Reunião Regional da SBPC no Recôncavo da Bahia
E. Ciências Agrárias - 1. Agronomia - 5. Agronomia
AVALIAÇÃO DE MÉTODOS DESTRUTIVOS E NÃO-DESTRUTIVOS PARA A ESTIMATIVA DA ÁREA FOLIAR DE VARIEDADES DE MANDIOCA
Miguel Julio Machado Guimarães 1
Maurício Antonio Coelho Filho 2
Victor Vinícius Machado De Oliveira 3
Francisco de Assis Gomes Junior 1
Ciro Siles Xavier 1
Ubirajara da Silva Oliveira 1
1. Graduando em Agronomia pela Universidade Federal do Recôncavo da Bahia
2. Pesquisador/Orientador – Embrapa Mandioca e Fruticultura Tropical
3. Mestrando em ciências agrárias, pela Universidade Federal do Recôncavo da Bahia
INTRODUÇÃO:
A mandioca (Manihot esculenta Crantz), planta dicotiledônea, da família euforbiácea, é uma das mais importantes fontes de carboidratos para milhões de pessoas no mundo, principalmente para os consumidores de renda mais baixa em países tropicais da America Latina, África e Ásia. A cultura é amplamente cultivada como fonte de alimentos para animais dessas regiões com uma área total cultivada com mais de 18 milhões de hectares. A estimativa da área foliar é um parâmetro importante para a irrigação, pois se trata de uma variável que é usada na modelagem de crescimento e nas estimativas de consumo hídrico. Muitos métodos para estimar a superfície foliar de plantas estão sendo utilizados, apresentando-se mais precisos os destrutivos, porem há um grande impedimento na utilização destes métodos, pois os mesmos não proporcionam um acompanhamento da planta no tempo. Vários métodos não-destrutivos estão sendo estudados no intuito de preservar a estrutura das plantas e assim facilitar o estudo. Este trabalho objetivou-se em avaliar métodos destrutivos e não-destrutivos de estimar a superfície foliar de plantas de mandioca.
METODOLOGIA:
O estudo foi realizado na EMBRAPA – Mandioca e Fruticultura, situada no município de Cruz das Almas-BA (12°40’31’’ S, 39°05’17’’ W e 220m de altitude) em condições de campo, envolvendo três variedades de mandioca: Salangor Preta, Manteiga e Gema-de-Ovo. Os trabalhos foram desenvolvidos em duas etapas. Inicialmente priorizou-se a determinação das relações existentes entre área foliar (AF) com a medida do comprimento da nervura central e a massa seca de folhas das variedades estudadas. Foram coletadas, aleatoriamente, 45 folhas de plantas de diversos tamanhos de cada variedade e determinada para cada folha a sua AF (cm2), por meio de moldes feitos com papel A4, ao se relacionar o peso do molde com gramatura conhecida(g/cm2). Em seguida, as AF determinadas foram correlacionadas com medidas de comprimento de nervura central das folhas e das massas secas das folhas, gerando modelos lneates simples para estimativa de AF.
RESULTADOS:
Foram geradas regressões lineares simples relacionando a área foliar (AF - cm²) de folhas, um para cada variedade (Manteiga, Gema-de-ovo, Salangor preta), com o comprimento da nervura central (C) e com o peso das folhas (P). Os Modelos relacionando o comprimento da nervura central e a área foliar apresentaram ajustes superiores a 89%, sendo a variedade Gema-de-ovo a que atingiu maior R² (y=21,41x-139,7; R²=0,948), e a Salangor preta obtendo o menor (y=19,93x-130,6; R²=0,897), mantendo-se intermediária o valor da variedade Manteiga (y=26,85x-197,2; R²=0,923), viabilizando assim o uso das equações obtidas para a determinação da área foliar de plantas de quaisquer idade de folha. Verifica-se ainda que a relação peso (g) e AF apresentou R² superior a 90% (Manteiga: y=221,6X; Gema-de-ovo: y=269,2X+107,3; Salangor preta: y=214,2+101,2), logo, satisfatória para a estimativa da área foliar a partir do peso das folhas. Para determinar a área foliar de plantas de mandioca em nível de campo, a utilização do peso das folhas, apesar de ser destrutivo é uma opção satisfatória. No entanto, a utilização do comprimento da nervura central não deve ser descartada pois, quando se pretende avaliar o desenvolvimento da área foliar da planta de forma não destrutiva, o mesmo é a melhor opção.
CONCLUSÃO:
Assim, conclui-se que a utilização do peso das folhas na determinação da área foliar de mandioca se mostra mais eficaz que a determinação a partir do comprimento da nervura central. Sendo o peso das folhas melhor utilizado quando se quer determinar a área foliar total da planta, e o comprimento da nervura central quando se pretende acompanhar o crescimento da planta.
Instituição de Fomento: CNPq
Palavras-chave: Mandioca, Área Foliar, Peso Seco.