Reunião Regional da SBPC no Recôncavo da Bahia
G. Ciências Humanas - 8. Psicologia - 12. Psicologia
DEFICIÊNCIA INTELECTUAL E OFICINA DE PINTURA
Francine Bom Conselho Peixoto Pereira 1
Jamille Maria de Araujo Figueiredo 1
Jaqueline Pacheco dos Santos Araujo 1
Josineide Vieira Alves 2
1. Graduandas de Psicologia da Universidade Federal do Recôncavo da Bahia
2. Profa. Dra. - UFRB - orientadora
INTRODUÇÃO:
A deficiência tem sido historicamente marcada por estereótipos, preconceitos e descaso da sociedade em relação ao indivíduo deficiente. A construção de novos espaços e novas possibilidades para a pessoa com deficiência se faz de extrema importância, na medida em que há uma necessidade dessas pessoas ocuparem novos lugares e abandonarem os papéis determinados pela sociedade, como o de ‘incapaz’ e o de ‘doente’. O trabalho com as artes aparece como um meio de criar novos territórios existenciais para estas pessoas. Com esse objetivo, foi realizada uma oficina de pintura com 07 alunos com deficiência intelectual de uma escola da cidade de Santo Antônio de Jesus – BA. Escolheu-se a pintura por esta possibilitar a expressão de idéias, impressões e sentimentos, bem como o exercício da criatividade e da autonomia
METODOLOGIA:
Foram realizados encontros semanais na escola, sempre às segundas-feiras pela manhã, com duração de cerca de 2 horas, totalizando 05 encontros. Adotou-se como modo de registro da experiência o diário de campo. Em cada encontro foram feitas atividades envolvendo a pintura, tais como: discussões sobre o ato de pintar e pintores famosos, a exemplo, de Portinari; sobre casos de pessoas com deficiências que realizam a pintura com os pés; exercícios de pintura em papel metro e no computador e pintura em tela. Após o término desses encontros, foi realizada uma exposição das telas pintadas pelos estudantes.
RESULTADOS:
No decorrer dos encontros, foi perceptível a mudança de atitude dos alunos: alguns estudantes que se recusavam a realizar as atividades, alegando não serem capazes, passaram a fazer as tarefas propostas; outros alunos que só conseguiam fazer qualquer atividade proposta, após ajuda da professora ou da mediadora da oficina, ao final desta, já faziam as atividades sem ajuda; inicialmente não havia auxílio mútuo dos estudantes para realizarem as atividades; após o segundo encontro, eles passaram a contribuir na escolha e no modo de fazer do colega; os alunos deixaram de solicitar modelo para realizar as pinturas e começaram a pintar espontaneamente.
CONCLUSÃO:
Conclui-se que a oficina de pintura contribuiu para promover práticas educativas,com os estudantes com deficiência intelectual, que possibilitaram o exercício da cooperação entre eles, a vivência da autonomia e da criatividade.Assim, pode-se afirmar que novos papéis foram adotados pelos participantes,possibilitando que estes ocupassem o lugar de capazes, auxiliando a modificar práticas antigas que colocavam o individuo como ‘doente’ e que focavam as suas limitações,e não as suas potencialidades.
Palavras-chave: deficiência intelectual, oficina, pintura.