Reunião Regional da SBPC no Recôncavo da Bahia
G. Ciências Humanas - 7. Educaçao - 7. Educação Infantil
QUAL A FUNÇÃO SOCIAL DA TV: INFORMAR, FORMAR OU ENTRETER? Uma abordagem sobre consumo infantil na sociedade contemporânea
Jane Teles Silva 1
1. Graduada em Pedagogia Docência e Gestão pela Universidade do Estado da Bahia
INTRODUÇÃO:
É sabido que a educação não aceita “legitimar” a mídia como elemento educador. Desta forma, as relações múltiplas entre os meios de comunicação, as tecnologias de informação e a educação têm sido, muitas vezes, desconsideradas pelos professores, pais, alunos e os próprios órgãos governamentais responsáveis. Sem um interesse institucional ou individual por desenvolver uma pedagogia do uso da imagem pela educação, produz-se na sociedade uma sensação geral de descompromisso com a questão, enquanto a mídia de massa vem ganhando espaço com sua educação persuasiva e de difícil questionamento por parte das crianças, por não saberem ainda distinguir fantasia e realidade, sem que se possa cobrar sua responsabilidade nesse processo. A presente pesquisa objetiva conhecer como a publicidade e suas práticas afetam as crianças na cultura contemporânea. Este estudo, ao buscar conhecer a representação infantil da criança na mídia e o efeito que pode gerar o uso das mesmas e das tecnologias, em especial a TV, pretende oferecer aos pais, educadores e à sociedade em geral, referências para a construção de um olhar crítico, de modo a contribuir na efetividade e ampliação do diálogo com os meios de comunicação e, por decorrência, favorecer a construção de uma relação autônoma da criança com a TV.
METODOLOGIA:
Na primeira etapa deste trabalho foi realizada uma pesquisa bibliográfica para familiarização com o tema em questão e a sua sistematização a fim de saber a profundidade das pesquisas sobre o problema tratado. Para a realização da segunda fase, aplicou-se um questionário para 40 alunos da Escola “Contos de Fada”, na Cidade de Valença - Bahia, que foi adaptado à idade dos participantes, que tinham entre 08 e 12 anos, sendo composto de 30 perguntas adequadas aos estudantes do 4º e 5º ano do ensino fundamental, admitindo que eles já possuem uma maior experiência televisiva e também uma maior capacidade de dialogar e trocar idéias, oralmente ou por escrito.
RESULTADOS:
Foi constatado na pesquisa de campo, que as crianças estão tão familiarizadas com a televisão que já possuem habilidades na realização de diversas tarefas ao mesmo tempo em que visionam a “telinha”. Outro fator que comprova a grande familiaridade das crianças com a TV é o fato de 90% delas escolherem tal equipamento como seu principal instrumento de lazer, o que implica dizer que a TV é tida como referência para as crianças na faixa etária pesquisada. É importante ressaltar que até os cinco anos de idade a criança não possui discernimentos para distinguir publicidade e propaganda e no período de 8 a 11 anos elas são muito flexíveis a novidades. As crianças passam muitas horas diante da TV e isso reflete, basicamente, no desenvolvimento da criança e na sua visão de mundo, se não for corretamente orientada. Infelizmente, na maioria das vezes os pais e a escola não se dão conta dos malefícios que a mídia traz, e é preciso estar atentos a esses fatos sociais.
CONCLUSÃO:
Podemos identificar duas funções da TV na formação cultural dos indivíduos: a primeira tem a ver com uma ação deformativa (propagando ideologias dominantes); já a segunda teria uma ação formativa (divulgando informação para a construção de conhecimento). Ficou claro neste estudo que a televisão em si não pode ser considerada a grande responsável pelos inúmeros problemas do cotidiano infantil. Nesse momento faz-se necessário uma mediação pedagógica da família, da escola, dos professores.
Palavras-chave: cultura infanto-juvenil, televisão, representação social.