Reunião Regional da SBPC no Recôncavo da Bahia
E. Ciências Agrárias - 1. Agronomia - 4. Fitotecnia
VIABILIDADE DE GRÃOS DE PÓLEN DE BANANEIRA COM DIFERENTES CORANTES
Leila Cristina Rosa de Lins 1
Taliane Leila Soares 2
Maria Angélica Pereira de Carvalho Costa 3
Janay Almeida dos Santos-Serejo 4
Sebastião de Oliveira e Silva 4
1. Eng. Agrônoma - UFRB
2. Doutoranda do programa de pós-graduação da UFRB
3. Prof. Dra. Programa de pós-graduação - UFRB
4. Pesquisador(a) Embrapa Mandioca e Fruticultura Tropical
INTRODUÇÃO:
Em bananeira, estudos sobre viabilidade de grãos de pólen de genótipos diplóides são fundamentais para o melhoramento genético, pois auxiliam na identificação de gametas masculinos com potencial para serem usados em programas de hibridação.
A viabilidade do grão de pólen pode ser determinada por métodos diretos, como a indução da germinação in vitro e in vivo (FERREIRA et al.,2006) ou métodos indiretos baseados em parâmetros citológicos, como a coloração (KEARNS e INOUYE, 1993).
Dentre os corantes mais utilizados destacam-se o carmim acético, solução de Alexander, 2,3,5 cloreto de trifeniltetrazólio (TTC) (SHIVANNA e RANGASWAMY, 1992), que promovem diferenças na coloração dos grãos de pólen fornecendo resultados de forma rápida e com baixo custo. Testes com outros corantes como lugol e orceína acética são também utilizados em estudos como indicativos da viabilidade polínica. A avaliação comparativa de diferentes corantes é um procedimento recomendado para bananeira na tentativa de se obter resultados mais confiáveis na determinação da viabilidade polínica.
Diante do exposto, o presente trabalho teve por objetivo avaliar a viabilidade dos grãos de pólen de genótipos diplóides de bananeiras, selecionando o corante mais eficiente para ser utilizado em testes de viabilidade.
METODOLOGIA:
Foram utilizados grãos de pólen de flores masculinas de dez híbridos diplóides de bananeiras provenientes do Banco de Germoplasma de Banana da Embrapa Mandioca e Fruticultura Tropical. A viabilidade do pólen foi avaliada mediante a coloração com TTC, orceína acética, carmim acético, lugol e solução de Alexander.
Os grãos foram distribuídos em lâmina de vidro, colocando-se uma gota do corante específico. As observações foram realizadas logo após a preparação das lâminas, com auxílio de um microscópio óptico com lente objetiva de 10x sendo contabilizados 100 grãos de pólen/lâmina/genótipo com três repetições cada. Considerou-se inviáveis os grãos que apresentaram tamanho anormal, coloração fraca, protoplasma reduzido ou ausente, e viáveis os que apresentavam a exina intacta e protoplasma bem corado.
O delineamento experimental foi inteiramente casualizado em esquema fatorial 10x5 com três repetições. As médias foram agrupadas pelo teste de Scott-Knott, ao nível de 5% de probabilidade.
RESULTADOS:
Observou-se que houve a formação de diferentes agrupamentos entre genótipos e corantes, bem como a interação entre eles. Dentre os diplóides de bananeira estudados verificou-se que o 042015-02, 042052-04 e 089087-01 não apresentaram diferenças significativas entre o carmim e a orceína acética.
O maior percentual de grãos de pólen viáveis foi obtido com o genótipo 089087-01 (93,7 %) em todos os corantes testados, seguido pelo 091087-01 (89,9 %), o menor percentual foi obtido pelo genótipo 091094-04 (71,7 %).
Com relação aos corantes testados o teste com o TTC foi o que apresentou os menores percentuais de viabilidade polínica (56,37 %), indicado pela presença de enzimas desidrogenases ativas através da coloração vermelha dos grãos de pólen. Nos demais testes colorimétricos, obteve-se um alto índice de grãos de pólen corados. O lugol, que detecta a presença de amido, foi o que apresentou maior porcentagem de viabilidade do pólen para todos os genótipos (94,86 %).
De acordo com Souza (2002), valores de viabilidade polínica acima de 70% são considerados como alta viabilidade do pólen, de 31 a 69% como média e até 30%, baixa. Com base nessa afirmação, e de acordo com os resultados obtidos, os genótipos avaliados apresentaram viabilidade média a alta.
CONCLUSÃO:
O genótipo 089087-01 possui aptidão para ser utilizado em programas de melhoramento genético devido a alta viabilidade de grãos de pólen.
O TTC apresentou os mais baixos resultados de viabilidade para todos os genótipos e o lugol apresentou as maiores percentagens.
Instituição de Fomento: Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado da Bahia (Fapesb)
Palavras-chave: Musa acuminata, teste colorimétrico, melhoramento genético.