Reunião Regional da SBPC no Recôncavo da Bahia
E. Ciências Agrárias - 1. Agronomia - 5. Agronomia
NOVAS OCORRÊNCIAS DE ESPÉCIES SILVESTRES DE MANIHOT PARA O NORDESTE BRASILEIRO
Paulo Cezar Lemos de Carvalho – Professor Adjunto – UFRB. 2
Márcio Lacerda Lopes Martins - Professor Assistente – UFRB 3
Leônidas Francisco de Queiroz Tavares Filho – Doutorando UFR 4
Marcos Lemos Andrade Oliveira - Graduando UFRB 1
Zalmar Santana Gonsalves - Graduando UFRB 5
Kleber de sousa pereira - Graduando UFRB 5
1. Marcos Lemos Andrade Oliveira-Graduando UFRB
2. Paulo Cezar Lemos de Carvalho–Professor Adjunto – UFRB.
3. Márcio Lacerda Lopes Martins- Professor Assistente – UFRB
4. Leônidas Francisco de Queiroz Tavares Filho – Doutorando UFRB
5. Zalmar Santana Gonsalves-Graduando UFRB
6. Kleber de sousa pereira-Graduando UFRB
INTRODUÇÃO:
O gênero Manihot inclui cerca de 70 espécies em estado silvestre. O Brasil apresenta três centros de diversidade do gênero. No nordeste brasileiro, segundo maior centro de diversidade do grupo, encontram-se 16 espécies nativas, algumas delas restritas a ambientes e regiões específicas, como M. reniformes e M. diamantinensis, restritas a pequenas áreas da Chapada Diamantina. As espécies silvestres constituem um verdadeiro reservatório de genes que podem ser utilizados em programas de melhoramento da cultura da mandioca, considerada entre as 10 mais importantes para a alimentação humana. No entanto, grande parte destes genótipos se encontra ameaçado de extinção como conseqüência da expansão da fronteira agrícola e do desconhecimento da importância destas plantas. A manutenção destas espécies em coleções de campo contribui decisivamente em estudos sobre sua variabilidade genética e taxonomia, além de permitir a conservação deste pool gênico. Os bancos de germoplasma da EMBRAPA e da UFRB possuem atualmente a maior coleção de espécies silvestres de Manihot do Brasil com 26 espécies. Essas coleções vêm sendo incrementadas a partir de novas coletas que buscam material para conservação em campo e estudos moleculares que tentem elucidar as relações filogenéticas entre suas espécies.
METODOLOGIA:
A partir de 1995 foram realizadas coletas de material vegetal – exsicatas, sementes, manivas e folhas para extração de DNA – das espécies silvestres de Manihot do nordeste brasileiro. Todas as espécies foram georreferenciadas. As espécies coletadas foram encaminhadas para a UFRB e EMBRAPA, onde foram identificadas e, após a fase de viveiro, transferidas em definitivo para o campo para constituição do Banco Ativo de Germoplasma – BAG. Atualmente a coleção de espécies silvestres de Manihot contidas nos BAGs da EMBRAPA e UFRB, está sendo ampliada através de metodologia semelhante, sendo que novos roteiros estão sendo definidos para ampliar sua diversidade genética com a inclusão de genes de outras populações naturais do nordeste. Até esta data foram percorridos 110 municípios nordestinos nos estados da Bahia, Ceará, Piauí, Maranhão e Pernambuco, incluindo a ilha de Fernando de Noronha.
RESULTADOS:
O número de acessos coletados é superior a 120, em um total de 19 espécies, todas com ocorrência no estado da Bahia. As espécies que apresentam distribuição mais ampla e número de acessos mais representativos são M. caerulescens e M. pseudoglaziovii. Três novas espécies, e subespécies de M. dichotoma, M. diamantinensis e M. jacobinensis estão sendo descritas. Novos registros foram feitos para M. tripartita, M. jacobinensis, M. dichotoma, M. maracasensis e M. epruinosa. Foram registradas ainda M. compositifolia, M. carthaginensis e M. diamantinensis, além de uma espécie nova do município de Santa Terezinha, Bahia, em populações reduzidas e em locais amplamente sujeitos à degradação, como bordos de estradas e áreas particulares destinadas à criação de ovinos e caprinos. Esta situação indica que muitas espécies de Manihot podem estar sujeitas à extinção mesmo antes de serem descritas. Além dos genótipos silvestres de Manihot, foram coletados e identificados também conserva materiais peculiares de mandioca, como as “manipebas”, “mandiocas pornúncia” e “mandiocas de sete anos”, consideradas como híbridos naturais de Manihot esculenta com outras espécies silvestres, e que apresentam uma arquitetura bem diferente das variedades cultivadas.
CONCLUSÃO:
Os dados aqui apresentados indicam que o número de espécies conhecidas deste táxon tenderão a aumentar a medida que novos trabalhos sejam conduzidos nessa e em outras regiões do país. É fundamental que medidas que promovam a conservação destas espécies sejam adotadas, com a pena de que genótipos importantes para o desenvolvimento de novas variedades da cultura da mandioca sejam perdidos, impossibilitando o avanço nas pesquisas deste que está entre os dez alimentos mais consumidos no mundo.
Instituição de Fomento: PIBIC/UFRB, Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado da Bahia e EMBRAPA
Palavras-chave: germoplasma, Recursos Genéticos, Conservação.