Reunião Regional da SBPC no Recôncavo da Bahia

E. Ciências Agrárias - 1. Agronomia - 4. Fitotecnia

Produção de Raiz de Mandioca de Mesa Eucalipto Mediante Diferentes Fontes Nutricionais

Zalmar Santana Gonçalves 1 Kleber de Sousa Pereira 2 Marcos Lemos Andrade Oliveira 3 Samir Dultra Abdalla 4 Paulo Cezar Lemos de Carvalho 5

1. Graduando em Engenharia Agronômica - CCAAB/UFRB 2. Graduando em Engenharia Agronômica - CCAAB/UFRB 3. Graduando em Engenharia Agronômica - CCAAB/UFRB 4. Graduando em Engenharia Florestal - CCAAB/UFRB 5. Professor do Centro de Ciências Agrárias, Ambientais e Biológicas - UFRB

INTRODUÇÃO:

A mandioca mansa é uma espécie nativa do Brasil e está distribuída em todo o território nacional. O Recôncavo Baiano é, tradicionalmente, uma região de cultivo de mandioca mansa, mas a adoção de tecnologias inovadoras e a visão de mercado ainda são incipientes entre os produtores de mandioca, fato traduzido pela baixa produtividade. Um fator capaz de elevar a produtividade é a adubação orgânica, que além de melhorar propriedades físicas, químicas e biológicas do solo, implica em baixa agressividade ambiental. Geralmente o agricultor familiar cultiva mandioca sem adubar o solo, reduzindo a fertilidade e favorecendo seu esgotamento, tendo em vista que, sua capacidade de extrair grandes quantidades de nutrientes bem como quase toda matéria seca produzida (raízes, folhas e caules) ser exportada da área, com baixa reincorporação ao solo sob a forma de resíduos. Entretanto, há carência de informações técnicas divulgando o cultivo orgânico da mandioca solteiro ou em consórcio com culturas alimentares visando o consumo in natura, já que existe uma grande demanda por mandioca mansa minimamente processada. Este trabalho tem como objetivo avaliar o rendimento de maniva mãe, desenvolvimento de caule e rendimento de raiz de aipim Eucalipto sob diferentes fontes nutricionais.

METODOLOGIA:

O experimento foi realizado no Campus da Universidade Federal do Recôncavo da Bahia, Cruz das Almas - BA no período de junho de 2009 a Julho de 2010. O delineamento experimental foi em parcelas subdivididas, com quatro repetições onde foi estudado o efeito da adubação a base de fósforo e adubação orgânica com esterco de cabra curtido no rendimento das raízes, maniva mãe e haste do aipim de mesa eucalipto. O espaçamento utilizado foi de 1,00 x 0,60m e 1,00m entre blocos, plantio feito em camalhões e adubação de 80 Kg/ha conforme CNPMF. A utilização do adubo orgânico foi feita com base no valor financeiro semelhante da adubação fosfatada. Foram realizadas duas colheitas, a primeira, dez meses após plantio e a segunda 3 meses após a primeira. Foram colhidas 8 plantas ao acaso por parcela em cada colheita, tendo um total de 24 plantas por bloco. As manivas mãe, hastes e raízes foram pesadas e a análise estatística determinada pelo teste de Tukey a 5% de significância pelo Software SAEG.

RESULTADOS:

Conforme os resultados, na variável maniva mãe, o tratamento com adubação orgânica teve média de 1,02 Kg diferenciando do tratamento químico com 0,307 Kg a mais e 0,313 Kg que a testemunha. O tratamento químico e a testemunha não se diferenciaram entre si. Para o rendimento de raiz, a adubação com esterco de cabra foi superior aos tratamentos químico e testemunha, não ocorrendo diferença significativa entre estes. Nesta variável o tratamento orgânico obteve média de 7,56 Kg, sendo superior 37,4 % ao tratamento químico e 44,3 % a testemunha. No peso das hastes, o tratamento com esterco de cabra, diferenciou-se dos demais tratamentos que, não diferenciaram entre si. A média de peso foi de 3.69 Kg para tratamento com esterco de cabra, 2,46 Kg para testemunha e 2,39 Kg para a adubação química. Para efeito da interação colheita x colheita, o rendimento de raiz foi a única variável com resposta significativa. Nesta análise observou-se um significativo acréscimo no rendimento das raízes, para a segunda colheita, constatando um aumento de 5,11 Kg para o tratamento com esterco de cabra, 3,63 Kg em relação a adubação fosfatada e 1,89 Kg para a testemunha, já em colheita x tratamento o rendimento foi duplicado para o tratamento orgânico e para o químico, não ocorrendo com a testemunha.

CONCLUSÃO:

Diante dos resultados conclui-se que o tratamento com adubação com esterco de cabra foi superior aos demais tratamentos em relação a todas as variáveis. O melhor rendimento de raízes foi encontrado na segunda colheita, tendo uma duplicação de seu peso com 12 meses de idade após o plantio, não ocorrido com a testemunha. A adubação de esterco de cabra constitui-se como a melhor fonte nutricional para a cultivar eucalipto de mandioca com custo financeiro semelhante ao químico.

Palavras-chave: Agroecologia, Adubo orgânico, Mandioca mansa.