Reunião Regional da SBPC no Recôncavo da Bahia
C. Ciências Biológicas - 10. Microbiologia - 3. Microbiologia
AVALIAÇÃO DA DISTRIBUIÇÃO ESPACIAL E TEMPORAL DA PHYTOPHTHORA SPP. EM MAMOEIRO
Jaqueline Maria Oliveira do Nascimento 1
Hermes Peixoto Santos Filho 2
Francisco Ferraz Laranjeira 3
Josivânia Silveira da Silva 4
1. Estudante do CCAAB da UFRB, Bolsista de IC FAPESB. Embrapa CNPMF
2. Pesquisador B, MSc.EMBRAPA/CNPMF, Cruz das Almas, Bahia
3. Pesquisador A, PHd, EMBRAPA/CNPMF, Cruz das Almas, Bahia
4. Estudante do CCAAB da UFRB, Bolsista de IC FAPESB. Embrapa CNPMF
INTRODUÇÃO:
A cultura do mamão é de grande relevância econômica para o Brasil. A região Nordeste ocupou o 1º lugar no ranking nacional em 2008 com 62,3% da oferta de mamão (1.179,101 toneladas em área colhida de 23.499 hectares (IBGE, 2010). No mundo, a Ásia (44,2%), América do Sul (27,3%) e África (16,0%) são os principais responsáveis pela produção mundial. Na última década, o cultivo mundial de mamão registrou acréscimo, tanto na produção, quanto na área colhida. A Índia destacou-se como primeiro produtor com 29,5% da oferta mundial, seguido pelo Brasil (20,9%), Nigéria (8,4%) Indonésia (7,2%), (FAO 2010). Para aumentar a produção e incrementar as exportações, a cultura necessita superar uma série de problemas, especialmente os de natureza fitossanitária. Das doenças que incidem no mamoeiro, destaca-se a podridão das raízes e dos frutos, causada por Phytophythora spp. O fator mais importante no desenvolvimento da doença é a habilidade do patógeno em produzir esporângios e zoósporos em abundância sobre tecidos infectados e na presença de água. (Erwin & Ribeiro, 1996; Silva, 2001), porem no Brasil, não há resultados conclusivos a respeito da interação patógeno/hospedeiro, principalmente no que diz respeito à sua distribuição espacial e temporal que é o objetivo do presente trabalho.
METODOLOGIA:
A atividade foi conduzida na Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária, no Centro Nacional de Pesquisa Mandioca e Fruticultura Tropical onde se realizou o monitoramento semanal, durante 10 meses, da ocorrência de Phytophthora spp. em um experimento de irrigação. A área observada apresentava-se dividida em duas sub-areas contendo 165 e 77 plantas. Nas avaliações foram anotadas a localização da planta que apresentasse sintomas e sinais que caracterizassem a doença, sua evolução e consequente morte da planta, além da freqüências das infecções. Todas as anotações foram feitas em ficha de campo, obedecendo aos métodos de avaliação da Phytophthora spp. já propostos pelo PIF mamão (Noronha, et al. 2005) e posteriormente submetidos à analise no programa Sigma Plot .
RESULTADOS:
A Phytophthora apresentou-se em níveis altíssimos de infecção caracterizados por sinais e sintomas que rapidamente destruíram as raízes, levando à morte das plantas em poucos dias. Isto aconteceu por causa da alta umidade do solo concentrada nesse período devido às chuvas e ao sistema de irrigação por microaspersão, confirmando (Erwin & Ribeiro, 1996) que afirmam ter o patógeno seu desenvolvimento favorecido por clima úmido, com chuvas constantes e temperatura entre 20 e 30°C.
Durante essa atividade foi verificado um aumento descontínuo associado a picos na taxa aparente de infecção enquanto que a distribuição espacial apresentou áreas de maior ou menor intensidade da doença distribuídas sem um padrão definido no pomar.
CONCLUSÃO:
Devido ao fato da doença ser causada por um agente biótico habitante de solo e em face da inexistência de informações quando a sua sobrevivência e modo de atuação, no caso da cultura do mamão, os estudos podem concluir que a Podridão de Phytophthora, não apresenta um padrão espacial aleatório e é altamente influenciada pela quantidade de água no solo.
Palavras-chave: patógeno, relação patógeno/hospedeiro, disseminação.