Reunião Regional da SBPC no Recôncavo da Bahia
D. Ciências da Saúde - 3. Saúde Coletiva - 4. Saúde Pública
Agentes Comunitários de Saúde e o controle do Dengue: uma valiação da praxis profissional em Feisra de Santana-Bahia.
MARIA ANGELA ALVES DO NASCIMENTO 1
FÁBIA QUELE BARBOSA DE FREITAS 2
1. PROFª DRª DPT SAÚDE DA UNIVERSIDADE ESTADUAL DE FEIRA DE SANTANA
2. DOCENTE DO CURSO DE ENFERMAGEM DA FACULDADE MARIA MILZA
INTRODUÇÃO:
Atualmente no Brasil e no mundo, a Dengue se configura como um problema de Saúde Pública, tendo em vista sua magnitude quanto ao elevado número de pessoas infectadas. No Brasil, a expansão da dengue deveu-se à multiplicação de seu vetor, o mosquito Aedes aegypt desde a sua re-introdução, em 1976 devido aos grandes desmatamentos, aceleração da urbanização com inadequadas condições de saneamento, a intensa utilização de matérias não-biodegradáveis e mudanças climáticas (BRASIL, 2002 a).
No sentido de contribuir para a prevenção e controle da dengue o Programa de Agentes Comunitários de Saúde - PACS e o Programe de Saúde da Família – PSF, tornam-se ferramentas importantes, com destaque ao ACS, profissional responsável por atividades educativas, cadastramento das famílias, supervisão das famílias, identificação de situações de risco, visitas domiciliares; o elo entre saúde e comunidade (BRASIL, 2001).
Tendo em vista a importância do papel do ACS no processo de saúde-doença de uma determinada comunidade e o potencial de transformação desses agentes nas ações de controle e prevenção da dengue, torna-se relevante a avaliação desses sujeitos a fim de contribuir para otimização da prática deste profissional mais próxima de uma lógica científica e responsável e sistematizada.
METODOLOGIA:
Trata-se de um estudo quantitativo, exploratório, que tem como principal objetivo avaliar as atividades desenvolvidas pelos Agentes Comunitários de Saúde no PACS/PSF, no controle da dengue em Feira de Santana/BA.
De acordo com os dados do Sistema de Informação da Atenção Básica (SIAB) o município de Feira de Santana possui 813 ACS vinculados ao serviço de atenção básica (PACS/PSF); o que corresponde ao universo deste estudo, representados por amostra de 261 ACS (FEIRA DE SANTANA, 2006).
Para obtenção de dados que contemplem os objetivos desta pesquisa, foi utilizado um formulário composto por perguntas diretas. A interpretação dos dados foi realizada por meio de instrumentos matemáticos (freqüência absoluta e relativa) representados sob a forma de tabelas, figuras e quadros para uma melhor sistematização, facilitando a análise dos resultados. Foram respeitados ainda os preceitos éticos para pesquisas envolvendo seres humanos atendendo às diretrizes da Resolução 196/96
RESULTADOS:
Constatou-se que as ações de vigilância epidemiológica são realizadas pela grande maioria dos agentes comunitários de saúde, o que poderá interferir positivamente na configuração da resolubilidade de eventuais problemas.
A realização de orientações de medidas de controle da dengue é uma atividade executada quase por unanimidade entre os ACS, ou seja, 99,62% deles. Contudo, as atividades de combate do vetor dirigidas ao domicílio apresentam uma dicotomia nos valores auferidos, em que para as atividades de controle junto aos usuários/família e domicílio encontrou-se uma freqüência de 98,47% enquanto, a ação de vistoria dos domicílios apresentou apenas 48,28%.
O alto índice de realização das atividades que envolvem a participação junto aos usuários/comunidade poderá ser associada à credibilidade ao posicionamento do ACS enquanto integrante da comunidade, detentor de conhecimentos em saúde compartilhados a partir de uma mesma ótica cultural, com a utilização de uma linguagem própria de cada comunidade. As atividades de cunho político-sociais não são bem representadas pela classe de ACS no que compete a sua ação enquanto profissionais de saúde e cidadãos, no combate e controle na dengue.
CONCLUSÃO:
Sob a ótica dos ACS, os dados coletados neste estudo demonstram em linhas gerais que existem falhas de ordem dinâmica e estrutural na implantação e execução do PNCD, bem como na gestão dos serviços e sistema de saúde. Faz-se necessário subsidiar o desenvolvimento de suas atividades, da formação profissional, bem como despertar-los para a importância da execução do controle social e político, tendo em vista a importância deste trabalhador no cenário da saúde nacional.
Palavras-chave: AVALIAÇÃO, AGENTES COMUNITÁRIOS DE SAÚDE, DENGUE.