Reunião Regional da SBPC no Recôncavo da Bahia
E. Ciências Agrárias - 1. Agronomia - 4. Fitotecnia
INTRODUÇÃO E AVALIAÇÃO DE NOVOS GENÓTIPOS DE MAMONEIRA QUANTO AOS CARACTERES ADAPTATIVOS
Joelton Belau da Silva 1
Maria Selma Alves Silva Diamantino 3
Simone Alves Silva 2
Ademilde Silva dos Reis 1
Luciel dos Santos Fernandes 1
Sara de Jesus Duarte 1
1. Estudante de graduação em Engenharia Agronômica, UFRB.
2. Professora do Centro de Ciências Agrárias, Ambientais e Biológicas. Orientadora.
3. Doutoranda do Programa de Pós-Graduação, UFRB. Co-orientadora.
INTRODUÇÃO:
A mamoneira possui sementes com teor de óleo em torno de 42 a 50%, que se aplica, exclusivamente, ao uso industrial, com imensas possibilidades para obtenção de diferentes derivados. (RAMOS, N.P. AMORIN, E.P. FILHO, A.S, 2006). Pode-se utilizar como lubrificante para freios hidráulicos, lubrificantes para aeronaves (por se conservar viscoso em altas temperaturas e não desgastar borrachas), usado em pinturas e vernizes, produção de biodiesel, dentre outras dezenas de aplicações (PEIXOTO, 1971).
Inclui-se como demanda atual para o melhoramento genético da mamona, a adaptação de genótipos à baixa altitude, o que implicará na inclusão sustentável dessa cultura em muitos municípios onde o cultivo não é recomendado pelo risco de obtenção de baixas produtividades (Severino et al, 2006). A altitude tem sido um dos critérios utilizados para a realização do Zoneamento da Mamoneira, no qual se considera que o ótimo ecológico em que a planta pode expressar seu potencial produtivo está na faixa de 300 a 1.500m de altitude (Beltrão et al., 2007).
Diante do exposto, o presente trabalho teve como objetivo analisar os caracteres adaptativos a fim de identificar os genótipos de melhor desempenho adaptativo para a região de baixa altitude em Cruz das Almas – BA.
METODOLOGIA:
O experimento foi conduzido na Universidade Federal do Recôncavo da Bahia, em Cruz das Almas, que apresenta clima tropical quente e úmido, com altitude de 220m acima do nível do mar e índice pluviométrico anual médio de 1240 mm, apresentando temperatura média anual de 24,5ºC (EMBRAPA, 2008).
Foram implantados, após correção química, aração e gradagem, quinze genótipos pertencentes à Empresa Baiana de Desenvolvimento Agrícola (EBDA) sob semeadura em abril de 2009, em regime de sequeiro. Empregou-se o Delineamento Blocos Casualizados (DBC) com 4 repetições e 15 tratamentos, utilizando-se o espaçamento entre fileiras de 2,5m e de 1m entre plantas, com 20 plantas por genótipo.
Na avaliação das plantas foram aferidos os seguintes parâmetros ao nível de campo: número de racemos emitidos por planta (NREP), altura do caule (AC), estatura de planta (EP), diâmetro do caule (DC), comprimento médio de internódios do caule (CMIC) e número de internódios do caule (NIC).
RESULTADOS:
Os dados foram submetidos à análise de variância, o que possibilitou verificar os efeitos significativos do ambiente nos genótipos. Nota-se que os caracteres adaptativos NREP, AC, EP e NIC apresentaram comportamentos distintos. No entanto, os caracteres DC e CMIC não apresentaram diferenças significativas nos quinze genótipos em estudo. Estes dados permitiram afirmar que, para os quinze genótipos é possível avaliar o potencial adaptativo nas condições climáticas estudadas, na região de Cruz das Almas, podendo ser selecionados os que melhor se comportaram quanto aos caracteres NREP, AC, EP e NIC, já que apresentaram desempenhos distintos.
Ao comparar as médias pelo teste de Scott e Knott ao nível de 5% de probabilidade verificou-se que os caracteres NREP, AC, EP e NIC apresentaram diferença significativa. O genótipo 09 apresentou uma maior média de altura de caule (AC), mostrando uma diferença significativa entre os genótipos estudados. Para o caráter EP os genótipos 9, 3, 11, 14, 10, 5 e 8 não diferiram significativamente entre si, contudo houve diferença significativa comparando com os genótipos 15, 6, 4, 12, 13, 7 e 2. Já os caracteres DC, CMIC não apresentaram diferença significativa entre os genótipos avaliados.
CONCLUSÃO:
Existe variabilidade para os genótipos de mamoneira quanto aos caracteres avaliados;
Os genótipos 2, 6, 7, 12, 13 e 15 apresentaram melhor desempenho adaptativo para os caracteres avaliados, agregando dois caracteres superiores, com destaque para os genótipos 6 e 7 com superioridade para três caracteres adaptativos.
Instituição de Fomento: Universidade Federal do Recôncavo da Bahia (NBIO) - Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq)
Palavras-chave: Ricinus communis L., Baixas altitudes, melhoramento genético.