Reunião Regional da SBPC no Recôncavo da Bahia
D. Ciências da Saúde - 3. Saúde Coletiva - 5. Saúde Coletiva
A visão de idosos em estado de co-residência em relação a autonomia para realização de atividades instrumentais da vida diária.
Elzo Pereira Pinto Junior 1
Adriana Áurea Magalhães Gonçalves 2
Alba Benemérita Alves Vilela 3
1. Graduando de Fisioterapia-Bolsista de Iniciação Científica/CNPq - UESB
2. Graduanda de Enfermagem -UESB
3. Professora Doutora - Departamento de Saúde - UESB - Orientadora
INTRODUÇÃO:
A população brasileira tem envelhecido num ritmo cada vez mais rápido, principalmente nos países em desenvolvimento, a exemplo do Brasil. Esse processo de envelhecimento traz consigo diversas repercussões na vida desses novos idosos, seja no aspecto social, seja no biológico. Do ponto de vista social, o envelhecimento populacional ocasiona o surgimento de novos arranjos familiares nos quais idosos convivem em lares multigeracionais em estado de co-residência. Já sob a ótica biológica, esses idosos, por terem um aumento na sua expectativa de vida, ficam mais vulneráveis à condições patológicas que tem potencial para conduzi-los a um estado de incapacidade e dependência, comprometendo assim a sua autonomia e qualidade de vida. Nesse contexto de vulnerabilidade, as famílias surgem como principal estratégia de suporte social ao idoso tendo em vista seu papel de apoio na realização das atividades da vida diária. Dessa forma, a co-residência entre idosos e seus familiares pode ser a única alternativa encontrada por eles para o desempenho de suas atividades instrumentais.
METODOLOGIA:
Este trabalho é um recorte monográfico do estudo “Co-residência: manutenção da independência e prevenção de limitações no envelhecimento.”, que teve como objetivo geral averiguar a contribuição da família na manutenção da independência no envelhecimento. Para este trabalho, apresentamos como objetivo específico analisar o olhar do idoso co-residente em relação à sua autonomia para realização de atividades instrumentais da vida diária. Os sujeitos desse estudo foram 30 idosos que residiam na área de abrangência de um Centro de Saúde, em Jequié-BA. Tratou-se de um estudo de caráter qualitativo, descritivo e exploratório, no qual os dados foram coletados através de um questionário e tratados por meio da técnica de Análise de Conteúdo de Bardin. A partir da análise de conteúdo, emergiu como categoria “Autonomia nas atividades da vida diária do idoso”. Este estudo foi respaldado em aspectos éticos, respeitando os critérios da Resolução 196/96.
RESULTADOS:
Na categoria de análise “Autonomia nas atividades instrumentais da vida diária do idoso” foi perguntado ao idoso sobre a sua dependência para a realização de atividades laborais ou para resolver problemas na rua, e em caso positivo, de quem dependem. A maioria dos informantes, mais precisamente 60 %, relatou depender de alguém para a execução das atividades instrumentais da vida diária, sendo o restante, correspondente a 40%, capaz de desenvolver sem auxílio estas atividades. Dentre os sujeitos responsáveis por essa ajuda, observou-se que a maioria eram os próprios familiares Nesta perspectiva, devido a inúmeros acontecimentos cotidianos, a família tem, progressivamente, se tornado a única fonte de apoio disponível para o cuidado do idoso dependente. É indispensável ressaltar que a realização das atividades instrumentais, além de promover a capacidade de participar da vida econômica, social e decidir o que se deseja fazer com seus recursos sem a ajuda de terceiros, caracteriza uma pessoa independente, realidade apresentada por outra parcela dos informantes (40%), que relata não depender de outra pessoa para a realização das atividades anteriormente mencionadas.
CONCLUSÃO:
A maioria dos sujeitos da pesquisa é caracterizada como idosos dependentes, no que diz respeito ao desempenho de atividades instrumentais da vida diária. Além disso,é a família a principal estrutura de suporte às suas necessidades,evidenciando a importância do estado de co-residência na manutenção da qualidade de vida da pessoa idosa. Nesse contexto,observa-se ainda a necessidade de políticas públicas que se voltem para a promoção de um envelhecimento ativo e independente para a população idosa.
Palavras-chave: Idoso, Co-residência, Autonomia.