Reunião Regional da SBPC no Recôncavo da Bahia
E. Ciências Agrárias - 3. Recursos Florestais e Engenhar - 2. Manejo Florestal
CRESCIMENTO INICIAL DE QUATRO ESPÉCIES LENHOSAS NATIVAS CULTIVADAS EM SOLOS DEGRADADOS
Crispiniano Carlos Silva Nunes 1,2,3
Admilson de Santana Sacramento 1,2,5
Deoclides Ricardo de Souza 1,2,4
1. Universidade Federal do Recôncavo da Bahia
2. Centro de Ciências Agrárias, Ambientais e Biológicas
3. Mestre em Recursos Genéticos Vegetais
4. Prof. Dr. do Centro de Ciências Agrárias, Ambientais e Biológicas
5. Estudante de Graduação de Engenharia Florestal
INTRODUÇÃO:
O cultivo de espécies florestais nativas em solos degradados associados aos benefícios ecológicos, representa uma alternativa econômica e redução da pressão e demanda por florestas remanescentes nativas. A escassez de informação científica sobre o crescimento das espécies florestais nativas em plantios florestais nas diferentes condições ecológicas pode ser considerada um dos fatores limitantes no aumento das áreas reflorestadas para fins ambientais e econômicos. O conhecimento ecológico e silvicultural dessas espécies em experimentos são importantes na escolha correta das espécies para os programas de reflorestamento e recuperação de áreas degradadas. Estudos das características ecológicas e silviculturais desconhecidas das espécies florestais nativas permitem inferir sobre o comportamento silvicultural e os sistemas de manejo. Assim, esta pesquisa teve como objetivo avaliar o crescimento inicial em diâmetro e altura de quatro espécies lenhosas nativas cultivadas em solos degradados.
METODOLOGIA:
A pesquisa foi conduzida no Campus Experimental da Universidade Federal do Recôncavo da Bahia (UFRB), Cruz das Almas, Bahia, avaliando o crescimento das espécies angico (Anadenanthera macrocarpa Benth.), aroeira vermelha (Schinus terebinthifolius Radii), cedro (Cedrela fissilis Vell.), e gonçalo alves (Astronium fraxinifolium Schott.), de uso múltiplo, em plantio misto. O delineamento experimental foi em blocos casualizados com quatro repetições, num esquema de parcelas sub-subdivididas em faixas alternadas. As mudas foram produzidas pelo método de semeadura e plantadas no sistema de plantio misto a pleno sol, em linhas alternadas, nos espaçamentos 3,0 x 1,5 m; 3,0 x 2,0 m; 3,0 x 2,5 m e 3,0 x 3,0 m. Foram avaliadas a sobrevivência, o diâmetro do tronco ao nível do solo (DNS) e a altura total (HT), aos 6, 12 e 18 meses de idade. Os dados foram submetidos à análise de variância e as médias comparadas pelo teste de Tukey a 5% de probabilidade.
RESULTADOS:
A aroeira e o gonçalo apresenta 98,96% e 94,79% de sobrevivência aos 18 meses. O cedro participa com 11,98% de sobrevivência, indicando alta taxa de mortalidade quando cultivada a pleno sol, seguido do angico com 31,25% das plantas mensuráveis mortas. Esse resultado indica que o angico requer tratamentos silviculturais para estabelecimento e desenvolvimento em plantios homogêneos. A aroeira e o angico nos períodos avaliados apresentam, respectivamente, 1,40 e 1,35 m de altura total aos 18 meses. A aroeira e o gonçalo apresentam diâmetro do tronco ao nível do solo (DNS), respectivamente, de 3,22 cm e 3,12 cm aos 18 meses. O gonçalo apesar de apresentar crescimento em altura inferior as demais espécies, expressa bom crescimento em diâmetro do tronco ao nível do solo, característica desejável para produção madeireira, em programas de reflorestamento. As médias da sobrevivência, altura total e do diâmetro do tronco ao nível do solo das plantas diferem entre si pelo menos um dos períodos avaliados, sendo que as espécies aroeira, gonçalo e angico, apresentam bom estabelecimento e crescimento do diâmetro e altura.
CONCLUSÃO:
As espécies aroeira, gonçalo e angico apresentam bom incremento em diâmetro e altura, podendo ser potenciais para plantios em ambientes degradados.
As espécies estudadas apresentam potencial de estabelecimento, adaptação ecológica e taxa de crescimento, distintos.
Instituição de Fomento: Fundação de Amparo a Pesquisa do Estado da Bahia – FAPESB
Palavras-chave: Manejo florestal, diâmetro, altura.