Reunião Regional da SBPC no Recôncavo da Bahia
E. Ciências Agrárias - 1. Agronomia - 5. Agronomia
RESPOSTA DE GENÓTIPOS DE CITROS AO DÉFICIT HÍDRICO
Amábili Gunes Viana Pissinato 1
Alexandre Dias Dutra 2
Maurício Antônio Coelho Filho 3
Walter dos Santos Soares Filho 3
1. Universidade Federal do Recôncavo da Bahia - Estudante de Agronomia
2. Universidade Federal do Recôncavo da Bahia – Estudante de Pós-Graduação
3. Embrapa Mandioca e Fruticultura Tropical – Orientador
INTRODUÇÃO:
O uso eficiente da água inclui o emprego de técnicas que determinam com maior exatidão o consumo de água pelas culturas. Os citros são plantas que regulam bem a perda de água, apresentando características morfo-fisiológicas que as tornam plantas eficientes no uso de água e com características de tolerância à seca. quando comparadas a outras culturas.Por isso, a citicultura brasileira é predomeinantemente desenvolvida em condições de sequeiro, tendo os seus limites estabelecidos em regiões apresentando clima sub-umido seco, como os que caracterizam a região de Cruz das Almas – BA. No caso da lima-ácida, a irrigação é praticada principalmente em condições semi-áridas brasileiras, e o manejo correto cálulo das lâminas em eventos de irrigação garante a produtividade, a qualidade dos frutos e a maior eficiência do uso de água. Nesse contexto, torna-se importante o conhecimento dos processos fisiológicos envolvidos nos mecanismos de tolerância à seca, para maior eficiência no desenvolvimento de variedades cítricas eficientes no uso de água, particularmente porta-enxertos. O presente trabalho teve como objetivo avaliar respostas fisiológicas de genótipos de citros submetidos continuamente ao secamento do solo, como base para o programa de melhoramento genético do CNPMF/EMBRAPA.
METODOLOGIA:
Plantas do limoeiro ‘Cravo’ variedade Santa Cruz(LCRSC), TSKC X TRBK – 007 ,TSKC X CTSW – 028, TSKC X CTARG – 044, TSKFL X CTC 13 – 012, TSKC X CTARG – 019, TSKC X CTQT 1434 – 001, TSKC X CTARG – 020, TSKC X ( TR X LCR) – 040, TSKC X (TR X LCR) – 016 plantadas em citrovasos com 4L de capacidade foram mantidos em casa de vegetação. Com base na uniformidade das plantas,6 indivíduos de cada genótipo foram separados e submetidos a dois regimes hídricos: Controle – plantas mantidas na capacidade de campo (CC) e Estresse hídrico – plantas mantidas sem irrigação. Os citrovasos foram vedados com papel alumínio para evitar a evaporação da água do solo. Em 3 plantas sob déficit e 3 irrigadas em todo período de avaliação foram realizadas leituras de resistência estomática (s m-1) com um porômetro modelo Delta T-Devices e da umidade no solo (&tetam3m-3) com TDR (Reflectometria no domínio do tempo), sendo esta realizada com sondas inseridas verticalmente nos vasos.
RESULTADOS:
Verificou-se que poucos dias após a aplicação do déficit constataram-se grandes diferenças nos valores de umidades dos solos entre os genótipos, corroboradas pelos valores de resistência estomática. O limoeiro ‘Cravo’, após aproximadamente sete dias de suspensão da irrigação, apresentou sintomas de murchamento das folhas, quando a umidade estava aproximadamente a 0,1m3 m-3, valor indicativo do ponto de murcha permanente nas condições experimentais. Para os demais genótipos, o processo de secamento foi mais lento, destacando-se o TSKC x (TR x LCR)-040, o qual com 14 dias de suspensão da irrigação ainda apresentava valores de umidade de 0,2m3m-3, sem sofrer deficiência hídrica. Denotando distintos mecanismos de consumo e controle de trocas gasosas entre os genótipos.
Tomando como base a resistência estomática, ficou evidente um comportamento fisiológico semelhante entre 9 genótipos para os dois tratamentos no início do experimento. O LCRSC foi o genótipo que apresentou maior vigor e atingiu resistências estomáticas de 169 sm-1 no 6º dia, em função do rápido esgotamento da água do solo, com máxima regulação quando a umidade atingiu 10%.
CONCLUSÃO:
O limoeiro ‘Cravo Santa Cruz’ demonstrou-se mais suscetível ao déficit aplicado em condições controladas comparado aos outros genótipos: TSKC X TRBK – 007 ,TSKC X CTSW – 028, TSKC X CTARG – 044, TSKFL X CTC 13 – 012, TSKC X CTARG – 019, TSKC X CTQT 1434 – 001, TSKC X CTARG – 020, TSKC X (TR X LCR) – 016. Logo pode-se inferir que estes possuem mecanismos de tolerância e de controle da perda de água, destacando o TSKC X ( TR X LCR) – 040, que demonstrou início do déficit em quatorze dias.
Instituição de Fomento: Fundação de Amparo á Pesquisa do Estado da Bahia - FAPESB
Palavras-chave: Citrus (L.), Tolerância à seca, Porta-enxertos.