Reunião Regional da SBPC no Recôncavo da Bahia
E. Ciências Agrárias - 1. Agronomia - 5. Agronomia
FOTOSSÍNTESE EM GENÓTIPOS DE GIRASSOL SOB ESTRESSE SALINO
Ana Carla Conceição dos Santos 1
Pedro Paulo Amorim Pereira 2
Danilo Pereira Costa 3
André Dias de Azevedo Neto 4
1. Universidade Federal do Recôncavo da Bahia
2. Universidade Federal do Recôncavo da Bahia
3. Universidade Federal do Recôncavo da Bahia
4. Professor Dr. Departamento CETEC/UFRB
INTRODUÇÃO:
A curto prazo, a diminuição do crescimento resultante do estresse salino é devida ao efeito osmótico, que é responsável pela redução da expansão celular. A longo prazo, quantidades excessivas de sais podem ser absorvidas e as plantas sofrem estresse iônico, levando à senescência prematura das folhas e conseqüente redução da área fotossintética disponível para a manutenção do crescimento. Em ambos os casos, a redução do crescimento é freqüentemente acompanhada pela baixa taxa fotossintética, devido a limitações estomáticas e não estomáticas. A resposta estomática usualmente ocorre antes da inibição da fotossíntese e restringe a disponibilidade de CO2 nos sítios de assimilação no cloroplasto. O fechamento estomático é, provavelmente, a primeira linha de defesa da planta contra a dessecação, como também é o fator mais importante de controle da fixação do carbono. Limitações não estomáticas da fotossíntese têm sido atribuídas à redução na eficiência de carboxilação, a qual pode ser causada pela acumulação de sais no mesofilo, resultando em aumento na concentração intracelular de CO2. Assim, este trabalho objetivou avaliar os efeitos do estresse salino, nas trocas gasosas de plantas de girassol para melhor compreensão dos mecanismos de tolerância à salinidade.
METODOLOGIA:
Sementes de dez genótipos de girassol foram semeadas em copos plásticos contendo areia lavada irrigada diariamente com água destilada, em casa de vegetação. Oito dias após a emergência, as plântulas foram transferidas para bandejas contendo solução nutritiva de Hoagland diluída 1:2, sob aeração constante, onde foram iniciados os tratamentos salinos (solução nutritiva completa – controle) ou solução nutritiva com NaCl a 100 mM – estresse salino). As plantas permaneceram nestas condições por um período de 27 dias. Foram analisadas a concentração interna de CO2 (Ci), taxa transpiratória (E) e taxa fotossintética líquida (A). A partir dos valores de Ci, E e A, foram calculadas a eficiência do uso da água (EUA) e a eficiência de carboxilação (EC). O delineamento experimental utilizado foi o inteiramente casualizado em um arranjo fatorial 10 (genótipos) x 2 (níveis de estresse), com 4 repetições. Os resultados obtidos foram comparados através de suas médias e respectivos desvios padrões.
RESULTADOS:
O estresse salino diminuiu significativamente os valores de A nos genótipos estudados, os quais variaram entre 5,6 e 17,2 μmol m-2 s-1. Assim, as maiores reduções nos valores de A foram observadas nos genótipos Helio-358, Albisol-2, AG-960 e AG-963 e a menor no genótipo AG-975. A transpiração diminuiu significativamente em AG-960 e AG-967, aumentou em AG-972 e AG-975 e permaneceu inalterada nos demais. Os dados de E sugerem que as relações hídricas de AG-972 e AG-975 não foram afetadas pelo estresse hídrico induzido pela salinidade, em contraste com o observado nos genótipos AG-960 e AG-967. Os efeitos deletérios da salinidade foram mais pronunciados na A do que na E, sugerindo que as reduções observadas em A foram devidas, principalmente, às limitações não estomáticas da fotossíntese. Dessa forma, a EUA também diminuiu com a salinidade. Entretanto, esta redução foi maior no genótipo Helio-358 e menor no AG-975. Sob estresse salino os valores da EC variaram entre 0,02 e 0,06 μmol m-2 s-1 Pa-1. Os efeitos da salinidade na EC foram semelhantes àqueles verificados na A. Assim, a menor redução foi observada em AG-975 e os menores em Helio-358, Albisol-2, AG-960 e AG-963.
CONCLUSÃO:

Os resultados sugerem que AG-975 foi o genótipo mais tolerante e AG-960 o mais sensível ao estresse salino quando comparados entre si. Considerando que a Ci não foi alterada e que a EC diminuiu com a imposição do estresse, os resultados indicam que o decréscimo da A nas plantas sob estresse salino foi ocasionado principalmente pela queda da atividade fotossintética da folha.
Instituição de Fomento: CNPq
Palavras-chave: Eficiência de fotossintética, Salinidade, Helianthus annus.