Reunião Regional da SBPC no Recôncavo da Bahia
G. Ciências Humanas - 8. Psicologia - 12. Psicologia
A pesquisa empírica sobre Valores no Brasil: tendências e desafios.
Marcelo Souza Oliveira 3
Everson Meireles 1
Leandro Azevedo 2
1. Prof. Ms. Docente do Curso de Graduação em Psicologia da UFRB.
2. Aluno de graduação em psicologia vinculado ao LABIAP/UFRB.
3. Aluno de graduação em psicologia,vinculado ao LABIAP/UFRB,bolsista PIBIC/FAPESB.
INTRODUÇÃO:
O presente trabalho se propõe a analisar o conjunto de pesquisas brasileiras sobre o construto “Valores” nas últimas três décadas. Parte-se de um amplo levantamento da literatura para traçar o panorama histórico, delinear o arcabouço teórico-metodológico e sinalizar avanços, tendências e desafios para pesquisas futuras.
METODOLOGIA:
Foram consultados periódicos indexados no Scientific Electronic Library Online (SciELO), nos Periódicos Capes e nos Periódicos Eletrônicos em Psicologia (PEPSIC) à cata de artigos sobre o construto valores. Foram selecionados 61 artigos, sendo 11 de discussão teórica e 51 sobre pesquisas empíricas.
RESULTADOS:
A análise do material selecionado revelou que, desde 1981, data da publicação da primeira escala de valores no Brasil, o número de publicações sobre o construto tem aumentado, obtendo-se, em média, 5 artigos/ano a partir do ano 2000. Observou-se uma variedade expressiva de estudos que utilizaram diferentes modelos teóricos e instrumentos para precisar diferenças interpessoais e interculturais na identificação das prioridades axiológicas, bem como na predição de comportamentos. Autores como Rokeach, Schwartz, Hofstede, Inglehart, Singelis e Triandis foram os mais referenciados, com especial destaque para Schwartz. A proposição de construtos e instrumentos de medida para avaliar universos específicos de valores (valores pessoais, valores individuais, valores sexuais, valores culturais, valores sociais, valores organizacionais, valores do trabalho, valores de consumo), além da adoção da Análise Fatorial Exploratória e Confirmatória para avaliar a adequação psicométrica dos instrumentos tem se caracterizado como uma tendência, em detrimento de listas genéricas e da utilização da Análise de Menor Espaço (SSA), muito comuns nos primeiros estudos.
CONCLUSÃO:
Observou-se ainda que o poder preditivo dos valores sobre diferentes facetas do comportamento aumenta com a adoção de instrumentos específicos. A consistência do modelo de Schwartz é discutida como um desafio para que, em amostras brasileiras, se comprove, empiricamente, a suposição teórica da existência de relações de conflito entre conjunto de valores.
Palavras-chave: Valores, tendências, desafios.