Reunião Regional da SBPC no Recôncavo da Bahia
G. Ciências Humanas - 8. Psicologia - 1. Gerontologia
AUTO-PERCEPÇÃO DA MEMÓRIA EM IDOSOS
Ana Flávia Soares Conceição 1
Breno Bezerra de Andrade 1
Carla Geline de Oliveira Campos 1
Jane Gleifa Oliveira Machado 1
Mariana Mercês Oliveira e Oliveira 1
Dóris Firmino Rabelo 2
1. Estudante de Graduação da Universidade Federal do Recôncavo da Bahia
2. Professor Assistente da Universidade Federal do Reconcavo da Bahia-orientador
INTRODUÇÃO:
O funcionamento cognitivo é um determinante fundamental da qualidade de vida e da habilidade de manutenção da independência em idades avançadas. Nesse processo, as queixas de memória devem ser investigadas cuidadosamente. Embora a velhice geralmente esteja associada ao aumento do risco de declínio no funcionamento cognitivo, existem consideráveis diferenças individuais na extensão e no tempo destas mudanças. Os esforços para entender os fatores que influenciam estas diferenças individuais tem se tornado cada vez mais importante. O objetivo desta pesquisa foi verificar a percepção dos idosos quanto a própria memória e os fatores emocionais e de estilo de vida associados.
METODOLOGIA:
Participaram 364 idosos, com idade média de 69 anos (DP=7,3) sendo a maioria mulher (67%), casada (54,4%) com 1 a 4 anos de escolaridade (50,4%), residentes em Patos de Minas-MG. Todos os participantes atingiram o escore mínimo esperado para sua idade e escolaridade no Mini-exame do estado mental, sendo este um critério de inclusão na pesquisa. Os instrumentos utilizados foram: a) Ficha de informações sociodemográficas e questões sobre o estilo de vida; b) Mini-Exame do Estado Mental; c) Questionário de queixas subjetivas de memória - MAC-Q; d) Escala de Depressão Geriátrica – GDS;Foram feitas estatísticas descritivas.
RESULTADOS:
Verificou-se que 74,2% dos idosos apresentaram percepção subjetiva de disfunção da memória. Existem mais idosos com doenças crônicas (78,9%) no grupo com queixas de memória do que no grupo sem queixa (58,5%). Observou-se ainda que a maioria dos idosos com percepção subjetiva de disfunção de memória avaliou sua memória no passado como melhor (78,9%) enquanto o outro grupo como igual (61,8%); mostraram uma avaliação mais negativa da qualidade do sono (43,7%), fazem menos atividades físicas regulares (33,7%), sofreram maior número de hospitalizações no último ano (22,8%) e maior sintomatologia depressiva (35,2%) do que os idosos sem queixas subjetivas de memória (respectivamente 34%; 44%; 12,9% e 19,2%).
CONCLUSÃO:
Embora os participantes não apresentem declínio cognitivo segundo avaliação do estado cognitivo geral pelo mini-exame do estado mental, a maioria apresenta queixas subjetivas de memória e esta avaliação pode estar associada a fatores do estilo de vida como a presença de doenças crônicas, o sono, a prática de atividade físicas, ter ficado hospitalizado recentemente, e com fatores emocionais ligados ao humor deprimido.
Palavras-chave: idoso, memória, declínio cognitivo.