Reunião Regional da SBPC no Recôncavo da Bahia
A. Ciências Exatas e da Terra - 6. Geociências - 3. Geografia Física
CAPACIDADE DE USO DAS TERRAS DO MUNICÍPIO DE PEDRO ALEXANDRE (BA): IDENTIFICAÇÃO A PARTIR DE GEOTECNOLOGIAS
Leônidas de Santana Marques 1
Joselisa Maria Chaves 2
1. Graduando em Geografia - Universidade Estadual de Feira de Santana
2. Profª. Drª. - Universidade Estadual de Feira de Santana
INTRODUÇÃO:
A gestão de um território engloba distintos aspectos, tais como socioeconômicos, culturais e ambientais. Mais detidamente a estes últimos, pode-se ponderar como se relacionam com as diversas feições do espaço, tanto urbano como rural. Várias propostas de gestão e ordenamento do meio rural podem ser consideradas, sendo a identificação da potencialidade agrícola das terras um importante subsídio para tal.
Para esta análise, foi escolhida a de capacidade de uso das terras, que tem como seu principal diferencial a sua classificação com fins conservacionistas. Isto por que o município de Pedro Alexandre está inserido entre um dos que apresentam Áreas Susceptíveis à Desertificação no estado da Bahia, sendo fundamental então propor formas de uso mais responsável do território.
Esta pesquisa tem como objetivo identificar as classes de capacidade de uso das terras do município de Pedro Alexandre, sendo utilizada para tanto técnicas de geoprocessamento. Foram utilizadas técnicas de processamento digital de imagens de radar, para extração de declividade do terreno, além do manuseio de dados em ambiente de Sistema de Informações Geo-referenciadas, com sobreposição de dados vetoriais sobre unidade do solo e declividade/erosão. Também foi considerado o resultado do balanço hídrico local.
METODOLOGIA:
Foi utilizada como parâmetro o que se define como fórmula mínima: profundidade efetiva-textura-permeabilidade/declividade-erosão.
Os dados relativos às características do solo foram analisados a partir de cada classe definida a partir da base de dados previamente organizada. Foram considerados fatores mais gerais de cada unidade de solo, a exemplo de mudança textural abrupta. Os dados de declividade foram extraídos de um MDT do município, a partir de uma imagem SRTM/NASA. O MDT foi interpolado e vetorizado no software Spring 3.6.03. Em seguida, o fatiamento realizado foi relacionado às classes de erosão. Desta forma, foram sobrepostos os dados vetoriais no software ArcGis 9.3, onde foram gerados os mapas finais.
De acordo com as características de unidade do solo e declividade/erosão, foram classificadas cada uma das áreas. Estas obedeceram a estrutura hierárquica de grupos, classes e subclasses. Para tanto, foi feito balanço hídrico de Pedro Alexandre, de acordo com os dados da SEI.
RESULTADOS:
Dadas as condições climáticas da região, nenhuma área analisada foi enquadrada nas classes I ou II. As áreas enquadradas na classe III são as que apresentam os melhores atributos para ocupação do território. Esta classe se caracteriza por ARGISSOLOS com declividades até 5%. Quanto às áreas classificadas como IV, se caracterizam por locais do tipo de solo anteriormente citado com declividade superior a 10%. A erosão nestas áreas é potencializada por um escoamento superficial bem mais rápido. São áreas que necessitam de cuidados constantes, principalmente quando se trata de uso voltado para culturas anuais. As áreas da classe de capacidade de uso V podem apresentar NEOSSOLOS LITÓLICOS, LUVISSOLOS e PLANOSSOLOS com declividades que variam até 5%. A maior limitação está relacionada a fatores específicos do solo. A classe VI aparece de forma semelhante à classe V. A grande diferença está na declividade destas áreas, que estão entre 5 e 10%. São terras impróprias para culturas anuais. A classe VII se caracteriza pela presença de ARGISSOLOS e NEOSSOLOS LITÓLICOS em local com declividade acima de 15%. São áreas com limitações muito complexas, que requerem severas restrições quanto ao uso. Na classe VIII a declividade ultrapassa 45% e nenhum tipo de cultivo é viável.
CONCLUSÃO:
Uma grande parcela do município de Pedro Alexandre tem capacidade para agricultura nas áreas de ARGISSOLO. Porém a maior parte do município tem capacidade de uso que indica o pastoreio como a melhor atividade para que não haja depauperamento das terras, com vistas à erosão. O uso das geotecnologias, principalmente do PDI para a declividade e SIG para manipulação dos dados, foram fundamentais neste estudo, mostrando como podem ser ferramentas que potencializam resultados.
Instituição de Fomento: Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado da Bahia - FAPESB
Palavras-chave: Capacidade de uso, Semiárido, Geotecnologias.