Reunião Regional da SBPC no Recôncavo da Bahia
G. Ciências Humanas - 4. Geografia - 2. Geografia Regional
DINÂMICA ECONÔMICA E POPULACIONAL: UM OLHAR SOBRE A REGIÃO METROPOLITANA DE SALVADOR – BAHIA
LIMA, Débora Raquel 1
VALENÇA, Graziela 2
MOURA, Sarah 3
ARAUJO, Oriana 4
1. Graduanda do curso de Lic. e bacharelado em Geografia – UEFS
2. Graduanda do curso de Lic. e bacharelado em Geografia – UEFS
3. Graduanda do curso de Lic. e bacharelado em Geografia – UEFS
4. Profª Ms. - DCHF - Curso de Geografia – UEFS
INTRODUÇÃO:
O trabalho discute a dinâmica populacional e econômica do estado da Bahia, enfocando a Região Metropolitana de Salvador, com o objetivo de compreender o papel do processo industrial na transformação do cenário econômico e demográfico do estado da Bahia, no século XX, e analisar o contexto dessas transformações e seus rebatimentos no espaço. Com isso, é possível identificar os impactos sócioeconômicos gerados a partir da industrialização da RMS, no território baiano. Considerando os estudos da dinâmica da população e da dinâmica econômica, via industrialização, numa perspectiva em que as relações sociais se configuram como a base para o entendimento desses elementos, faz-se necessário analisar as contradições existentes no fenômeno da industrialização e as conseqüências do mesmo para o modo como a população se organiza no espaço. O mundo moderno é dominado pela sociedade de consumo, que tem na indústria um importante setor da economia, uma vez que provoca o desenvolvimento de atividades que lhe são complementares, gerando oportunidades de emprego. Entretanto, a indústria provoca também a acumulação de capitais em poucas mãos, acarretando com isso uma concentração de investimentos e riquezas e a geração do exército de reserva para o trabalho, provocando assim desigualdade social.
METODOLOGIA:
A metodologia adotada partiu da análise documental, com vistas à elaboração do referencial teórico, que embasou esse trabalho. Em seguida, realizou-se a organização de um banco de dados, com indicadores populacionais e econômicos da Região Metropolitana de Salvador (RMS). A base dos dados utilizados compreende informações extraídas do Censo Demográfico do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística – IBGE (2000) e os indicadores econômicos da RMS disponibilizados pela Superintendência de Estudos Econômicos e Sociais da Bahia (SEI).
Os dados foram então tabulados, na forma de gráficos e tabelas - que subsidiaram - associados aos dados preexistentes, os resultados e discussões realizados na pesquisa.
RESULTADOS:
A Bahia é a sexta economia do país, sendo a mais importante fora do eixo Sul-Sudeste. Responde por cerca de um terço da atividade econômica do Nordeste. Os anos de 60 e 70 caracterizaram-se pelo desenvolvimento da atividade industrial, que passou a responder por parcela significativa no PIB estadual, impulsionada pela instalação da Refinaria Landulfo Alves, do Centro Industrial de Aratu, do Pólo Petroquímico de Camaçari e da indústria sidero-metalúrgica. Assim, o setor secundário abrange, além da indústria de transformação, a extrativa mineral e a construção civil. O parque industrial foi apoiado pela ação federal, através de incentivos fiscais e financeiros, de investimentos em infra-estrutura e da participação acionária, sobretudo na petroquímica - setor que surgiu em meio ao ciclo de inversões do II Plano Nacional de Desenvolvimento (PND) do governo militar. A concentração de cerca de 70% da indústria de transformação baiana na RMS produziu uma rede de cidades em que a proeminência de Salvador, dificultou a constituição de núcleos urbanos de médio porte. Além disso, atraiu forte contingente migratório, entre 22% (1980-1990) e 18% (1990-2000), de modo que é a sétima região metropolitana mais populosa do Brasil (IBGE, 2003), apresentando fortes desigualdades sócioespaciais.
CONCLUSÃO:
A concentração industrial, de serviços e de investimentos estatais na RMS, atraiu um forte contingente migratório - 18% (1990-2000), que gerou profundas disparidades econômicas e sociais em relação ao restante do Estado. Na RMS, há sérios problemas: moradia, favelização, desemprego, sub-emprego e dificuldade de inserção social, que demonstram que a política de concentração de investimentos nos espaços ditos dinâmicos promoveu crescimento econômico sem desenvolvimento social equânime.
Palavras-chave: Região metropolitana de Salvador, Concentração espacial, Adensamento populacional.