Reunião Regional da SBPC no Recôncavo da Bahia
G. Ciências Humanas - 8. Psicologia - 1. Gerontologia
Função executiva em idosos institucionalizados: um estudo utilizando subtestes da Avaliação Cognitiva de Montreal (MOCA)
Ana Flávia Soares Conceição 1
1. Estudante de Graduação da Universidade Federal do Recôncavo da Bahia
INTRODUÇÃO:
Funções executivas (FE) referem-se às habilidades cognitivas envolvidas no planejamento, iniciação, seguimento e monitoramento de comportamentos complexos dirigidos a um fim. Na avaliação neuropsicológica, o termo FE é utilizado para designar uma ampla variedade de funções cognitivas que implicam: atenção, concentração, seletividade de estímulos, capacidade de abstração, planejamento, flexibilidade, controle mental, autocontrole e memória operacional. No envelhecimento, tanto normal quanto patológico, as funções executivas tendem a estar prejudicadas. No envelhecimento normal, as alterações executivas ocorrem de modo gradual e lento até os 60 anos, tornando-se mais aceleradas a partir dos 70 anos. Pessoas acima de 65 anos geralmente se queixam de dificuldades de memória e nomeação. Como conseqüência, muitas pesquisas têm se voltado para as alterações cognitivas típicas do envelhecimento, possibilitando um diagnóstico diferencial precoce entre envelhecimento normal e doenças neurodegenerativas. Atualmente, há teorias neuropsicológicas que tentam explicar o mecanismo de determinadas alterações, entre elas a teoria do córtex frontal, responsável pelas FE. O presente estudo teve como objetivo avaliar o perfil das FE em idosos institucionalizados de Santo Antonio de Jesus.
METODOLOGIA:
O estudo foi realizado em uma instituição no município de Santo Antônio de Jesus, que hospeda idosos predominantemente não alfabetizados e de classe socioeconômica C e D (Critério de Classificação Econômica Brasil, ABEP, 2003).A amostra avaliada foi de 12 idosos com idade entre 65 a 89 anos. Dos 12 participantes, oito eram homens e quatro mulheres com idade entre 65 e 89 anos, havia apenas um com a idade mínima de 65 e outro com a máxima de 89 anos. Todos analfabetos. O instrumento utilizado foi a Avaliação Cognitiva de Montreal que é um instrumento de rastreio que avalia várias habilidades cognitivas, sendo utilizado para análise apenas as tarefas que avaliam funções executivas. Foi realizada uma estatística descritiva.
RESULTADOS:
Participaram deste estudo 12 idosos, sendo 66,7% (n=8) homens e 33,3 % (n=4) mulheres com idade entre 65 e 89 anos, analfabetos, havendo apenas um com a idade mínima de 65 anos e outro com a máxima de 89 anos. Em função da amostra ter sido pequena a variância foi significativa e o desvio padrão alto, não havendo uma distribuição normal. O desempenho dos idosos avaliados foi abaixo do esperado nas tarefas que tinham por objetivo avaliar as funções executivas na Avaliação Cognitiva de Montreal (Média=6; Desvio Padrão= 17) indicando que todos os idosos avaliados possuíam um déficit em habilidades executivas.
CONCLUSÃO:
Os resultados deste estudo apontaram para a relevância da investigação das alterações de funções executivas no diagnóstico diferencial entre envelhecimento normal e o patológico, já que muitas destas alterações não fazem parte do curso natural do envelhecimento. Além disto, alterações de funções executivas aparecem cedo no curso da Doença de Alzheimer, muitas vezes antes de déficits de linguagem e visuoespaciais, causando queda no desempenho de atividades de vida diária.
Palavras-chave: idoso , funções executivas, ILPs.