Reunião Regional da SBPC no Recôncavo da Bahia
C. Ciências Biológicas - 10. Microbiologia - 3. Microbiologia
FUNGOS CELULOLÍTICOS DA SERAPILHEIRA DE FORMAÇÕES ARBUSTIVAS DA RESTINGA DE GUAIBIM-BA.
Nayara Alves Reis 1
Wilma Brandão de Andrade 1
Rodrigo Pires Nascimento 1
Phellippe Arthur Santos Marbach 1
1. Universidade Federal do Recôncavo da Bahia
INTRODUÇÃO:
A Área de Proteção Ambiental (APA) do Guaibim foi criada 1992, no município de Valença, Bahia e abrange uma faixa litorânea de 2000 ha ocupados principalmente por restinga, um ambiente hostil em muitos aspectos, pois possui grande amplitude térmica e o solo é arenoso e pobre em nutrientes. Estas características colocam a micobiota do solo numa posição central na manutenção das formações florísticas deste ecossistema pois os fungos desempenham importantes funções ecológicas no aporte de carbono orgânico no solo por meio da decomposição da serrapilheira e em associações micorrízicas, que permitem melhor absorção e disponibilização de nutrientes minerais para as plantas.
Contudo, estudos sobre a diversidade de fungos nas restingas brasileiras limitam-se, em geral, a fungos micorrízicos ou leveduras o que indica que a comunidade de fungos celulolíticos presente no solo das restingas brasileiras ainda é uma icógnita. O objetivo deste trabalho foi isolar fungos celulolíticos presentes na serrapilheira das Formações Arbustivas Fechada e Aberta da restinga da APA de Guaibim. Isto permitirá conhecer a distribuição e biodiversidade deste grupo de microrganismos, informações imprescindíveis para a sua conservação e exploração do seu potencial biotecnológico.
METODOLOGIA:
Foi feita uma coleta da serapilheira na Formação Arbustiva Fechada e na Formação Arbustiva Aberta da APA de Guaibim, ambas georreferenciadas. Dez gramas de serapilheira foram lavadas 20 vezes com água estéril, trituradas em 100 mL de água destilada autoclavada e diluída 1000 vezes. O volume de 0,2 mL desta diluição foi inoculado em placas de Petri contendo meio de celulose suplementado com 70 mg/L de cloranfenicol e incubados a 28oC. Após 15-20 dias de incubação as colônias foram quantificadas e os diferentes morfotipos isolados e caracterizados mascroscopicamente por fotografia digital. Este procedimento foi repetido para cada amostra até que apenas 20% dos fungos obtidos não tenham sido isolados previamente. Os isolados foram preservados de acordo com o método de Castellani e incorporados ao banco de germoplasma da UFRB.
RESULTADOS:
Foram isolados 20 morfotipos distintos de fungos da serapilheira de Formação Arbustiva Fechada (FAF) e 59 da serrapilheira da Formação Arbustiva Aberta (FAA). Dos morfotipos isolados apenas 3 foram encontrados na serrapilheira de ambas formações arbustivas. Isto indica que a comunidade de fungos celulolíticos da serrapilheira da FAF e FAA é distinta.
CONCLUSÃO:
A serrapilheira da FAA e possui comunidade de fungos celulolíticos distinta da serrapilheira da FAF.
Palavras-chave: Restinga , Fungos celulolíticos, Serrapilheira.