Reunião Regional da SBPC no Recôncavo da Bahia
C. Ciências Biológicas - 8. Genética - 6. Genética
ANÁLISE MORFOMETRICA DA POPULAÇÃO DE Melipona scutellaris LATREILLE,1811 (HYMENOPTERA: APIDAE) NA REGIÃO DO RECONCAVO DA BAHIA
Shirley Nascimento Costa 1
Wyratan da Silva Santos 1
Lorena Andrade Nunes 2
Carlos Alfredo Lopes de Carvalho 1
1. Universidade Federal do Recôncavo da Bahia
2. Escola Superior de Agricultura Luis de Queiroz
INTRODUÇÃO:
A Melipona scutellaris conhecida popularmente como Uruçu, é uma abelha social pertencente à subfamília Meliponinae, que habita em regiões de mata úmida e quente. Endêmica do Nordeste brasileiro. M. scutellaris é importante não só para produção de mel e pólen, mas também para a reprodução da maioria das espécies vegetais nativas. Dados morfométricos são muito utilizados em estudos sobre a estrutura populacional e de variação geográfica entre raças ou entre populações de abelhas. A morfometria constitui uma ferramenta importante para a definição e separação de espécies, subespécies e ecótipos. Devido à ação antrópica, como o desmatamento, utilização de inseticidas e manejo inadequado, verifica-se a diminuição das populações desses insetos. Esta espécie foi classificada como ameaçada de extinção, merecendo atenção conservacionista. A partir disso, é necessário realizar estudos para que se possa conhecer o estado atual de conservação e fornecer subsídios para elaborar planos de manejo adequados para sua preservação. Sendo assim, esse trabalho teve como objetivo estudar as diferenças morfológicas da população de M. scutellaris da Região do Recôncavo da Bahia.
METODOLOGIA:
Foi coletado um total de 16 amostras, de 10 operarias por colônias, nos municípios de Cruz das Almas, Cachoeira, Muritiba, São Felipe, São Félix e Governador Mangabeira. Foram utilizadas técnicas de análise estatística multivariada para comparar populações de M. scutellaris nos municípios estudados. Foram mensuradas as seguintes variáveis morfométricas das asas direitas: na asa anterior a largura e o comprimento máximo, os comprimentos máximos das nervuras radial, setor radial + mediana 1, setor radial + mediana 2, medial, médio-cubital, cubital 1, cubital 2, cubital 3, cubital 4, anal, mediana + cubital e; na asa posterior a largura e o comprimento máximo, os comprimentos máximos das nervuras radial, mediana, cubital, setor radial 1 e setor radial 2, totalizando 20 variáveis.
RESULTADOS:
Foram necessárias as três primeiras variáveis canônicas para acumular cerca de 76% da variação total disponivel. Dos 20 caracteres totais mensurados das asas anterior e posterior de M. scutellaris, foram descartadas as características que menos influenciaram para a diferenciação entre as colônias: C, Cu2, Lp, Cu, Rp, M, Rs_M1, R , M_Cu. A análise de agrupamento realizada, utilizando distância D2 de Mahalanobis entre as colônias, levou a formação de sete grupos.
CONCLUSÃO:
Os resultados das análises morfométricas mostraram que há variabilidade morfológica significativa (P ≤ 0,001) entre as populações de M. scutellaris nos seis municípios, essa variação pode estar atribuída a diferenças de localidade, condições ambientais e variabilidade genética das espécies.
Instituição de Fomento: Universidade Federal do Reconcavo da Bahia
Palavras-chave: Asas, abelhas, variabilidade.