Reunião Regional da SBPC no Recôncavo da Bahia
E. Ciências Agrárias - 1. Agronomia - 4. Fitotecnia
CARACTERIZAÇÃO AGRONÔMICA DE MUTANTES DE BANANEIRA TIPO PRATA
Rosa Karla Nogueira Pestana 1
Edson Perito Amorim 2
Claúdia Fortes Ferreira 2
Sebastião de Oliveira e Silva 3
1. MSc. em Recursos Genéticos Vegetais - UFRB
2. Pesquisador, Dr. – EMBRAPA/CNPMF
3. Pesquisador, Dr. – EMBRAPA/CNPMF – Orientador
INTRODUÇÃO:
A bananeira é uma das fruteiras de maior importância econômica, explorada quase exclusivamente por pequenos produtores. Um dos fatores que levam a grandes perdas no seu cultivo é o tombamento de planta provocado pela altura elevada do pseudocaule de algumas cultivares comerciais.
Uma estratégia para a solução deste problema é o desenvolvimento de novas cultivares. Entretanto, existem alguns obstáculos no melhoramento genético por meio dos métodos tradicionais, entre eles, a elevada esterilidade feminina e o reduzido número de sementes produzidas (DE GUZMAN et al., 1982; SHEPHERD, 1987).
Em situações como esta, uma alternativa para a redução do porte é a indução de mutação por meio de irradiação com raios gama, que associada às técnicas de micropropagação tem possibilitado a seleção e a propagação de mutantes promissores (SILVA et al., 2002).
Este trabalho teve como objetivo caracterizar mutantes de banana tipo Prata (Pacovan e Preciosa) durante dois ciclos de produção, visando à seleção de plantas com porte baixo e boas características agronômicas.
METODOLOGIA:
O trabalho foi conduzido no campo experimental da Embrapa Mandioca e Fruticultura Tropical, em Cruz das Almas (BA), visando selecionar clones de bananeira tipo Prata de porte baixo.
Foram utilizadas 190 plantas da cultivar Preciosa e 179 da Pacovan, derivadas de meristemas que foram irradiados, no CENA/USP, com raios gama nas doses de 20 Gy (Pacovan) e 30 Gy (Preciosa), respectivamente. Estas plantas juntamente com 53 outras testemunhas (36 de ‘Pacovan’ e 17 de ‘Preciosa’), foram caracterizadas agronomicamente.
As plantas irradiadas foram avaliadas no período do florescimento e colheita, em dois ciclos, quanto aos caracteres: altura de planta (m); diâmetro do pseudocaule (cm); número de folhas na floração e de filhos; peso do cacho (kg); de pencas (kg) e peso médio do fruto (g); número de frutos e de folhas na colheita; número de dias do plantio a floração e do plantio à colheita.
Os dados foram submetidos à análise de variância, e as médias, agrupadas pelo teste de Tukey a 5%.
RESULTADOS:
Os resultados obtidos mostraram que, as alturas das plantas da cultivar Pacovan apresentaram médias muito semelhantes entre os tratamentos irradiados e não irradiados, tanto no primeiro quanto no segundo ciclos. O mesmo foi observado na ‘Preciosa’.
Com relação ao peso de cacho, verificou-se que não houve diferença significativa entre os tratamentos para a Pacovan, no primeiro ciclo. Entretanto, no segundo ciclo, diferença significativa foi observada entre os tratamentos, sendo que a testemunha produziu, em média, cachos maiores quando comparada com a irradiada. Já a ‘Preciosa’ diferiu significativamente entre os tratamentos nos dois ciclos de produção.
Quanto às demais características, a Preciosa no primeiro ciclo apresentou diferença significativa entre os tratamentos para número de folhas na floração. No segundo ciclo, as características peso da penca, número de frutos, peso médio do fruto e número de pencas diferiram significativamente entre os tratamentos.
A ‘Pacovan’ apresentou diferenças significativas no primeiro ciclo para número de dias do plantio ao florescimento e colheita, peso médio do fruto e número de folhas na colheita. No segundo ciclo, diferenças foram observadas para diâmetro do pseudocaule, peso de pencas, número de frutos e número de folhas na colheita.
CONCLUSÃO:
Apesar da altura média das plantas irradiadas serem semelhantes as não irradiadas, no campo foi possível identificar que, algumas plantas irradiadas apresentaram porte reduzido e produção de cacho superior as testemunhas, indicando que é possível selecionar plantas mutantes com características agronômicas superiores. Desta forma, a indução de mutação por meio de raios gama é eficiente para induzir variabilidade nestas cultivares e permitir a seleção de mutantes promissores.
Palavras-chave: Musa spp., mutagênese in vitro, caracterização agronômica.