Almas-BA, Bolsista PIBIC-CNPq
2. Docente do CCAAB-UFRB, Cruz das Almas-BA, Orientadora
3. Docente do CCAAB-UFRB, Cruz das Almas-BA
4. Grupo de pesquisa Insecta da UFRB, Cruz das Almas-BA
5. Grupo de pesquisa Insecta da UFRB, Cruz das Almas-BA
6. Grupo de pesquisa Insecta da UFRB, Cruz das Almas-BA
INTRODUÇÃO:
A Melipona scutellaris é uma espécie de abelha sem ferrão, popularmente conhecida como uruçu. Essa espécie é importante para a meliponicultura nacional, sendo a mais criada em todo o Nordeste do Brasil, ocupando desde o Estado da Bahia até o Rio Grande do Norte. A criação racional de abelhas sem ferrão constitui-se em uma atividade desenvolvida em sua grande parte por pequenos produtores, onde se consegue obter bons resultados. Tal fato esta relacionado principalmente aos altos preços no mercado que o mel produzido por essas abelhas apresentam, pois é extremamente apreciado, devido a seu sabor característico e muitas vezes procurado por propriedades terapêuticas que lhes são atribuídas. Não obstante, o conhecimento das características do mel destas abelhas ainda é limitado. Desta forma, existe a necessidade de se pesquisar as características do seu mel, a fim de auxiliar na definição de parâmetros de qualidade e estratégias de comercialização deste produto. Neste sentido, desenvolveu-se a presente pesquisa com o objetivo de conhecer as características do mel de Melipona scutellaris da região do Recôncavo Baiano por meio de análises físico-químicas.
METODOLOGIA:
Foram coletadas 25 amostras de méis de M. scutellaris diretamente de meliponicultores de seis municípios (Amargosa, Cachoeira, Castro Alves, Cruz das Almas, Governador Mangabeira e São Felipe) do Recôncavo Baiano. As amostras foram encaminhadas para o Núcleo de Estudos dos Insetos (Insecta) do Centro de Ciências Agrárias, Ambiental e Biológica da Universidade Federal do Recôncavo da Bahia em Cruz das Almas - BA, para realizações das avaliações físico-químicas. Foram avaliados os seguintes parâmetros: açúcares redutores, sacarose aparente, umidade, atividade diastásica, Hidroximetilfurfural (HMF), teor de cinzas, acidez, pH, condutividade elétrica e a classificação da cor.
RESULTADOS:
Os valores médios e seus respectivos desvios padrões encontrados nas análises do mel de M. scutellaris foram: açúcares redutores (63,49 +/- 4,15%), sacarose aparente (1,44 +/- 1,24%), umidade (27,79 +/- 1,81%), atividade diastásica (0,46 +/- 4,86 escala de Gothe), HMF (0,45 +/- 1,23 mg.kg-1), cinzas (0,12 +/- 0,09 %), acidez (27,13 +/- 17,04 meq.kg-1), pH (3,59 +/- 0,48), condutividade elétrica (219,88 +/- 144,08 µS cm-1), sendo que 79,2% das amostras apresentaram cor âmbar claro, 12,5% extra âmbar claro e 8,3% âmbar. Comparando os resultados com a regulamentação brasileira que atende as características do mel de Apis mellifera, por ate então não existir uma legislação para méis de abelhas sem ferrão, verifica-se que dos parâmetros avaliados, açúcares redutores, umidade e atividade diastásica apresentam valores fora das normas. Entretanto, essas diferenças encontradas são devidas aos hábitos das abelhas nativas serem diferentes das abelhas africanizadas, bem como as condições climáticas e origem botânica.
CONCLUSÃO:
Diante dos resultados obtidos pode-se concluir que dentre as características físico-químicas avaliadas em méis de M. sutellaris, os açúcares redutores, a umidade e a atividade diastásica apresentaram valores médios fora dos padrões estabelecidos pela Legislação Brasileira para méis de Apis mellifera.
Instituição de Fomento: Cnpq
Palavras-chave: físico-química, meliponicultura, uruçu.