Reunião Regional da SBPC no Recôncavo da Bahia
E. Ciências Agrárias - 5. Medicina Veterinária - 5. Reprodução Animal
Avaliação do estresse causado por diferentes métodos de inseminação artificial em ovinos
Alessandra Oliveira Barbosa 1
Larissa Pires Barbosa 2
Bianor Mathias Cardoso Neto 3
Patrícia Alves Dutra 3
Raísa C. S. de Araújo 4
Claudinéia Silva Mendes 4
1. Graduanda em Ciências Biológicas – UFRB. Bolsista PIBITI – CNPq.
2. Profª do Centro de Ciências Agrárias, Ambientais e Biológicas – UFRB.Orientadora
3. Mestrando em Ciência Animal – UFRB.
4. Graduanda em Medicina Veterinária – UFRB.
INTRODUÇÃO:
Devido às características anatômicas da cérvix ovina, com anéis tortuosos e reduzido diâmetro de orifício (KERSHAW et al., 2005), a inseminação artificial (IA) intrauterina por laparoscopia (KILLEN e CAFFERY, 1982, GHALSASI e NIMBKAR, 1996) é a principal técnica utilizada para a espécie. Esta, contudo, apresenta várias limitações, por se tratar de um procedimento cirúrgico e exigir a utilização de equipamentos de alto valor e mão-de-obra especializada, sendo economicamente inviável na maioria das propriedades de criação ovina (EVANS e MAXWELL, 1987).
Como alternativa para a realização de IA intra-uterina em ovinos foi desenvolvida a técnica por via transcervical, a qual, por ser um método não cirúrgico, reduz os custos da IA (Rebassa. 2007).
Em razão da passagem do aplicador pela cérvix ser o principal entrave da técnica de inseminação transcervical. Algumas substâncias têm sido utilizadas com o objetivo de provocar o relaxamento da cérvix ovina, como os hormônios relaxina e ocitocina, as prostaglandinas, as interleucinas e a cocaína (Santos et al., 2009).
Dessa forma, objetivou-se avaliar o nível de estresse causado pela técnica de inseminação artificial transcervical em ovinos, por meio da avaliação de parâmetros fisiológicos.
METODOLOGIA:
O experimento foi realizado em uma fazenda no município de Entre Rios - BA. Foram inseminadas artificialmente 114 fêmeas distribuídas em cinco grupos (G), sendo: G1: inseminação transcervical sem utilização de dilatador cervical (n=23); G2 – inseminação transcervical com aplicação de ocitocina intramuscular (IM), (n=23); G3 – inseminação transcervical com aplicação de estrógeno IM, (n=22); G4 – inseminação transcervical com aplicação de prostaglandina F2 IM, (n= 23) e G5 - inseminação por laparoscopia (n=23), sendo que nos grupos G2, G3 e G4, a aplicação do dilatador foi feita 11 horas antes da inseminação.
Analisou-se parâmetros fisiológicos como temperatura retal (TR), frequência cardíaca (FC) e frequência respiratória (FR). Para avaliação da temperatura retal foi utilizado um termômetro digital, e as frequências respiratória e cardíaca foram avaliadas com auxílio de um estetoscópio.
Para análise dos dados foi utilizada ANOVA, adotando um nível de 5% de significância.
RESULTADOS:
As médias encontradas para temperatura retal para os G1, G2, G3, G4 e G5, respectivamente, foram 38,57; 38,05; 38,01; 37,27 e 37,65 ºC. Houve diferença entre os tratamentos para TR (P<0,05), com o G1 apresentando aproximadamente 0,5ºC acima dos outros grupos, podendo ter importância na alteração de ambiente uterino e para sobrevivência embrionária precoce.
As médias de FC foram de 78,61; 79,04; 73,82; 80,78 e 55,04 bat/min, para os grupos 1, 2, 3, 4 e 5, respectivamente, com o grupo 5 apresentando valores inferiores aos demais (P<0,05). Para FR as médias foram de 38,43; 38,61; 37,64; 38,52 e 58,87 mov/min, para os grupos 1, 2, 3, 4 e 5, respectivamente, com o grupo 5 apresentando valores superiores aos demais (P<0,05). Essas alterações observadas nos parâmetros de FR e FC com a técnica laparoscópica podem ter ocorrido provavelmente pela utilização de substâncias anestésicas.
CONCLUSÃO:
A técnica de inseminação transcervical, com ou sem aplicação prévia de dilatador cervical, não promoveu alterações significativas nos parâmetros fisiológicos analisados, diferindo da técnica por laparoscopia, que promoveu alterações nos parâmetros de frequência respiratória e cardíaca, possivelmente pela utilização de substâncias anestésicas.
Instituição de Fomento: CNPq
Palavras-chave: Inseminação Artificial em Tempo Fixo, Reprodução, Transcervical.