Reunião Regional da SBPC no Recôncavo da Bahia
E. Ciências Agrárias - 6. Zootecnia - 2. Nutriçao e Alimentaçao Animal
RESÍDUO DESIDRATADO DE SISAL (Agave Sisalana, Perrine) NA ALIMENTAÇÃO DE CORDEIROS
Igor Bomfim Quadros Nery 01
Maurilio Santana Martins 02
Avelar Alves Araujo 03
Paulo Andrade de Oliveira 04
Soraya Maria Palma Luz Jaeger 05
Gabriel Jorge Carneiro de Oliveira 06
1. Graduando em zootecnia
2. Graduando em zootecnia
3. Graduando em Agronomia
4. Mestrando em Ciência Animal
5. Profª Adjunto
6. Profº Associado
INTRODUÇÃO:
A criação de ovinos desempenha importante papel social como fator de fixação do homem a terra, particularmente no semi-árido nordestino. Criados em regime extensivo, os ovinos tem apresentado baixos níveis produtivos, em virtude principalmente do regime alimentar a que são submetidos. Os produtores de ovinos do semi- árido brasileiro tem enfrentado dificuldades para contornar os prejuízos causados pela perda de peso de animais jovens nascidos na estação chuvosa, que não atingem o ponto ideal para abate até o final da mesma. Estes animais quando não vão a óbito, provocado pelo decréscimo quanti-qualitativo das forrageiras, chegam à próxima estação chuvosa debilitados, necessitando recuperar a massa corporal perdida durante o período seco, para depois passarem para a fase propriamente dita de acréscimo de peso, até atingirem o ponto de abate. Neste cenário a suplementação com o Sal Forrageiro (SF) de Resíduo Desidratado de Sisal (RDS) pode ser uma alternativa interessante, para reduzir as perdas de peso durante o período seco. O Sal forrageiro é uma tecnologia que está sendo desenvolvida pelo grupo de pesquisa em Zootecnia Tropical (CNPq), no CCAAB-UFRB, que tem um potencial muito grande de aplicação em ambientes semi-áridos.
METODOLOGIA:
O trabalho foi conduzido na Universidade Federal do Recôncavo da Bahia. Foram utilizados 30 animais, mestiços da raça Santa Inês, com idade de quatro meses, confinados, distribuídos em baias individuais. RDS foi obtido a partir do processo de desfibramento das folhas do sisal. Para evitar a seletividade dos animais, o RDS foi moído em conjunto forrageiro, utilizando peneiras de malhas finas, para uniformização das misturas quando incorporado o sal mineral (SM). Os sais forrageiros foram formulados com: SM e farelos de RDS, nos percentuais de 95, 90, 85 e 80%. Os animais foram pesados a cada quatorze dias, às 7:00h, após jejum de 14h. O feno de capim tifton, o SF, o SM e a água, foram pesados diariamente e fornecidos à vontade. O feno moído de capim tifton objetivou eliminar a seletividade dos animais. As sobras diárias de SF, SM, FCT e água foram recolhidas, pesadas e subtraídas do total fornecido a fim de quantificar o consumo pelos animais, individualmente.
RESULTADOS:
Os parâmetros avaliados foram consumo de sal forrageiro (CSF), consumo de sal mineral (CSM), consumo de água, consumo de feno (CF) e variação de peso total (VPT). As diferenças entre as médias do tratamento testemunha e aquelas que receberam RDS foram comparadas pelo teste de Dunnett a 5% de probabilidade, analisadas pelo Statistical Analysis System (SAS,1990), seguidos de análise de regressão. O consumo de sal forrageiro de RDS, aumentou linearmente do tratamento que possuía uma menor quantidade de RDS, para o que tinha uma maior quantidade. Os consumos de SM, água e de feno de tifton não diferiram em relação à testemunha. As variações do peso total nos tratamentos que utilizaram SF de RDS não diferiram entre si, ou quando comparadas ao tratamento testemunha.
CONCLUSÃO:
Levando-se em consideração a escassez de forragem que ocorre no semi-árido, em períodos de longas estiagens, e as grandes perdas de peso observadas nos animais durante estes períodos, é interessante o estudo de alternativas para solucionar ou reduzir este problema. O resíduo desidratado de sisal deve ser utilizado como fonte de matéria seca onde a disponibilidade de pastagem não atenda as necessidades dos animais no período seco, em regiões produtoras de sisal.
Instituição de Fomento: PIBPIC CNPq
Palavras-chave: Nutrição, Consumo, Santa Inês.