Reunião Regional da SBPC no Recôncavo da Bahia
D. Ciências da Saúde - 6. Nutrição - 5. Nutrição
A dinâmica da produção, comercialização e consumo do acarajé no contexto santotoniense: permanências e mudanças no saber-fazer e no consumo.
ROCHA, Marília Nascimento 1
CAMPOS, Renata de Oliveira 2
SANTOS, Elinalva Araújo 3
PASSOS, Jasilaine Andrade 4
SOARES, Micheli Dantas 5
1. Estudante de Graduação do Curso de Nutrição-UFRB. Bolsista PIBIC/UFRB 2009/2010
2. Estudante de Graduação do Curso de Nutrição. Bolsista PIBIC Voluntária 2009/2010
3. Estudante de Graduação do Curso de Nutrição-UFRB. Bolsista PROPAE 2009/2010
4. Estudante de Graduação do Curso de Nutrição-UFRB. Bolsista PROPAE 2008/2009
5. Prof. Ms. - Depto Saúde Coletiva - UFRB. Orientadora
INTRODUÇÃO:
O acarajé é um alimento de origem africana que representa um dos principais ícones da cultura alimentar da Bahia, foi tombado como patrimônio imaterial nacional, pelo Programa Nacional do Patrimônio Imaterial. Com toda multiplicidade de simbologias que envolvem a iguaria, o estudo buscou compreender as práticas envolvidas na produção e comercialização e consumo do acarajé em Santo Antônio de Jesus – Ba.
METODOLOGIA:
O trabalho de campo contemplou dois momentos. No primeiro, foi realizada uma análise de documentos e um mapeamento do cenário alimentar da produção e consumo do acarajé no município. No segundo momento, utilizou de entrevistas semi-estruturadas com vendedores (13) e consumidores de acarajé (20).
RESULTADOS:
A análise das narrativas pode-se perceber a transmissão geracional envolvida na produção. O ofício das baianas-de-acarajé no contexto de Santo Antônio de Jesus está imbricado ao binômio sagrado/profano da sua produção. É notório o discurso legitimado da higiene, que adquire conotações religiosas e da preservação da tradição, desvinculando das religiões de matriz africana. A despeito dos discursos da alimentação saudável parece não ter ocorrido mudanças significativas na forma de preparo do acarajé, contudo o consumo parece sofrer restrições em consonância com a lipofobia e reflexividade do mundo moderno. Na representação dos sujeitos que comercializam o acarajé há uma distinção entre o ser baiana e o ser vendedora, na qual a religiosidade se contrapõe a profissionalização da venda.
CONCLUSÃO:
Em que pese os indivíduos se identifique com o acarajé, também, por sua representação simbólica de legado cultural dos povos africanos, o uso de rituais ou símbolos que são reconhecidos como pertencentes das religiões de matriz africana, podem denunciar a pertença religiosa da baiana, interditando o consumo do acarajé pelos eventuais fregueses, tendo em vista o principio da incorporação, tanto no plano real como imaginário das suas propriedades e símbolos.
Instituição de Fomento: Universidade Federal do Recôncavo da Bahia
Palavras-chave: Acarajé, Patrimônio Imaterial, Cultura.