Reunião Regional da SBPC no Recôncavo da Bahia
D. Ciências da Saúde - 3. Saúde Coletiva - 5. Saúde Coletiva
Saúde do Trabalho em tempos de precarização
FABIA QUELE BARBOSA DE FREITAS 1
ENIEL DO ESPIRITO SANTO 2
1. DOCENTE DO CURSO BACHARELADO EM ENFERMAGEM DA FACULDADE MARIA MILZA
2. Doutor em Educação
INTRODUÇÃO:
Este artigo analisa a relação do contexto político, econômico, social e ideológico neoliberal e seu processo de precarização do trabalho. Relaciona os eventos acontecidos ao longo da história da construção da Saúde do Trabalho e sua evolução, salientando a Medicina do Trabalho e a Saúde ocupacional. Descreveu-se e analisou-se o processo histórico de configuração dos modelos de atenção à saúde do trabalhador, bem como o processo de precarização e a sua influência sobre a Saúde do Trabalho. Prioriza o fortalecimento da Saúde do Trabalho, enquanto ciência que necessita de consolidação e emancipação dentro da Saúde Coletiva e de suas políticas públicas. A relevância desta proposição científica reside na contribuição para ampliar as reflexões sobre os aspectos atuais e suas interferências na Saúde do Trabalho e no fortalecimento da formulação de estudos interdisciplinares (História, Ciência Política, Economia, Sociologia, Saúde Coletiva e suas subáreas) sobre a temática, bem como fomentar e instigar a produção científica desta linha de pesquisa, que é ainda incipiente. Acredita-se que esta pesquisa prioriza o fortalecimento da Saúde do Trabalho, enquanto ciência que necessita de consolidação e emancipação dentro da Saúde Coletiva e de suas políticas públicas.
METODOLOGIA:
Trata-se de um estudo bibliográfico com o objetivo de analisar a produção científica interdisciplinar que envolve a saúde e o trabalho, enquanto elementos distintos e as demandas relativas às questões econômicas, sociais e culturais associadas ao processo laboral que impactam diretamente na precariedade da saúde do trabalhador.
RESULTADOS:
A saúde do trabalhador sofreu grandes modificações ao longo da história, passando por (des)construções, significativos avanços, estagnações e consideráveis retrocessos. Os determinantes políticos, culturais, econômicos e ideológicos, delineados historicamente até aqui, contribuíram(em) para marcar as principais características no campo da saúde do trabalhador. As revoluções industriais, os avanços tecnológicos e as modificações dos sistemas de trabalhos contrapõem-se às inúmeras desvantagens refletidas no processo de trabalho, sucumbido pela precarização, violação dos direitos dos trabalhadores, insalubridade entre outras desastrosas características. O sistema de produção, hoje caracterizado pela terceirização, reestruturação produtiva e flexibilização, concorre para a diminuição do número de trabalhadores formalizados e na constituição de um numeroso exército de reserva. Os reflexos de uma classe trabalhadora dizimada marcam a queda do movimento sindical e a busca organizada por melhores condições de trabalho, o que salienta a perda da coletividade, vez que o interesse individual tem incentivo das condições mercadológicas. Assim, o trabalhador vê-se obrigado a primar pela manutenção do seu emprego em condições inapropriadas, impossibilitado de exigir melhorias.
CONCLUSÃO:
Ressalta a importância de incorporar às políticas de saúde características capazes de perceber os principais pontos de conflitos para a saúde do trabalhador, na tentativa de atenuar os limites impostos à saúde do trabalhador pelo neoliberalismo possibilitando uma assistência à saúde mais equânime, valorizando os princípios do SUS e superando barreiras neste sentido. Tais alterações além de serem muito difíceis de serem realizadas demandariam muito tempo e um esforço coletivo político e social.
Palavras-chave: Saúde do trabalho, Neoliberalismo, Precarização.