Reunião Regional da SBPC no Recôncavo da Bahia
E. Ciências Agrárias - 2. Engenharia Agrícola - 4. Engenharia de Água e Solo
USO DE ÁGUAS SALOBRAS NO CULTIVO HIDROPÔNICO DO ALMEIRÃO
Joseane P. Fernandes 1
Mariana L. A. Oliveira 1
Luana T. Silva 1
Márcio S. Alves 3
Vital P. S. Paz 2
Tales M. Soares 2
1. Graduanda CCAAB/UFRB
2. Prof. Dr. CCAAB/UFRBD
3. Doutorando CCAAB/UFRB
INTRODUÇÃO:
O almeirão é uma hortaliça folhosa que tem na hidroponia vantagens, como produtividade em um pequeno intervalo de tempo, podendo substituir outras folhosas no mercado quando seu preço estiver elevado e com maior probabilidade de obtenção de almeirão de qualidade. Em consonância com os recentes esforços voltados à viabilização da hidroponia para aproveitamento racional de águas salobras no Semiárido, o almeirão pode ser estratégico para a diversificação de cultivos, considerando que predominam as pesquisas com poucas culturas, como a alface. Aos agricultores do Semiárido, considerando as dificuldades naturais de obtenção de água doce para mistura de águas, o uso exclusivo da água salobra deve ser a forma mais provável de seu aproveitamento na agricultura, sendo as pesquisas focadas nesse tipo de uso aquela cujos resultados serão mais pragmáticos. O presente estudo teve como objetivo a avaliação do emprego de águas salobras tanto para o preparo da solução nutritiva quanto para a reposição do consumo hídrico na produção de almeirão hidropônico.
METODOLOGIA:
O experimento foi realizado na Universidade Federal do Recôncavo da Bahia em Cruz das Almas em 02/02 a 17/03 de 2010. Foram utilizadas águas salobras na preparação e na reposição da perda por evapotranspiração com cinco níveis de salinidade (1,392; 2,624; 3,505; 5,323 e 7,425 dS m-1) além da testemunha com 0,325 dS m-1. O delineamento foi em bloco casualizado de quatro repetições totalizando 24 parcelas, cada uma representa um sistema hidropônico NFT (técnica do fluxo laminar de nutrientes) independente. A semeadura foi realizada em espuma fenólica e transferida para o berçário, e após 20 dias foram transplantadas para as bancadas de crescimento. As amostras das soluções nutritivas, eram coletadas a cada dois dias para determinação e monitoramento da condutividade elétrica, e do pH. A colheita foi realizada 23 dias após o transplantio, sendo pesada a massa de matéria fresca da parte aérea (MFPA), a altura da planta e a massa de matéria seca da parte aérea (MSPA).
RESULTADOS:
A salinidade inicial submetida às plantas foi variável para os tratamentos, observando um leve aumento na condutividade elétrica da solução (CEsol), mesmo se repondo o consumo da evapotranspiração com água salobra. A única exceção foi para a testemunha que se observou um leve decréscimo na CEsol. Este aumento da CEsol permitiu uma redução linear na produção de MFPA, na MSPA e na altura da planta, tendo reduções percentuais para cada aumento unitário da CE da água de 8,6%, 8,2% e 4,1%, respectivamente. Contudo, em relação ao aspecto visual foram observadas que a as plantas de almeirão dos níveis mais altos de salinidade (5,323 e 7,425 dS m-1) apresentaram folhas bem menores, com coloração mais intensa, porém, não foram notadas cloroses nem injurias que depreciassem a hortaliça.
CONCLUSÃO:
O uso de água salobra para preparação da solução nutritiva e para reposição da ETC reduziu significativamente a altura e a produção de matéria fresca do almeirão.
Instituição de Fomento: Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) e Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado da Bahia (FAPESB)
Palavras-chave: Cichorium intybus L., salinidade, qualidade da água.